O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comentou hoje as mudanças nos depósitos compulsórios anunciadas na noite de ontem e afirmou que “não há novas mudanças à vista, na medida em que essas normas foram prorrogadas por seis meses.” “O horizonte de seis meses está definido”, disse.
Em evento no Lide (grupo de líderes empresariais), em São Paulo, Meirelles ressaltou, porém, que “o Banco Central, evidentemente, sempre pode fazer qualquer alteração para cima ou para baixo, a qualquer momento, mas dá uma indicação do horizonte de seis meses.”
As mudanças anunciadas ontem atingem os depósitos a prazo feitos pelos clientes (como o CDB, por exemplo) e segundo nota do BC ocorreram para ‘atualizar as regras à luz das condições atuais da economia brasileira”.
Pelas novas regras, os bancos só poderão abater da parcela do compulsório recolhida em dinheiro ativos comprados de bancos com patrimônio de até R$ 2,5 bilhões -anteriormente era permitido o abatimento de aquisições de instituições de até R$ 7 bilhões.
As medidas afetam diretamente os bancos médios, mas, de acordo com Meirelles, não vão prejudicá-los. “Os bancos médios hoje já estão tendo a sua condição de captação absolutamente normalizada. E não haveria a necessidade de manutenção disso [as medidas]”, disse.
Para evitar que a medida aumente o valor dos depósitos no Banco Central, diminuindo a liquidez no mercado, a autoridade monetária decidiu diminuir o percentual obrigatório do compulsório sobre depósitos a prazo de 15% para 13,5%.
Dentro desse percentual, a parte recolhida em espécie foi reduzida de 60% para 55%, enquanto a parcela em títulos aumentou de 40% para 45%. O prazo para a dedução desses ativos foi prorrogado de 30 de setembro para 31 de março de 2010.
“Não há novas mudanças planejadas”, diz Meirelles sobre compulsórios
Redação
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