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Associação aposta agora na retomada das obras na BR-319

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ANDRÉ MARSÍLIO

IDADE: 33

QUALIFICAÇÃO: Pós-graduando em computação forense e perícia digital

EXPERIÊNCIA: É proprietário de uma startup no ramo da informática. Já foi estagiário no TRE, trabalhou como programador na Moto Honda. Como analista de sistema atuou em lojas comerciais e também na Câmara Municipal de Manaus. Como empresário presta serviços terceirizados para  empresas de Manaus e do interior do Estado. 

ÁREA DE ATIVIDADE: Informática e empreendedorismo

Após as últimas manifestações de políticos e membros  dos governos federal e estadual, a expectativa da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319 é de renovação de esperança. Para o presidente da associação, André Marsílio, 33, o momento é de renovar as esperança de que finalmente a rodovia seja completamente pavimentada. André, acredita que as condições estão favoráveis, no entanto, ele observa que ainda falta um envolvimento maior da classe política. “Precisamos deixar de querer ser o pai da criança. Temos que nos unir em torno do objetivo maior que é a trafegabilidade de toda a BR-319”, disse. O presidente da Associação dos amigos e defensores da Br-319, vai mais além quando pede a união não só da classe política federal, mas também dos deputados estaduais, vereadores de todos os municípios amazonenses, inclusive com uma representação maior de Manaus. Ele também chama a classe empresarial, assim como o Governo do Estado. A mobilização, de acordo com André, nesse momento é  fundamental, pois, é preciso mostrar ao próprio presidente Jair Bolsonaro que deve vir a Manaus, no próximo dia 12, a importância da BR-319, não só para o Amazonas, mas para toda Região Norte. Além do presidente, dois ministros precisam ser pressionados. O ministro dos Transportes Tarcísio Freitas e o ministro do Meio Ambiente. Os dois devem trabalhar em conjunto e unidos com os representantes do Estado. “Se necessário for, vamos buscar uma grande mobilização, durante a visita presidencial para que as autoridades federais nos garantam que em 2020, começa a pavimentação total da nossa Rodovia da Esperança”. Salientou. Afinal, para a Associação dos Amigos e Defensores da BR-319, a estrada é a esperança de dias melhores para todos que hoje vivem às margens da rodovia e o asfaltamento total será a transformação do sonho na realidade do fim do isolamento do Amazonas por via rodoviária. Enquanto fazia contatos para o ato em defesa da estrada, André falou ao JC.

Jornal do Commercio – Como surgiu a Associação e desde quando senhor tem algum tipo de envolvimento com a BR-319? 

André Marsílio – Primeiro é preciso relembrar um pouco da história da organização em prol da BR-319. Na década de noventa houve uma entidade que foi criada lá no Careiro Castanho que lutava pela BR-319. Naquela época, não tinha muita dinâmica nas ações, mas sempre que tinha qualquer atividade relacionada a estrada, essa entidade, oriunda dos moradores, do Careiro Castanho, sempre protagonizava questões e questionamentos sobre a BR-319. Minha ligação com  a rodovia vem da minha infância, da minha adolescência, da juventude, pois nasci em Manaus, mas fui criado no município de Manaquiri que é próximo ao Careiro e eu ficava nesse ir e vir de uma cidade para outra.A minha mãe é aposentada da Câmara Municipal de Manaus e por ter sido chefe da taquigrafia ela era bastante envolvida com as demais Câmaras, pois ela ministrava cursos nessa área. Eu, então, ficava com ela cumprindo essa agenda. No decorrer do tempo foi aumentando minha ligação e ao mesmo tempo, a curiosidade de saber que tinha uma rodovia federal e que ela existia até determinado ponto e depois não existia mais. Isso, na minha infância me deixou muito marcado. No final de 2013, já na ascensão da volta da discussão da BR-319, a gente conseguiu muito falar sobre a estrada. Em  2005 a rodovia entrou no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em 2013, houve o primeiro embargo do Ministério Público Federal. Nessa época houve um descontentamento muito grande de muitos amigos e a gente resolveu se reunir e criar um movimento em defesa da estrada. Depois, no final de 2014, nós resolvemos fundar a associação. Para fins burocráticos, pra gente arrecadar dinheiro para colocar numa conta, não podia ser numa de pessoa física, tinha que ser numa ser uma conta da associação. Nós não íamos chegar ao governador como um movimento, mas sim como uma associação de luta organizada. O trabalho de organização passava pela arrecadação de recursos dos próprios membros da associação. A idéia era fazer com que as pessoas pudessem também vê a transparência de uma entidade de luta da BR-319. Criada a entidade, o trabalho era fazer com que a pauta BR-319 não caísse no esquecimento.

