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Amazonas fecha ano estagnado nas vagas com carteira assinada

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O Amazonas fechou 2018 praticamente estagnado na geração de empregos com carteira assinada, com alta de apenas 0,02%. No total, foram criadas 78 vagas em relação a 2017, saldo da diferença entre admissões (132.032) e desligamentos (131.954). 

O desempenho do Estado, que já era pífio, desacelerou em dezembro (-0,49%), com a extinção de 2.002 postos de trabalho na comparação com igual mês do ano anterior. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados pelo governo federal nesta quarta (23).

O resultado consolidado em 2018 só não foi negativo porque o comércio puxou os números para cima, com a geração de 2.322 empregos e incremento de 2,4% sobre o ano anterior. Na sequência, vieram os serviços industriais de utilidade pública (+109 vagas) e a indústria extrativa mineral (+10), com crescimentos respectivos de 1,84% e de 2,67%.  

Os piores desempenhos vieram da construção civil (-1.456) e da indústria de transformação (-575), que registraram variações negativas de 6,08% e 0,57%, respectivamente. A administração pública (-2,41%) enxugou 257 postos de trabalho e o setor de serviços (-0,02%) extinguiu 32 vagas. 

O presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antônio Filho, atribui o desempenho dos segmentos varejista (+1.578) e atacadista (+744) principalmente às festas de fim de ano. O dirigente avalia que o resultado de dezembro só não foi melhor porque o Black Friday, ocorrido no mês anterior, canibalizou as vendas de Natal. 

“Tivemos um 2018, em que a Black Friday se estendeu por uma semana e não apenas por um dia, como ocorria nos anos anteriores. Mas, de uma forma geral, o período foi positivo para o setor, embora nem tanto para as pequenas empresas”, avaliou.

O presidente da ACA se diz otimista para 2019 e estima que parte significativa dos trabalhadores que ingressaram no setor, no final de 2018, em regime de contratação temporária, será efetivada. “É claro que tudo vai depender das medidas do governo, mas vejo que há boas perspectivas para a efetivação e para as vendas”, ressaltou.

Ataliba David Antônio Filho estranhou, no entanto, o desempenho do setor de serviços no Caged. Os números foram derrubados pelos saldos dos segmentos de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação (-2.016), de ensino (-446), de transporte e comunicações (-361) e de instituições de crédito, seguros e capitalização (-132).

 

Capacidade ociosa

Vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, tem avaliação semelhante. O dirigente, que também é titular dos sindicatos patronais dos polos metalúrgico, mecânico e relojoeiro, salienta que a produção industrial só não conseguiu acompanhar essa alta, porque o comércio estaria “muito estocado”.

“O resultado negativo é fruto de uma economia que patinou em 2018, especialmente depois da greve dos caminhoneiros. E é de se esperar que dezembro tenha sido ainda pior. Na segunda quinzena do mês, as fábricas costumam dar férias coletivas e fazer inventário. Dependendo do caso, algumas dispensam para ajustar linhas de produção”, explicou. 

Os subsetores da indústria mecânica (-655), de produtos minerais não metálicos (-360), de material de transporte (-357), de produtos alimentícios e bebidas (-317), metalúrgica (-262), e de borracha, fumo, couro e peles (-168) seguraram o desempenho anual do setor no vermelho, conforme os dados do Caged.

“A capacidade ociosa ainda é grande para termos mais contratações. Estamos em contato com as empresas, inclusive as componentistas, e as expectativas são muito positivas para este ano. Esperamos que 2019 seja melhor para o PIM, com a consequente contratação de mão de obra adicional”, ponderou. 

 

Ensaio de retomada

O diretor de Relações de Trabalho do Sinduscon/AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Amazonas), José Carlos Paiva, lembra que a média brasileira do setor foi positiva, com destaque positivo para o Sudeste e negativo para o Norte. O dirigente avalia que, embora negativos, os números de 2018 sinalizam um ensaio de retomada para que as construtoras amazonenses consigam seu primeiro resultado positivo em 2019, após cinco anos seguidos de retração.

“É claro que a retomada não virá na mesma velocidade da queda. A construção é mais impactada porque depende muito de investimento, principalmente público, que andou em baixa. O país cresceu pouco e o PIM não respondeu como esperávamos. Mas esperamos números melhores para este ano”, encerrou.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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