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Pesquisa sobre tuberculose deve ter prioridade no Amazonas

Com o primeiro lugar no ranking de casos de tuberculose no país, o Amazonas agora sai na frente também no incentivo e apoio a pesquisas voltadas para o combate à doença. É nesse sentido que a Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) está destinando R$ 1 milhão, por meio do PPSUS (Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde), com o propósito de reverter a incidência da doença no Estado.
Para se ter uma ideia, a cada 100 mil pessoas, 68,93 têm a doença no Amazonas, média superior à do Rio de Janeiro (66,56), o que traduz a realidade calamitosa da região segundo dados do Ministério da Saúde. Entre os principais segmentos da população mais atingidos pela doença estão os povos indígenas, portadores da Aids, presidiários e moradores de rua. Além destes, populações mais carentes e isoladas também são alvos da tuberculose por terem dificuldades em comprar remédios e até de se deslocarem até um posto de saúde mais próximo.
“A expectativa é de que, com esse foco maior na pesquisa, tenhamos respostas para tirar o Estado dessa posição”, afirmou o diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena. Além do edital, já lançado pela fundação em seu site, Sena adiantou que está negociando com a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro) uma parceria para lançar um edital para pesquisas cooperativas entre as duas unidades federativas.
A projeção é para que esse edital seja lançado no início do próximo ano. O diretor-presidente da Fapeam destacou que a integração com pesquisadores daquele Estado é um dos pontos positivos para o avanço dos estudos sobre a tuberculose.

Estado lidera estatísticas da doença

Com o propósito de contribuir para o incremento científico e tecnológico no país e para a redução das desigualdades regionais na área da saúde, o Ministério da Saúde, por intermédio do Decit/SCTIE (Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos), vem desenvolvendo atividades de fomento descentralizado à pesquisa nos 27 Estados da Federação, por meio do PPSUS.
As propostas aprovadas nesta edição serão financiadas com recursos de capital, de custeio e bolsa, na proporção de 40% e 60% (no que se refere ao recurso federal), respectivamente e com recursos de custeio e bolsa (no que se refere ao recurso estadual). Já foram realizadas duas edições do PPSUS, em 2004 e no biênio 2006/2007.
Dos R$ 3 milhões destinados ao edital, o Decit/SCTIE repassará R$ 2 milhões ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e R$ 1 milhão à Fapeam, voltados totalmente para pesquisas na área de tuberculose. O projeto aprovado terá valor máximo de R$ 130 mil para gastos com custeio, capital e bolsas, destinados ao cumprimento exclusivo de suas atividades.
Até o próximo dia 23 de novembro de 2009, a Fapeam vai divulgar o resultado na página eletrônica da Fapeam. A contratação das propostas aprovadas vai acontecer a partir de dezembro deste ano.

Incidência no Brasil

No Brasil, 70% dos casos estão concentrados em 315 dos 5.565 municípios. As maiores incidências estão nos Estados do Amazonas (68,93 por 100 mil), Rio de Janeiro (66,56), Pernambuco (47,69), Pará (43,05) e Ceará (42,60). A região Centro-Oeste é a que apresenta as menores taxas do país –em Goiás, são 13,88 por 100 mil habitantes. No Distrito Federal, 13,82 por 100 mil.
A incidência entre os homens (em torno de 50 por 100 mil) é o dobro da registrada entre as mulheres. Já as populações mais vulneráveis são as indígenas (incidência quatro vezes maior do que a média nacional); portadores de HIV (30 vezes maior); presidiários (40 vezes maior); e moradores de rua (60 vezes maior). No entanto, há ocorrências em todos os segmentos da sociedade, independentemente da renda ou da escolaridade.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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