A falta de sensibilidade humana e profissional cria problemas de difícil administração principalmente pela existência do egoísmo e egocentrismo nas tomadas de decisões. O egoísmo é o excessivo amor aos próprios interesses e o egocentrismo a propensão que uma pessoa demonstra para referir tudo a si próprio. Isso ocorrendo, pouco de sabedoria sempre será usada, pois os interesses particulares/individuais estarão substituindo os objetivos coletivos e compartilhados, o que sempre prejudicará os resultados buscados e quase sempre ferirá a ética e costumes, colocando a educação profissional e pessoal sempre em último plano.
A falta de preocupação com o coletivo aumenta, a cada dia, entre os seres humanos. Podemos ver tal situação em toda nossa história. A falta de sensibilidade é algo de difícil controle e de responsabilidade única da pessoa. Tudo nos leva a crer que, se depender de bons exemplos para resolver esta individualidade exagerada da atualidade, não teremos muito a fazer, pois vemos na mídia políticos, profissionais e pessoas voltadas única e exclusivamente para defender seu espaço. Aqui, cabe salientar a falta de compromisso de grande parte dos envolvidos para divulgar os pontos positivos e a sede desenfreada de popularidade, fazendo com que se divulguem somente as mazelas ocorridas e existentes.
Precisamos buscar equilíbrio nas tomadas de decisões, pois assim teremos sabedoria suficiente para acertar nas escolhas realizadas. Muito podemos fazer para transformar o individualismo exagerado em ações coletivas, todavia, devemos começar por nós mesmos, a fim de iniciarmos um novo processo e podermos dar o bom exemplo. O ser humano possui a consciência e experiência de não conseguir viver só já há muito tempo, mas, na prática, caminha para a solidão. Necessitamos pensar coletivamente e agir de modo compartilhado, buscando objetivos benéficos para pelo menos a maioria dos envolvidos no processo.
Vejo que, se sairmos da inércia atual, já será um grande passo realizado em busca de um melhor resultado para o sucesso da coletividade. Vivemos em um mundo onde o individual é destacado como desafio a ser realizado e somente os melhores devem sobreviver a tudo e a todos. Nesse instante, quase sempre, a ética é colocada de lado, desrespeitada e esquecida sobre o falso pretexto da concorrência e necessidade de sobrevivência. Em nossas organizações, o egoísmo tem prevalecido e, consequentemente, prejudicado no resultado final esperado por todos.
Há uma necessidade urgente de uma reeducação profissional e pessoal frente aos novos desafios mundiais. Não sobreviveremos sem as devidas informações necessárias para continuação do processo e isso somente ocorrerá se tivermos a consciência de vivermos em coletividade tanto na teoria quanto na prática. Pensar de modo individual é saudável e necessário, todavia, fazendo de modo coletivo, é fundamental para o sucesso de cada profissional e pessoa, por isso a necessidade de grandes e competentes líderes a fim de administrar as pessoas como equipes e não somente como indivíduos independentes.
A consciência individual é fundamental para iniciarmos um novo processo de educação, buscando o compartilhamento de objetivos em todas as áreas do conhecimento humano. As pessoas e os profissionais necessitam sentir que terão apoio quando da realização de seu trabalho, pois o homem jamais viverá só. Certamente, vivemos em sociedade e devemos buscar o equilíbrio com sabedoria para evitarmos ser o exemplo negativo de egoísmo, egocentrismo e extrema falta de sensibilidade. A ética deve prevalecer em todos os momentos e precisamos exercitá-la dando o bom exemplo, pois, assim, estaremos contribuindo para a real evolução humana e, como consequência, seremos profissionais habilitados para suprir as necessidades de nosso mercado.
FLÁVIO GUIMARÃES é diretor da Guimarães Consultoria e Treinamento Empresarial, administrador de empresas, especialiasta em Empresas Públicas e Privadas, Pós Graduado