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Copom reduz a taxa básica de juros a 3,75%, corte percentual de 0,5

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Como aguardado, a crise econômica global decorrente da pandemia do novo coronavírus, levou o BC (Banco Central) a promover uma nova rodada de cortes na taxa dos juros básicos da economia, a sexta seguida. Por unanimidade, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa Selic para 3,75% ao ano, com corte de 0,5 ponto percentual, nesta quarta (18).

A decisão surpreendeu os analistas financeiros, já que a pesquisa Focus do BC apontava que a maior parte deles aguardava uma redução de 0,25% nesta reunião – para 4% ao ano – e uma nova retração de 0,25% p – para 3,75% anuais – antes do fim de 2020. Mas, alguns agentes econômicos anteviam a possibilidade de uma baixa ainda maior, de um ou até dois pontos percentuais.

A dúvida é em relação aos efeitos no câmbio, que já vinha sofrendo desgastes em virtude da combinação de um panorama global de aversão ao risco e a retração dos juros brasileiros – tornando o investimento de curto prazo menos atraente no Brasil. Em mais um dia de pânico nos mercados financeiros globais, o dólar fechou a R$ 5,198 nesta quarta (19), em uma nova rodada de quedas na bolsa brasileira (-10,35%), com direito a mais um circuit breaker.

No entendimento do BC, a decisão do Federal Reserve – Banco Central norte-americano – e dos principais bancos centrais do planeta, de reduzir juros nas maiores economias mundiais nos últimos dias, abriu espaço para a redução. Nos Estados Unidos, os juros básicos foram zerados na noite de domingo (15), para baratear o crédito na maior economia do planeta em meio à ameaça de recessão econômica global frente à disseminação do Covid 19.

Com isso, a Selic ficou no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018, só voltando a ser reduzida em julho de 2019.

Juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. No último Relatório de Inflação, o BC projetava expansão da economia de 2,2% para este ano. Com a eclosão da pandemia do coronavírus, o mercado já projeta crescimento mais baixo. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem crescimento de 1,68% do PIB em 2020.

“Momento excepcional”

Para o presidente em exercício da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a decisão do BC não poderia ser outra, diante dos estragos econômicos deixados na rota do Covid 19. De acordo com o dirigente, o setor já mergulhou 25% na semana passada, em relação ao mesmo período do mês anterior. 

“Vivemos um momento excepcional em que a economia está sendo fortemente atingida, com baixas nos valores das empresas e quedas ainda maiores nas vendas dos setores econômicos e nas arrecadações governamentais. É difícil avaliar o que pode acontecer, pois tudo pode mudar em 20, 30 dias. A decisão foi acertada e qualquer corte nesse sentido é positivo. Mas em que grau vai impactar nas expectativas depende das matrizes econômicas e 90% dos comércios do Amazonas são pequenas empresas”, analisou. 

Efeito dólar

Vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e presidente do SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Nelson Azevedo ressaltou ao Jornal do Commercio que, quanto maior o corte na taxa de juros, melhor para a indústria, que vê nisso a sinalização de um custo menor para a atividade. Mas os efeitos da medida no câmbio também preocupam, segundo o dirigente.

“É uma boa notícia, sem dúvida, pois o nosso custo do dinheiro ainda é um dos maiores do mundo e isso reflete nos custos e competitividade da indústria. Ainda mais com esse novo coronavírus e o pânico gerado nos mercados. O problema é o dólar, que compromete nossa competitividade quando sobe. Esperemos que isso não gere alta inflacionária, o que dificultaria novos cortes. O BC deve estar atendo para amenizar essa escalada”, ponderou.  

“Decisão aguardada”

Na mesma linha, o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, disse ao Jornal do Commercio que a medida do Copom foi acertada e que o tamanho do corte era de algum modo esperado pelo mercado, principalmente após a recente decisão do governo americano de reduzir os juros.

“A decisão foi coerente com o difícil momento econômico e social que o país enfrenta diante da pandemia do coronavirus e da perspectiva de recessão mundial. A redução da taxa Selic poderá tornar mais barato o crédito para a atividade produtiva”, arrematou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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