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Confiança da indústria recua pela terceira vez no ano

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) recuou 0,1% em março ante fevereiro, nos dados com ajuste sazonal, atingindo 112,4 pontos. Essa foi a terceira redução consecutiva do índice, que atingiu o patamar mais baixo desde novembro de 2009 (109,6 pontos), segundo a pesquisa divulgada ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Entre fevereiro e março, o ISA (Índice da Situação Atual) subiu 0,8%, passando para 113,0, após ficar estável por dois meses consecutivos. Já o IE (Índice de Expectativas) recuou 1,0%, para 111,7 pontos.

Ambiente de negócios

O quesito que mede o grau de satisfação com o ambiente dos negócios foi a maior influência para o aumento do ISA. A proporção de empresas que consideram a situação dos negócios como boa passou de 26,9% para 26,5%, enquanto a parcela das que a avaliam como fraca foi de 7,6% para 3,9%.
Na avaliação da produção nos três meses seguintes, as expectativas ficaram menos otimistas. O indicador caiu pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 128,5 pontos, o menor nível desde abril passado (125,2).
Das 1.170 empresas consultadas pela FGV, 38,3% preveem aumento da produção no trimestre que engloba março, abril e maio e 9,8%, piora. Em fevereiro, eram, respectivamente, 39,7% e 5,1%.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria recuou de 84,5% em fevereiro para 84,3% em março, registrando a terceira queda consecutiva.
O patamar atual está igual ao do mesmo mês do ano anterior e é o mais baixo dos últimos 13 meses -em fevereiro de 2010, havia ficado em 84,0%.

Diante da alta da Selic, FGV considera nível de otimismo positivo

O ICI não caiu de forma significativa no primeiro trimestre deste ano, apesar dos dois aumentos da taxa básica de juros feitos pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, em janeiro e em março deste ano. Tradicionalmente, segundo o coordenador de Sondagens Conjunturais da FGV, Aloisio Campelo, o índice costuma ceder quando a autoridade monetária promove um aperto da política monetária.
Na avaliação do especialista, desta vez, a indústria dá indícios de que tem um estoque de confiança, motivado pela demanda do mercado interno. Apesar dessa confiança ter caído nos últimos meses, ela permanece em patamares historicamente elevados.
Em dezembro de 2010, o ICI atingiu 114,5 pontos e apresentou uma sequência de quedas: caiu para 112,8 pontos em janeiro, para 112,5 pontos em fevereiro e para 112,4 pontos em março. No mesmo período, o Índice da Situação Atual recuou de 116,2 pontos, em dezembro, para 113 pontos, em março. Enquanto o Índice de Expectativas teve uma queda menor, de 112,8 pontos, em dezembro, para 111,7 pontos, em março. “Historicamente, a confiança cai quando há um aperto na política monetária, mas, até março, pelo menos no horizonte de curto prazo, as expectativas ainda são relativamente favoráveis”, afirmou o especialista.
Campelo ressaltou, por exemplo, que o Índice de Expectativas está praticamente igual ao de abril de 2010 (110,5 pontos), enquanto o índice da Situação Atual estava em 120 pontos, em abril de 2010, e vem caindo desde então. O coordenador de Sondagens Conjunturais da FGV citou que o Nível de Demanda Interna está caindo há três meses consecutivos. Em dezembro, ele estava em 122,4 pontos. E agora, em março, ficou em 115,8 pontos. “Apesar dessa queda, a demanda interna continua elevada, acima de sua média histórica, de 107,1 pontos, embora inferior ao registrado nos melhores momentos econômicos de 2007 e 2008”, afirmou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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