Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que pretende focar, no segundo turno, nas realizações de primeiro mandato. Ele disse que buscará apoio do eleitor nordestino mostrando os investimentos sociais e de infraestrutura feitos na região nos últimos quase quatro anos. Na sexta-feira (07), Bolsonaro conversou com jornalistas no Palácio da Alvorada, após receber em visita o jornalista José Luiz Datena.
Bolsonaro lembrou da inauguração da transposição das águas do Rio São Francisco, que levou água para as regiões mais áridas do Nordeste, como um benefício importante para os estados nordestinos.
O presidente também fez questão de comentar com os jornalistas que o país atravessa uma boa fase econômica, com índices positivos, incluindo queda no desemprego e alta do Produto Interno Bruto (PIB).
“O Brasil está voando na economia. Desemprego, lá pra baixo. PIB, lá pra cima. O Brasil já voltou ao período melhor que o pré-pandemia. Muitas vezes a pessoa quer mudar. Cuidado. Que as mudanças, às vezes, podem ser para a pior”, disse.
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, declarou apoio à candidatura à reeleição de Bolsonaro. Os dois se reuniram no Palácio da Alvorada, em Brasília. A senadora Doutora Eudócia (PSB) também participou do encontro e endossou o apoio ao mandatário. Eleito pelo PSB, o prefeito se filiou ao PL, partido de Bolsonaro.
“Acredito na reeleição do presidente Bolsonaro, peço que continue com esse olhar voltado para Maceió e Alagoas, de maneira especial. Nós também que defendemos as novas gerações, que pensamos no Brasil que seja menos burocrático, disruptivo e que tenha um governo como indutor de políticas públicas e que possa gerar suas próprias oportunidades”, disse o prefeito.
Bolsonaro destacou a importância dos apoios de governadores e prefeitos, em especial, prefeitos de capitais. “(João Henrique Caldas) é um jovem prefeito, tem uma alta aceitação na capital e é uma capital do Nordeste. Os prefeitos, na ponta da linha, são os que mais têm condições de mudar ou angariar votos por parte dos eleitores”, disse ele.
“Tivemos apoio de governadores de Estados com grande densidade eleitoral, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, depois vieram Paraná, Goiás, Rondônia, Acre, e assim está se fechando um grande círculo de apoio à reeleição”, completou.
Posteriormente, O presidente Bolsonaro embarcou para Belém, no Pará, onde participaria do Círio de Nazaré, que é uma manifestação religiosa católica em devoção à Nossa Senhora de Nazaré.
Nota abre Perfil
Lideranças do AM se unem a Bolsonaro
Pelo menos 80 líderes empresariais no Amazona se uniram à campanha de reeleição de Bolsonaro no segundo turno das eleições, que continuam polarizadas no Brasil. Estiveram reunidos representantes dos segmentos de restaurantes, comércio e outros setores do Estado. Organizado por Belisário Arce, da Associação PaAmazônia, o encontro aconteceu na sexta-feira (7) em Manaus, oportunidade em que foram apresentadas propostas para aumentar as intenções de voto no atual presidente.
As lideranças costuram novas estratégias que favoreçam o chefe do Planalto. Na primeira fase da corrida eleitoral pela Presidência, Lula recebeu o maior número de votos no interior. Mas em Manaus, os votantes se dividiram, mantendo o páreo equilibrado. Agora, a grande pegada é inverter a situação, abrindo possiblidades para ascensão do bolsonarismo, tanto nos municípios ribeirinhos como na capital.
Aliados
Bolsonaro e Lula costuram novas alianças. Nomes de peso já declaram apoio, respectivamente, aos dois candidatos, mostrando um contrapeso entre os aliados. FHC, Marina Silva, José Serra e Simone Tebet, só para citar alguns, definiram a sua opção pelo petista. O presidente também não fica atrás. Grandes colégios eleitorais, São Paulo e Minas Gerais fecharam com a campanha de reeleição. A briga está muito apertada, mas as últimas pesquisas indicam ainda uma preferência pelo ex-presidente.
