Falar de Carnaval me remete aos tempos de infância e de juventude. São Paulo, principalmente Rio de Janeiro. Com meus pais. Depois, já adulto, em Envira, no meio da floresta. Desfiles, blocos de rua, confete, serpentina, bisnagas de água. Sem medo, com segurança, só beleza, animação. Lembranças de muitos momentos de alegria. Carnaval de rua e bailes a fantasia, nestes tempos que eram de inocência e fantasia. Sambas e marchinhas de Carnaval. Só boas recordações!
Depois, na década de 80 tive a oportunidade de um Carnaval inesquecível no Rio de Janeiro. Seguindo o Cordão do Bola Preta e o Cacique de Ramos, tradicionais e famosos até os dias atuais, lembro de ter encontrado o saudoso Paulo Silvino com quem tive um diálogo descontraído. E foi lá que pude ir ao Sambódromo pela primeira vez, assistir um desfile de escolas de samba, amanhecer com a Mangueira à minha frente. Lembrando de Cartola e Nelson Cavaquinho, inesquecíveis sambistas da Verde e Rosa…
Depois destes tempos de Carnaval de Alegria e Paz, já na década de 90 em diante, parece que os festejos foram afetados pela transmutação da sensualidade em erotismo, da descontração em bagunça e da tranquilidade em insegurança. Não foi uma mudança repentina, mas gradual e não total. Ainda temos bons momentos carnavalescos, em Manaus, no interior, no Brasil inteiro. Mas dependem da presença intensiva da polícia , principalmente a militar, para garantia da segurança dos foliões.
Na minha última incursão carnavalesca, num bloco de Manaus, tentaram me furtar e fiquei desgostoso. Dizem que já faz parte do processo . Enfim, não me apetece ser alvo de agressões, nem mesmo de ovos misturados com farinha. Saudades dos tempos de paz e alegria.
Desejo a todos(as) um ótimo Carnaval . Seja nas ruas, praças ou em locais fechados. Ou simplesmente numa praia, num sítio ou mesmo em casa com a família.
Viva o Carnaval! Que seja em paz e com muita alegria, celebrando a beleza de nossa cultura e criatividade.
