Com quatro meses de atraso, a indústria automobilística vai entregar, no fim de agosto, um estudo sobre a competitividade do setor para ajudar o governo na preparação do pacote de incentivos às montadoras a ser lançado em setembro. As empresas adiantaram que a projeção do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, de que a indústria precisa ter capacidade produtiva de 5 milhões de veículos até 2011 é superestimada.
Para atingir a meta, seriam necessários investimentos de cerca de US$ 12 bilhões a US$ 15 bilhões, valor estimado para um aumento de capacidade de 1,5 milhão de veículos nos próximos três anos. Nas últimas semanas, vários investimentos foram anunciados por empresas do setor, mas boa parte é para novos veículos e não para capacidade produtiva.
Hoje, as montadoras têm capacidade instalada para produzir 3,5 milhões de veículos. Este ano serão fabricados 2,8 milhões veículos e a projeção para 2008 é de 3,1 milhões, segundo estudo recente feito pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).
O documento que será levado aos ministérios do Desenvolvimento e da Fazenda e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) justifica parte do que Miguel Jorge já adiantou do pacote, como linhas especiais de financiamento para pesquisa e desenvolvimento de produtos para melhorar a competitividade da indústria brasileira. Em um comparativo envolvendo o Brasil e mais cinco países (Alemanha, Romênia, China, Índia e México), o Brasil fica em último no ranking de atratividade externa. Foram levados em conta situação da infra-estrutura de cada país, ambiente tributário, rentabilidade das exportações, competitividade dos produtos e custo de investimento, entre outros fatores.
Ao contrário das últimas queixas, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) não pede redução de impostos e nem mudança na política cambial do governo.
Montadoras discordam da projeção do governo
Redação
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