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Biojoias conquistam seu espaço com elegância

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Em tempos de luta pela preservação na natureza, cada vez mais as biojoias estão conquistando seu espaço em meio aos adornos, tanto femininos quanto masculinos.

A biojoia é um adorno produzido a partir de materiais vindos da natureza, tais como sementes diversas, fibras naturais, casca do coco, frutos secos, conchas, madrepérola, capim, madeira, ossos, penas, escamas, dentre outros.

Na Amazônia temos matéria-prima própria para a confecção de biojoias, como a famosa jarina, os frutos do açaí, do tucumã, os fios de tucum, de buriti, as madeiras e muitos outros materiais fartamente liberados pela natureza.  

Juntando a habilidade de um com a ajuda de outro, o casal Marlucia Azrak e Jaime Jorge, há 30 anos juntos, descobriu que um passatempo pode se transformar numa poderosa forma de ganhar dinheiro.

No momento em que o país discute o que será dos aposentados a partir da aprovação da reforma da Previdência Social, Marlucia e Jaime mostram que a aposentadoria não é o fim e pode, sim, ser um recomeço.

“Meu primeiro e único emprego foi de gerente financeiro. No ano passado me aposentei e a ociosidade me assustou”, contou Marlucia. Pouco tempo depois, Jaime também de aposentou.

“Há muitos anos já pensava em como seria minha vida quando me aposentasse, por isso comecei a fazer todo tipo de curso de artesanato que aparecia. Seria o meu passatempo. Nunca imaginei que esse passatempo poderia ser uma forma de ganhar dinheiro. E um bom dinheiro”, completou Marlucia.

Somos só nós dois

“Num momento em que eu já tinha tanto artesanato acumulado em casa, foi quando pensei que deveria vendê-los. Em 2014 conseguimos uma barraca na Feira da Eduardo Ribeiro, que acontece aos domingos, e os artesanatos começaram a ser vendidos. Dois anos antes, em 2012, eu havia aprendido a fazer biojoias e me apaixonei por esse trabalho. Tão logo os coloquei as biojoias na banca elas venderam rapidamente”, contou. Pouco tempo depois o casal criou sua empresa, a Anira Joias.

Jaime completa o trabalho de Marlucia. Ela é a inspiração e criação, ele o assistente que não deixa faltar a matéria-prima e a ajuda na seleção de alguns materiais.

“Basicamente eu uso sementes de açaí, de jarina, de tucumã, fios de tucum, de buriti, de algodão, peças de paxiúba e marchetaria. Adquirimos a matéria-prima pronta e produzimos as biojoias. Se o cliente desejar, acrescentamos metais nobres, pedras preciosas e semipreciosas”, explicou.

“Somos só nós dois. Eu e ela. Da imaginação e das mãos de Marlucia saem colares, pulseiras, brincos e tiaras com a cara da Amazônia. Fazer biojoias, qualquer pessoa com habilidade pode fazer. O diferencial das peças da Marlucia é a criatividade, o fino acabamento e os detalhes”, falou Jaime.

“Minhas peças são únicas. Não existe uma igual à outra, a não ser que o cliente peça, mas eu não gosto de fazer peças repetidas”, avisou.

“Eu crio na hora. Vou pegando as matérias-primas e montando imediatamente. E tem mais. Muitas vezes a peça já está bem adiantada, mas acontece de eu não gostar do resultado, então desmonto o que já estava feito e refaço tudo. Ainda assim chego a fazer seis peças por dia”, afirmou.

“Às vezes me considero uma artista, que necessita de inspiração para produzir. Acordo de noite, com uma idéia. Levanto e rabisco num papel. Pela manhã faço a peça”, lembrou.

Turistas compram mais

Ano passado o casal inaugurou sua primeira loja, no Shopping do Artesanato, na Djalma Batista.

“Agora que estamos aposentados, passamos a nos dedicar integralmente à produção de biojoias. Minha produção atual está tão grande que consigo abastecer a barraca da Eduardo Ribeiro e a loja da Djalma Batista”, garantiu.

“Vende bem, sim, principalmente para turistas. Não sei porque os amazonenses não têm o costume de usar essas peças feitas com produtos daqui. Acredito que preferem o que vem de fora, por isso nossa próxima meta é começar a participar das feiras de artesanato fora de Manaus, que acontecem por todo o Brasil. Já nos inscrevemos numa que vai acontecer em Brasília, no próximo ano”, adiantou.

Segundo o Sebrae, a participação do empreendedor em exposições e eventos comerciais, que tenham por objetivo dar visibilidade ao setor de bijuterias, joias e artesanato, é fundamental para aproveitar as oportunidades de negócio e conhecer as novidades do setor. No Brasil, alguns eventos de moda e artesanato trazem exposições de trabalhos nacionais e internacionais de acessórios de moda. Alguns desses eventos chegam a receber mais de 8.500 pessoas por edição. Visitantes de países como Argentina, Chile, Colômbia, Nigéria, México, Estados Unidos, Itália e Portugal estão entre os principais compradores estrangeiros.

Marlucia e Jaime podem ser encontrados todos os domingos na Feira da Eduardo Ribeiro, no setor azul, em frente ao Boticário, das 8h às 14h. Às quartas, quintas e sábados, em horário comercial, loja 36, eles estão na sua loja do Shopping do Artesanato, na Djalma Batista, entre o Amazonas Shopping e o Manaus Plaza. Informações: 9 9224-5957 e 9 8121-0076.     

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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