Pesquisar
Close this search box.

Brasil é sacudido por protestos motivados pelas eleições

O clima fica tenso no Brasil após as eleições. Ontem, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que determinou o reforço do efetivo de policiais federais para normalizar o trânsito nas rodovias.

Após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República em segundo turno, grupos de caminhoneiros iniciaram bloqueios em diversos pontos do País. SegundoTorres, a paralisação é monitorada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a PF (Polícia Federal). 

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes,  ordenou ontem à noite que a PRF  e polícias militares dos Estados desobstruam todas as rodovias bloqueadas por caminhoneiros bolsonaristas, movimento que atinge 25 Estados e o Distrito Federal no momento.

Moraes apontou que os registros dos atos tornam “inegável” que “a PRF não vem realizando sua tarefa constitucional e legal”. Moraes ressaltou que a decisão é de caráter imediato e, se não for cumprida, resultará em multa de R$ 100 mil para o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, a partir da meia-noite de 1º de novembro, hoje. Além da penalidade, o ministro pede, em caso de descumprimento, o “afastamento do Diretor-Geral das funções e prisão em flagrante de crime” e fala em “omissão e inércia da PRF” para resolver a situação. mente.htm?cmpid=copiaecola

O MPF (Ministério Público Federal) defendeu a adoção de providências para manter o fluxo de veículos. A missão internacional da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) concluiu que as eleições brasileiras ocorreram de forma segura e confiável. A conclusão do grupo está em relatório preliminar de avaliação do pleito, divulgado ontem.

De acordo com a entidade, a votação por meio da urna eletrônica é “confiável e credível” e permitiu a contagem célere dos votos. Segundo a CPLP, não há reclamações suscetíveis para colocar em dúvida a transparência do processo de votação. 

Durante o pleito, os fiscais da entidade percorreram diversas seções eleitorais e confirmaram que a votação ocorreu sem interferências. Para a missão, as eleições ocorreram de acordo com os padrões internacionais e em conformidade com os procedimentos legais do País. 

No segundo turno, a CPLP contou com sete observadores, que também fazem parte de órgãos eleitorais de seus países. Os membros são oriundos de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, Guiné-Bissau e Timor-Leste.

Ao todo, sete missões de Observação Eleitoral (MOEs) internacionais monitoraram a realização do segundo turno das eleições brasileiras. 

Além da CPLP, também participaram membros da OEA (Organização dos Estados Americanos), do Parlasul (Parlamento do Mercosul), Carter Center, Unión Interamericana de Organismos Electorales (Uniore), International Foundation for Electoral Systems (IFES) e da Transparência Eleitoral. 

Nota abre Perfil

Resultado das urnas causa tumulto

Os ânimos se acirraram com a eleição de Lula para a Presidência da República, no domingo (30). Ontem, pelo menos 18 Estados tiveram as estradas bloqueadas por caminhoneiros. O movimento também repercutiu no Amazonas. Parte da BR-174 (Manaus/Boa Vista) esteve bloqueada, impedindo o transporte de passageiros e cargas entre as duas cidades. São apoiadores de Bolsonaro, inconformados pela derrota do presidente. As ações não identificaram lideranças, segundo a mídia nacional.

Entidades nacionais informaram que as manifestações não representam a categoria no Brasil. E que a classe aceitará o desfecho das urnas eletrônicas. É apenas um alerta da pedreira que Lula enfrentará ao tomar as rédeas do País a partir de janeiro de 2023. Bolsonaro quebrou o silêncio. E já prepara um novo pacote de medidas econômicas que deverá ser anunciado nos próximos dias.  Enquanto isso, Lula negocia a transição do governo com muitas expectativas de um convívio pacífico com o atual chefe do Planalto. Muitas tretas ainda vão rolar.

Lideranças

Celebridades e lideranças mundiais parabenizaram Lula pela eleição. Joe Biden (EUA) e Emanuel Macron (França) telefonaram ao petista enaltecendo a sua vitória para a Presidência da República. Artistas também manifestaram a sua satisfação. Enfim, as vozes da esquerda reverberaram em todo o mundo num momento em que a defesa da rica biodiversidade da Região Amazônica está mais sob os holofotes da comunidade internacional, desde o episódio brutal no Vale do Javari (AM). São novas esperanças.

