O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na sexta-feira, em discurso na abertura da 37ª Reunião de Cúpula do Mercosul, que os países da região se tornem independentes dos “humores” dos grandes bancos internacionais. Lula mencionou que dois instrumentos permitirão o financiamento próprio do Mercosul: o Banco do Sul, que deve começar a operar em breve, e o SML (Sistema de Comércio em Moeda Local). “Precisamos educar nossas empresas a gostar das nossas moedas e a não precisar tanto de dólares como hoje”, afirmou. “Nossa liquidez não pode depender dos humores dos grandes bancos internacionais”, completou.
Em defesa do bloco, Lula argumentou que o dinamismo no comércio Sul-Sul, especialmente nas trocas entre os sócios do Mercosul, foi definitivo para amenizar os impactos da queda da demanda dos países desenvolvidos. O Mercosul, dessa forma, teria assumido a função de “poderoso indutor do crescimento” e se tornado um “fator anticíclico”. “Mas necessitamos de mais integração produtiva, energética e de infraestrutura”, completou.
O presidente aproveitou o discurso para reiterar que a saída para a crise econômica mundial se deu em função da ação mais efetiva do Estado do que dos mercados e que a América Latina resistiu a seus efeitos porque fez “o contrário do que nos recomendavam”.
Lula defende que Mercosul seja menos dependente
Redação
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