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Bolsonaro aposta em polêmicas 

 

MARCELO PERES

 Parlamentares do Amazonas engrossam o coro de partidos de oposição ao governo federal que entraram com uma queixa-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles contestam as declarações de que o chefe do Planalto teria atacado as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral durante o encontro recente com 60 embaixadores.

No entanto, Bolsonaro se diz vítima de perseguições da esquerda que usa os meios de comunicação favoráveis a Lula para turbinar as intenções de voto ao ex-presidente, hoje o principal adversário do atual presidente na nova corrida eleitoral pela Presidência da República.

“A esquerda quer prejudicar o meu governo, favorecendo um pré-candidato cujos governos anteriores foram envolvidos em vários casos de corrupção”, protestou Bolsonaro, em resposta aos ataques da esquerda que, segundo ele, se aproveita de qualquer declaração sua para catastrofizar o cenário político, visando tirar proveito próprio, confundindo o eleitorado brasileiro.

Na segunda-feira, Bolsonaro reuniu representantes de vários países, ocasião em que teria colocado em xeque a segurança das urnas eletrônicas, atacando ainda os ministros do STF ao afirmar que a Corte estaria trazendo “instabilidade para o país”. 

Envolvido em muitos embates com o presidente, o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) considerou a reunião, transmitida pela TV Brasil, um ato “patético”. O parlamentar já foi vice-presidente da Câmara dos Deputados, cargo que perdeu por pressão de Bolsonaro, sendo hoje uma das principais vozes da oposição.

 “O uso da estrutura do governo com objetivos eleitorais e antidemocráticos apenas consolidou o sistema eleitoral brasileiro junto à comunidade internacional. E mostrou Bolsonaro apavorado com a iminente derrota”, disse Ramos.

O deputado federal Delegado Pablo (PL), da ala pró-Bolsonaro, disse que a oposição tenta afetar a imagem do presidente para turbinar a candidatura de Lula. Para ele, muitos políticos e lideranças estão incomodados com as propostas do presidente de combater severamente a corrupção, exigindo a prestação de contas das verbas públicas em todo o país.

“Bolsonaro leva muito a sério o combate à corrupção, uma promessa ainda de campanha. Claro, isso vem incomodando muita gente que se aproveita dos recursos destinados para a população. Os esquemas de fraudes existem em todas as esferas de governo. É hora de acabar com tudo isso”, acrescentou ele.

Diálogo

Segundo Pablo, Bolsonaro dialoga com os representantes diplomáticos de outros países exercendo a função de Chefe de Estado que é sua. “Dia 31 de maio deste ano, o TSE recebeu diplomatas para falar do mesmo assunto. Não houve nenhuma repercussão na mídia sobre tal reunião”, afirmou. “Acredito que todo sistema pode ter aperfeiçoamentos. Inclusive para aumentar o nível de confiabilidade e segurança. Não entendo porque tanta resistência”, justificou o parlamentar. 

O deputado José Ricardo (PT) avalia que Bolsonaro mentiu perante o mundo ao colocar mais uma vez a eficácia das urnas eletrônicas em dúvida. “São provas infundadas, mentirosas e conspiratórias”, questionou. “É um ensaio de golpe às nossas vistas, já que ele deve perder a eleição deste ano”, alertou.

O deputado federal Bosco Saraiva (Solidariedade) também refuta.  “As urnas eletrônicas brasileiras são seguras e o processo eleitoral já foi testado e comprovado em sua lisura, transparência e eficiência. O resto é factoide eleitoral que não vai prosperar”, afirmou.

Para o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), é um absurdo pôr em xeque o sistema eleitoral brasileiro.  “Inacreditável e absurdo que o presidente do Brasil chame os embaixadores para falar mal das instituições brasileiras como TSE e STF, além de repetir a cantilena contra as urnas eletrônicas, que desde o século passado (1996) são exemplos para o mundo”, contestou.

Marcelo Peres

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