Os correspondentes bancários –estabelecimentos como lotéricas, farmácias e supermercados que também prestam serviços de bancos (pagamentos de contas, saques e extratos)– têm como um dos pontos principais colaborar para que haja uma redução dos custos transacionais de operações, na avaliação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Mário Torós. “Esse é um ponto que acho fundamental na agenda microeconômica do país e penso que o Brasil tem muito para andar nisso”, afirmou na última sexta-feira, durante evento realizado em São Paulo pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
De acordo com Torós, tanto os correspondentes bancários quanto a melhora da eficiência das operações de pagamento do Brasil levam claramente a uma redução de custos transacionais. “E isso tem efeito sobre a produtividade do país”, considerou o diretor.
O diretor do BC ressaltou que em localidades em que as realidades socioeconômicas inviabilizam a instalação de dependências financeiras organizadas, os correspondentes bancários têm uma importância ainda maior. “Num país com dimensões continentais como o Brasil é de fundamental importância a estruturação de mecanismos que viabilizem o acesso da população a serviços e produtos financeiros, inclusive no contexto da utilização eficiente de recursos para diversas regiões, permitindo atendimento de demandas de maneira eficaz e contribuindo no processo de inserção social”, defendeu.
“Seguramente, o mecanismo que tem se mostrado mais eficaz para ampliar a oferta de serviços financeiros nas regiões geográficas mais inacessíveis são os correspondentes bancários.” A evidência disso, segundo ele, é que em 2001 havia cerca de 1.400 municípios brasileiros sem nenhum atendimento bancário e, em 2006, havia 95 mil pontos bancários e todos os 5.564 municípios do país já estavam cobertos, de alguma forma, por algum tipo de atendimento bancário.
De acordo com dados da Febraban, houve um aumento de mais de 400% no número de correspondentes de 2000 a 2006, passando de 13,7 mil para 73 mil dependências.