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Editorial: Educação financeira precisa começar na infância

A inadimplência continua desafiando a recuperação do comércio varejista amazonense neste ano de 2024. Dados locais da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), para o mês de março, mostram que o número de famílias com contas atrasadas segue crescente pelo sétimo mês seguido.

Essa parcela de famílias em inadimplência cresceu de 53,1% para 52,5% e chegou a 347.550 no Amazonas. Com isso, a proporção se manteve a mesma de março do ano passado (52,5%). As famílias sem condições de pagamento alcançaram 22,1% (134.868).

A inadimplência afeta diretamente o fluxo de caixa das empresas varejistas e torna os bancos e instituições financeiras mais cautelosos ao negociar empréstimos com varejistas. Isso resulta em juros mais altos e crédito mais caro para o setor.

Esse círculo vicioso dificulta principalmente a comercialização de produtos com maior valor agregado. Setores como comércio e serviços são os mais afetados negativamente pela inadimplência. Quando os consumidores perdem o crédito, a economia sofre com pouca geração de renda e, com menos dinheiro circulando, o consumo é diretamente afetado. 

Os programas de incentivo à regularização de dívidas não quitadas não têm sido eficientes no resgate desse consumidor inadimplente. O programa Desenrola Brasil, do governo federal, começou a operar no dia 17 de julho de 2023, mas até o momento tem se mostrado incipiente para reduzir a inadimplência. 

Diante do resultado pífio, o governo anunciou a prorrogação do Desenrola Brasil até 20 de maio de 2024, exclusivamente para as pessoas enquadradas na chamada Faixa 1, ou seja, que ganham até dois salários-mínimos ou estão inscritas no CadÚnico e tenham dívidas de, no máximo, R$ 20 mil.

Analistas avaliam que o consumidor brasileiro em situação de inadimplência não coloca a quitação das dívidas como prioridade diante da condição econômica considerada precária para grande parte da população. 

Outra questão a ser analisada é a questão cultural que envolve o endividamento e a inadimplência no Brasil. O brasileiro não traz de berço uma boa relação com a economia doméstica e a vida financeira. Essa deve ser uma iniciativa que precisa começar o mais cedo possível para modificar o panorama da economia nacional. 

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