Aliados 2
No plano regional, o governador Wilson Lima (UB) reafirma o seu apoio a Bolsonaro, fato que aparece como um grande paradoxo com o prefeito David Almeida (Avante), seu maior cabo eleitoral, na contramão. Almeida não esconde a sua indignação com os decretos presidenciais que prejudicam a ZFM. A redução do IPI divide as forças aliadas pela reeleição à Presidência. E outro indignado também se manifestou, mas em viés diferente. Alijado pelo PSDB local,Plínio Valério disse que está com o presidente.
Votos
Estima-se que 43 prefeitos do interior do Estado, onde está hoje o maior curral eleitoral de Eduardo Braga (MDB), decidiram apoiar Wilson Lima no segundo turno. Na primeira fase da corrida eleitoral, o senador só chegou à virada, superando Amazonino Mendes (Cidadania), com os votos das cidades ribeirinhas. Porém, agora o cenário estaria diferente, corroborando para uma possível reeleição do governador. Cientistas políticos, porém, dizem que não convém cantar a vitória antes do tempo. Procede.
Surpreendente
O que surpreende é ver o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) declarando apoio a Wilson Lima no segundo turno das eleições depois de manifestar tantas insatisfações com a gestão do governador do Amazonas. Ao contrário dele, Ricardo Nicolau (Solidariedade) disse que não vai apoiar ninguém na nova fase da disputa. Amargou um novo fracasso. E parece que só tem mesmo forças para atuar no Parlamento. Todas as suas candidaturas ao Executivo acabaram não vingando. Falta maior pegada.
Trunfo
Turbinado para o segundo turno, Eduardo Braga esbanja otimismo. Está confiante que pode vencer Wilson Lima tendo como trunfo o apoio de Lula. Aliás, o ex-presidente se empenha na propaganda eleitoral gratuita em mostrar que o senador é seu grande aliado para promover as transformações necessárias ao Amazonas, caso saia vitorioso da briga com Bolsonaro pela Presidência da República. Tudo ainda, porém, continua muito indefinido, mesmo com as pesquisas apontando o favoritismo do petista.
Pressão
O MEC não resistiu a tanta pressão. E acabou por recuar no bloqueio de verbas para as universidades federais. Afinal, contingenciar recursos em um cenário eleitoral de segundo turno só abalaria ainda mais a imagem do presidente da República que tenta a reeleição, favorecendo Lula, o seu oponente na polarização da disputa. E o cerco veio de todos os lados. Reitores, professores e estudantes universitários se uniram na mobilizando, alegando impactos no orçamento. Todos em defesa da educação
Pressão 2
Bolsonaro não segurou a onda. Rodeado de aliados, abandonou o tom moderado, soltando impropérios contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, e Lula, atropelando as recomendações de sua campanha pela reeleição. “Moraes, você está ajudando a enterrar o Brasil por questão pessoal. Para onde vai o Brasil com essa quadrilha do PT”, falou, com tom de voz agressivo. Agora, a grande expectativa é sobre o impacto da reação intempestiva do presidente nas intenções de voto.
Prejuízos
A cheia e a vazante dos rios sempre trouxeram grandes prejuízos à população do Amazonas. É o fenômeno necessário para o acúmulo de nutrientes, alimentando a rica biodiversidade regional. E, agora, o ciclo se repete, mas de forma inversa. Cidades ribeirinhas enfrentam muitas adversidades com a alta estiagem. A maioria dos barcos não consegue transportar alimentos e outros produtos que abastecem os municípios. Praticamente, alguns trechos de viagens entre Manaus e o interior estão inviáveis.
FRASES
“Não negociamos alianças com caciques políticos”.
Ricardo Nicolau (Solidariedade), deputado estadual, sobre o segundo turno.
“Lugar de ladrão é na cadeia”.
Jair Bolsonaro (PL), presidente, se referindo ao ex-presidente Lula.