Guerra

Mesmo travando uma guerra que vem causando muitas fortes e prejuízos em ambos os lados, os presidentes da Rússia, Vladmir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disseram que são aliados de Bolsonaro e Lula. Eles parabenizaram a vitória do petista nas eleições presidenciais brasileiras. Para as lideranças, tanto o atual presidente como o líder da esquerda contribuem para o estreitamento das relações do País com a comunidade internacional, independentemente de ideologias e cores partidárias.

Reconhecimento

A repercussão também foi grande na Assembleia Legislativa do Amazonas. O reconhecimento aos eleitos e a busca de pacificação do Brasil deram o tom dos depoimentos dos deputados estaduais, na sessão dessa segunda-feira (31). Com voto declarado em Lula, o deputado Serafim Corrêa (PSB) disse que o momento é de descer do palanque e unir o País.  “O Lula vai governar com uma frente ampla. Ele não vai ser mais o presidente do PT, mas de todos os brasileiros”, ressaltou. 

Reconhecimento 2

Aliada de primeira hora de Wilson Lima (UB), a deputada Joana D´arc (UB) destacou a vitória de Wilson Lima para mais um mandato. “Com ele no Executivo, somos potência”, afirmou. Wilker Barreto (Cidadania) disse que, apesar de ter restrições à esquerda, irá “torcer para que Lula acerte”. O presidente da Aleam, Roberto Cidade, parabenizou Lima pela reeleição. “Eu tenho plena convicção de que o governador vai iniciar esse mandato mais maduro e experiente”, destacou. Muitas expectativas.

Soberania 

O deputado Roberto Cidade ressaltou, ainda, a necessidade de se respeitar a decisão soberana do povo brasileiro. “O Lula venceu as eleições. Quem perde, tem que aceitar e respeitar as decisões do povo”, disse. Dermilson Chagas (Republicanos) parabenizou tanto Eduardo Braga (MDB) quanto Wilson Lima, além do presidente eleito Lula, e disse que anseia pela “união do Brasil, uma política que não seja o ódio, o preconceito e que faça o combate à corrupção”. Torcemos que os ideais sejam compartilhados.

Farpas

Os apoiadores de Bolsonaro não escondem a fidelidade ao presidente, agora em um cenário mais favorável aos setores da esquerda, que têm em Lula o seu maior representante. Grande defensor do bolsonarismo, o deputado Fausto Junior (UB) não deixou de soltar suas farpas costumeiras, como fazia durante a campanha eleitoral. Ele reconheceu a vitória da frente ampla de Lula, mas chamou a atenção para as diversas reformas que o País precisa promover.  “Veremos o que virá daqui por diante”, disse.

Tretas

O fogo amigo tumultuou, ontem, o plenário da Câmara Municipal. A treta começou com o vereador Amom Mandel (Cidadania), deputado federal mais votado na eleição deste ano no Amazonas, acusando Rodrigo Guedes (Republicanos) de usar a verba do Cotão para a veiculação de fake news contra parlamentares que disputaram o pleito. Segundo Mandel, Guedes patrocinava o disparo de notícias falsas em uma empresa que opera no bairro D. Pedro, zona centro-oeste. Os dois foram grandes aliados.

Orçamento

A CMM deliberou, ontem, o orçamento de R$ 8,5 bilhões enviado na mensagem do Executivo municipal para o exercício financeiro de 2023. O valor é 19% maior do que o de 2022, de R$ 7,1 bilhões. A prefeitura argumenta a necessidade de mais recursos para alavancar os dois maiores setores produtivos: serviços (4,7%) e indústria (4,5%). No entanto, cita a retração na agropecuária (-0,2%), impactada pelos efeitos climáticos e da maior seca em quase 100 anos. A bancada governista trabalha suas justificativas.

FRASES

“Tenho plena certeza de que o governador iniciará o novo mandato mais maduro”.

Roberto Cidade (UB), presidente da Aleam, sobre a reeleição de Wilson Lima.

“Seguimos firmes, unidos, crendo em Deus e no melhor para o Brasil”.

Michelle Bolsonaro, primeira-dama, quebrando o silêncio sobre eleições.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar