A diferença entre alto e baixo clero no Congresso Nacional nunca foi tão nítida para os amazonenses quanto agora. Enquanto o senador Delcídio Amaral mantém a vantagem comparativa do Amazonas no projeto que unifica a alíquota do ICMS e todo Brasil, mesmo sabendo que seu Estado, o Mato Grosso do Sul, não teria esse privilégio, o deputado Júlio César, do Piauí, apresenta emenda ao projeto que prorroga a Zona Franca de Manaus, reduzindo de 50 para 10 anos o prazo de vigência.
Delcídio trabalhou olhando para as desigualdades regionais e entendendo a essência do projeto enviado pelo governo federal ao Congresso. Júlio trabalha com a vingança. Tudo porque seu Estado perdeu uma vaga na Câmara Federal em função de uma ação movida no Tribunal Superior Eleitoral pela Assembleia Legislativa do Amazonas.
O senador tem noção da grandeza da Nação e olha para o Congresso como um campo onde se discutem as questões que vão balizar a vida em sociedade. O deputado é incapaz de olhar além do próprio umbigo, usa o Parlamento como banco de barganha, trabalha sempre no varejo para se dar bem no atacado.
Aqui no Amazonas Júlio César causou um enorme constrangimento ao governador Omar Aziz. Membro do PSD, ele ataca a Zona Franca logo após a solenidade em que o presidente de sua legenda, Gilberto Kassab, garantiu apoio à prorrogação do modelo, nos moldes como sugerido pelo governo federal.
Este é o risco que grandes lideranças correm ao recrutar quadros inconfiáveis, que circulam pelo baixo clero em busca de migalhas. Infelizmente, eles constituem a maioria do Congresso. Cabe agora ao PSD enquadrar esse rebelde, ensiná-lo a ser homem de partido. Se não fizer isso, Kassab estará desmoralizado no Amazonas e até na própria legenda, já que estará dando uma prova de que não controla suas fileiras e que uma ordem unida sua não é acatada automáticamente.
Apoiar a Zona Franca foi um gesto digno de aplausos. E esse JC aplaudiu. Fazer valer o discurso é melhor ainda.
Delcídio e César: dois pesos, duas medidas
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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