JC – Presidente, o quê a Associação tem feito para que a pauta BR-319 não cai no esquecimento? Qual a principal conquista da associação?

André Marsílio – Ao longo desses anos, tivemos como ganhos, primeiro, que o Ministério Público Federal que foi o principal ente jurídico a embargar as obras da BR-319, pudesse entender que precisamos discutir isso como um todo. Havia muito desgaste de quando você chegava no Dnit ouvia um discurso, no Ibama outro discurso, no Ministério Público Federal outro discurso e com os políticos também tinham seus discursos. E o pior é que ninguém se entendia sobre o caso da BR-319. Além disso, ninguém sabia em que patamar estava o processo burocrático. O que sabia era que já tinha sido reprovado, inúmeras vezes,  os estudos de impactos ambientais. Então por meio do nosso movimento a gente conseguiu criar um Fórum, puxado pelo Ministério Público, e a partir desse fórum a associação conseguiu fazer com que as pessoas pudessem numa mesma mesa, discutir a reabertura da rodovia. A partir da criação desse fórum, elaboramos abaixo-assinados, nós criamos aplicativos para ajudar na locomoção da rodovia. Nós também mobilizamos a imprensa. Nós fizemos carreatas, nós fizemos audiências públicas. Nós colocamos de forma transparente para a sociedade o que é como está o processo da restauração da BR-319 e o que é o processo da manutenção da rodovia e quanto de dinheiro já foi gasto em tudo isso. Também de forma transparente, mostramos que a BR-319 é  trafegável na época do verão. Muita gente acreditava que essa estrada nem existia mais. Então, por meio das redes sociais, a gente conseguiu fazer com que as pessoas conhecessem a verdadeira realidade da BR-31.

JC – presidente, falta apoio da classe política em defesa da BR-319?

André Marsílio – Acho que falta para a classe política amaonense uma união maior. Se a gente observar e utilizar como parâmetro a bancada de Rondônia e de Roraima, por exemplo, eles tratam nas reuniões de bancadas, exclusivamente a infraestrutura de seus estados, eles destinam recursos, principalmente, para as  rodovias. Aqui no Amazonas ainda não tem essa cultura. Ainda tem uma cultura de quem é o pai da criança, de quem é que vai ser o pai e resolver o problema de determinado assunto. Então, infelizmente nós temos uma dificuldade muito grande em relação a isso também e quem seja a pessoa para poder puxar esse assunto. Tem um ou outro parlamentar que puxa esse assunto mas não é a bandeira principal do mandato dele. Isso é uma dificuldade que precisa ser vencida. 

JC – Em que estágio está a BR-319?

André Marsílio – Na questão da trafegabilidade é o seguinte: no inverno de  6 meses, a gente consegue trafegar 2 dois meses, no entanto, 4 meses, no inverno fica  muito difícil rodar na BR-319. No verão a gente roda um Fusca ou num caro 1.0. Carro de passeio passa na estrada tranquilamente,  coisa que há 10 anos atrás pensar nisso era impossível de se imaginar. Na questão da parte jurídica, nós temos dois processos. O processo da restauração que é o processo da pavimentação do trecho do meio, que corresponde a 405 km. Tem também o processo da manutenção da BR-319,  em toda sua extensão. Ele é dividido em lotes. A manutenção está em vigor, a manutenção está acontecendo na rodovia. Eles estão arrumando os atoleiros, ponte quebrada, pois ainda tem muita ponte de madeira e bueiros. Qualquer bueiro que seja rompido na rodovia o DNIT tem autorização de poder consertar e garantir o mínimo de trafegabilidade na rodovia. Hoje, nós estamos nesse patamar. O processo, por exemplo, da restauração o estudo dos impactos ambientais está sendo realizado pelo DNIT. Além disso, existe o estudo do componente indígena que já está praticamente finalizado. Tem também um estudo da fauna na época do inverno, que já está também está sendo finalizado. Juntando esses dois, vai apenas faltar a construção dos dois portais na BR 319 que isso é uma das condicionantes também para liberar as  licenças. Esses portais que é uma estrutura física, vão ser construídos depois do Careiro Castanho, próximo da comunidade de Realidade. Esses portais são justamente o princípio básico da governança na rodovia. Isso para se ter o mínimo de controle de entrada e saída, pois vai passar muita gente. Os portais são instrumentos importantes para garantir que a extração de madeira ilegal, que acontece hoje por exemplo na 230 seja banido. Porque hoje, com a falta de trafegabilidade o poder público não pode estar presente, pois não tem estrutura. Com o asfalto vai ser muito mais fácil o poder público está presente. Então, a governança vai funcionar, esses portais vão funcionar, nos dando a certeza e a garantia da sustentabilidade com a segurança e o desenvolvimento, vão caminhar juntos com os portais e com todo trabalho do Estado, da União e dos municípios na BR-319. Importante salientar ainda que esses portais já estão com dotação orçamentária garantida no DNIT e quem vai construir esses portais são o Exército Brasileiro. Só falta definir quem vai cuidar desses portais. O Governo do Estado já se responsabilizou por isso, falta apenas formalizar burocraticamente com o Ibama e aí o DNIT repassar a ordem de serviço para o exército construir os portais.

