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Injeção de capital nas indústrias do PIM traz alento no início do ano

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A melhora das condições macroeconômicas do país abre espaço para a retomada dos investimentos produtivos do PIM ainda neste ano. A dúvida é qual a velocidade da recuperação dos aportes da indústria incentivada de Manaus, já que grande parte de suas linhas de produção ainda trabalha com capacidade ociosa considerável, segundo apontam as lideranças do setor.

Na semana passada, dois fabricantes anunciaram a intenção de injetar mais capital em suas unidades locais. Uma delas é a Michelin, que adquiriu a Levorin – uma das maiores fabricantes de pneus do país – e espera duplicar as compras de matéria-prima, nos próximos dois anos. A outra é a Daikin, produtora de condicionadores de ar que anunciou um plano de expansão para sua planta fabril de Manaus, dois dias depois. Ambas visam atender também o mercado estrangeiro, mas nenhuma das duas divulgou números. 

O número consolidado de 2019 ainda não foi divulgado, mas os dados parciais mais recentes da Suframa a respeito dos investimentos da ZFM sinalizam que a alta ainda não chegou. Em nove meses, os aportes acumularam US$ 8.43 bilhões, 5,07% a menos do que o valor contabilizado nos 12 meses de 2018 (US$ 8.88 bilhões). 

Levando em conta a série histórica iniciada em 2014, o número de 2019 só é superior aos dados consolidados de 2015 (US$ 8.08 bilhões) e de 2016 (US$ 8.42 bilhões), mas está bem abaixo do desempenho pré-crise de 2014 (US$ 10.52 bilhões) e até mesmo do ‘voo de galinha’ registrado em 2017 (US$ 9.14 bilhões).   

Uma sinalização mais positiva pode vir do CAS (Conselho de Administração da Suframa), cujo nível de investimentos apresentado em 2019 empatou como o registrado no exercício anterior: US$ 1.1 bilhão. O número de projetos caiu de 146 para 144, mas a estimativa de geração de empregos previstas nas propostas referendadas pelos conselheiros mais do que dobrou, ao passar de 4.739 para 9.500.

Beneficiamento da borracha

O anúncio da Michelin foi feito nesta quinta (16), em reunião do presidente do grupo, Francis Ferreira, com o secretário em exercício de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Renato Freitas, e com o titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural), Petrucio Júnior. Nos planos do grupo estão o aumento das exportações para países da América do Sul, além do México. 

Maior compradora de borracha do mundo, a Michelin pretende adquirir o máximo da produção local, segundo os executivos do grupo. Nesse período, a empresa também espera aumentar de 900 para 1.400 o total de pessoal contratado. Para isso, a direção considera importante discutir com o governo do Estado as alternativas para remover gargalos no beneficiamento local da borracha. 

Uma ação de apoio aos produtores de borracha do Estado, que inclui a abertura de linha de microcréditos, adoção de novas tecnologias, assistência técnica e treinamento, foi definida pelo grupo de gestores, técnicos e executivos presentes na reunião. Uma visita aos principais centros de produção também está prevista para as próximas semanas, em data a ser definida.

A Levorin foi adquirida pela Michelin em dezembro de 2016, levando a multinacional, que até então apenas importava pneus para motocicletas, a assumir a posição de liderança do mercado, que apresenta elevado potencial de expansão nos próximos anos.

A empresa prevê dias melhores para o subsetor de borracha, que vem amargando números negativos nos nove meses iniciais de 2019. Conforme a Suframa, o faturamento caiu 6,24% em dólares (US$ 49.37 milhões). e 0,07% em reais (R$ 191,58 milhões). O segmento não cresce desde 2017, quando registrou seu maior nível de vendas em dólares (US$ 92.34 milhões), na série histórica.

Condicionadores de ar

No caso do segmento de condicionadores de ar, atualmente um dos mais fortes do PIM, a situação é diferente. A produção de modelos Split subiu 41,84% no acumulado até setembro, com mais de 2,83 milhões de unidades produzidas e faturamento total de US$ 799.84 milhões. No caso dos modelos de janela, houve queda de 22,69% na quantidade fabricada (241.846) e o faturamento não passou de US$ 53.20 bilhões. Em ambos os casos, a produção ainda é inteiramente destinada ao mercado domestico.

Tendo em vista essa lacuna, o diretor presidente da Daikin, Tomoji Miki, o gerente sênior, Hideaki Furihata, e o gerente de controladoria da empresa, Deberson Gomes, anunciaram um plano de expansão para a fábrica, nesta sexta (17), durante visita do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes. A ideia é dobrar a capacidade produtiva da unidade, em cinco anos, e começar a vender para países da América do Sul. “Temos interesse na exportação e vamos precisar do apoio da Suframa para dar início a esse processo”, reforçou Tomoji Miki.

A planta da Daikin no PIM é a única da empresa na América do Sul e a proposta é torná-la o centro de negócios no continente, concentrando produção e engenharia em Manaus. O grupo Daikin conta com 90 fábricas em diversos países e é líder de mercado na Europa e Japão, segundo informações da empresa. 

Alfredo Menezes agradeceu colocou a Suframa à disposição para ajudar nas demandas necessárias em relação às vendas externas do grupo. “Trabalhamos para impulsionar a economia e nossa equipe está à disposição para as demandas”, finalizou. 

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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