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Baixa na Selic pode melhorar competitividade

O Brasil poderá se tornar um grande­ player mundial co­mo integrante dos BRICs, mas ainda há dúvidas se o país conseguirá fazer parte deste grupo devido às suas burocracias tributárias e às altas taxas de juros. Essa é a opinião dos especialistas reunidos no evento da Fecomercio, na última quinta-feira.
“Os BRICs em tempo de crise: articulações e reordenamento”. Segundo Mario Marconini, presidente do Conselho de Relações Internacionais da Fecomercio, para competir com os outros países, o Brasil deve ter um governo que reduza os altos custos trabalhistas e as altas taxas de juros “O Brasil está bem no cenário externo, agora precisa mostrar serviço”, afirmou o executivo.
Para ele, a crise pode acelerar o crescimento dos BRICs, que se mostram bastante fortalecidos e a intenção é transformar esse grupo em bloco, mas não se sabe até quando a China vai precisar desses países, que competem entre si. Dos quatro membros, o Brasil é o único com desvantagem em relação à carga tributária e aos juros. Segundo Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, enquanto a carga tributária brasileira chega a 40%, os juros a 11% e os encargos trabalhistas a 127%, a chinesa está em 17%, 6,5%, 58% respectivamente. Além disso, a mão-de-obra chinesa é muito barata e condiz com o custo de vida.
“A China não tem burocracia onerosa, e o câmbio é favorável ao país”, afirmou. Para Tang, a China ainda tem desafios em relação à energia e ao meio ambiente, mas já oferece qualidade e tecnologia. “A China é um concorrente e um país com oportunidade de negócios.
O empresário brasileiro não deve ter medo de investir na China, que está muito diferente de 25 anos atrás, quando era considerado um país pobre.”
Tang apontou que a China vai se tornar a segunda maior economia do mundo com expectativa de crescimento entre 6% a 8% este ano, mas aponta que o Brasil tem vantagens em relação à agricultura chinesa, a qual somente 15% de seu território é agricultável. “O Brasil tem bastante chance de estabelecer relações com o mercado chinês”, afirmou.
De acordo com Ricardo Carvalho, sócio da Chinese Services Group da Deloitte no Brasil, há um forte interesse da China em realizar negociações com o Brasil e com a América Latina. Para isso, Carvalho reforça que é preciso o planejamento estratégico das empresas brasileiras para assediar o mercado chinês. “As empresas brasileiras precisam estabelecer relação de confiança com a China. Esse é o primeiro passo para uma fusão ou aquisição naquele país”. Ricardo Carvalho salientou que a internacionalização do mercado chinês traz vantagem ao investidor que compra ativos baratos para ganhar mercado.
A Rússia e a Índia também podem ser parceiras estratégicas do Brasil para juntas competirem com a China. Segundo Y. K. Sharma, diretor do India Trade Promotion Organisation, o Brasil deveria fazer mais parcerias com a Índia para conseguir preços competitivos. “Na Índia, o grande investimento do governo é na Educação, principalmente para a classe média que representa 25% da população indiana e hoje tem um dos maiores mercados de tecnologia da informação”, disse Sharma.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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