JC- Diante desse quadro a esperança está renovada? 

André Marsílio – Estamos com muita convicção e é grande a esperança  de que agora realmente possa sair sim. A não ser que o Governo Federal dê aí  uma bola nas costas do povo amazonense, do povo da Região Norte. Está prevista para o dia 12 a vinda do presidente para a reunião da Suframa e nós esperamos que nessa reunião ele assine a Medida Provisória que trata sobre a licença da BR-319. Essa MP inclusive vai rever um acordo que foi feito entre o DENIT e o Ibama que colocou a BR-319, como uma estrada não pavimentada e ela nunca deveria ter sido enquadrado em estrada não pavimentada, pois ela já foi pavimentada e hoje metade dela ainda é pavimentada, em torno de 405 kms não são pavimentadas e isso não é justificativa para ter sido enquadrada em estrada não pavimentada. A MP também vai ajudar a rever essa situação e assim garantir a licença para pavimentação completa da BR-319.  Confirmada a vinda do Presidente Bolsonaro, dia 12, nós vamos mobilizar toda a sociedade, caminhoneiros trabalhadores em empresas de ônibus, produtores, políticos, pra fazer em frente a Suframa uma grande manifestação. Isso para que o presidente possa ouvir o grito de luta pela BR-319. È preciso dizer às autoridades federais e que o Presidente Bolsonaro possa entender também importância da governança. O ICMBIO, por exemplo, tem 8 unidades de conservação que para funcionar na BR-319 e não estão funcionando Só estão funcionando as unidades de conservação do Estado. Temos que seguir o exemplo da BR-174. Hoje, essa rodovia é um excelente exemplo de estrada sustentável. Todas as reservas indígenas são respeitadas. Um verdadeiro exemplo para o Mundo. 

JC – presidente como a Associação enxerga essa pavimentação total da BR-319?

André Marsílio –  A associação enxerga dentro desses viés, social e econômico. Social porque nos garante o direito de ir e vir. Social porque vai garantir que milhares de pessoas que moram ao longo da rodovia tenham seu direito de volta garantido de poder ter acesso à educação, saúde e segurança. Social por que há muito tempo, existem provas vivas disso, testemunhas oculares, a BR-319 sofreu um crime de lesa-pátria, quando a rodovia  foi explodida. Então, nós vamos estar ressarcindo um direito ao povo do Amazonas e da Região Norte do nosso País. Também tem o viés econômico porque nós acreditamos que com a BR-319, além da parte turística, trazendo muita gente pela estrada, vamos poder sair do Estado do Amazonas de um outro modal, assim como poder escoar nossa produção. Vamos ainda poder importar produção de outros Estados com opreços mais competitivos e muitos empresários que hoje são comedidos em  produzir mais, porque às vezes não consegue escoar a produção, poderá ter um outro pensamento com mais otimismo, sabendo que a sesu produtos poderão chegar muito mais longe. Produtores de laranja, abacaxi e melancia que são frutos da cadeia econômica ao longo da estrada também vão se beneficiar.  

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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