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Proximidade com o concorrente pode ser alternativa para garantir visibilidade

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“Manaus está copiando o que acontece nas principais cidades do mundo”. A afirmação é do economista José Laredo sobre a especialização geográfica, conceito utilizado no comércio para caracterizar locais que agrupam empresas do mesmo segmento, processo característico de grandes centros urbanos.
Especialistas afirmam que ao abrir um negócio, a escolha do local de atuação é fundamental. Ainda que dele, sozinho, não dependa o sucesso da empresa, um ponto ruim pode ser responsável por seu fracasso. Em ramos de compras programadas, nos quais é comum o cliente pesquisar e comparar produtos e preços, estar ao lado do concorrente costuma ser vantajoso.

Segundo José Laredo, que também é professor titular da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), a especialização geográfica, com a oferta de um produto concentrado em um determinado lugar, permite a atração de uma grande fatia do mercado consumidor. “Se as pessoas sabem que em uma única rua pode dispor de várias opções, a tendência é se deslocarem pra lá”, comentou.
Na cidade, muita gente conhece a rua das óticas, das lojas de roupas, das livrarias, embora não lembre o nome das mesmas, o que mostra a importância da escolha do ponto comercial. “Quem pensa em comprar ou consertar óculos, por exemplo, é para rua Rui Barbosa a que se dirige, o que mostra que as concentrações de empreendimentos comerciais do mesmo segmento representam grande vantagem para o empresário”, ressaltou.

Lucros dividos

Nas áreas onde há uma grande quantidade de empresas do mesmo segmento, a fatia do mercado é repartida entre os vários concorrentes, implicando na necessidade de buscar diferenciais competitivos, como nas formas de pagamento e qualidade dos produtos.
Segundo o gerente comercial da Ótica A Especialista, Márcio Pimentel, o fato de alguns lugares serem referência de um tipo de produto, como é o caso da rua Rui Barbosa, favorece as lojas do ramo por causa de fatores psicológicos. “Quando se fala em comprar óculos, é essa rua que vem na mente das pessoas. É bom para nós e para elas, pois facilita a comparação entre preço e qualidade”, disse. “A concorrência é favorável justamente por permitir a comparação, o que nos leva a buscar melhorias no nosso produto”, completou.

“A idéia é roubar a clientela dos outros”, diz gerente

Em Manaus, outros ramos do comércio e setor de serviços dispõem também de especializações geográficas, como drogarias, salões de beleza, livrarias, e outros. Para o gerente de comunicação da drogaria Santo Remédio, Roberto Dutra, a estratégia da nova rede de drogarias da cidade ao abrir uma unidade ao lado de um forte concorrente local, a rede Pague Menos, é aproveitar os benefícios da proximidade. “É uma grande vantagem atuar ao lado em empresas do mesmo segmento, pois onde elas forem defeituosas, a gente aparece. A idéia é roubar a clientela dos outros”, comentou.

Na loja da Djalma Batista, avenida com grande concentração de drogarias, os preços cobrados para compras no balcão da Santo Remédio são menores que nas demais unidades do grupo, como no bairro Parque Dez.
Para o consultor de negócios Jorge Kemel, não é só a concorrência que interessa na hora da procura pelo ponto. Segundo ele, é importante estar ao lado de quem atende a mesma faixa de público, não necessariamente vendendo o mesmo produto ou prestando o mesmo serviço. “Há empresas que se posicionam estrategicamente em regiões especializadas, com o intuito de aproveitar as oportunidades de mercado. No bairro Praça 14 é grande o número de empresas de autopeças, o que gerou oportunidades para revendedores de veículos, por exemplo.”
Kemel explicou que quem pretende abrir um negócio de autopeças, deve encontrar dificuldades se não se posicionar naquela área, o que, contudo, não inviabiliza o empreendimento. “Empresas pequenas podem conseguir bons negócios em bairros carentes desse setor. O importante é o público-alvo”, disse.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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