Passar mais tempo dentro de casa em decorrência do novo coronavírus fez com que os brasileiros buscassem formas de repaginar o lar. O varejo de materiais de construção, por exemplo, registrou aumento nas vendas durante a pandemia, impulsionado por reformas feitas para incrementar ou adaptar os lares. Outro setor que cresceu no período foi o mercado de plantas – alguns produtores chegaram a registrar aumento de 20% nos negócios, de acordo com o Ibraflor.
Florir a casa e cuidar das plantas se tornou uma válvula de escape para o estresse e a ansiedade causados pela pandemia. A atividade, muito comum na Europa, é conhecida por ser terapêutica e deixar o ambiente mais leve. Por isso, em 2020, até as plantas verdes, que não possuem flores, ganharam espaço nos lares brasileiros.
Olga Jaqueline Los Kassies, descendente de holandeses e produtora de flores no Paraná, conta que o cultivo de plantas faz parte da cultura de muitos países europeus e são uma forma de trazer alegria. “O cultivo das flores se torna uma paixão. Na Holanda, após o inverno, as pessoas querem florir seus jardins com cores, trazendo vida e alegria.” É esse sentimento que fez o setor crescer no Brasil durante a pandemia.
Adaptação do mercado
A forma de comercialização de plantas teve que ser repensada durante a pandemia, o resultado disso foi uma aproximação com o consumidor. Olga, que cultiva gysophila e boca de leão conta como achou uma saída. “Para manter as vendas, decidi arriscar e colocar o produto com preço de atacado direto para o consumidor em formato de autoatendimento em alguns estabelecimentos como posto de gasolina e supermercado”, diz.
O aumento do interesse pelas plantas e essa aproximação prometem bons números para o setor neste ano. Segundo o Ibraflor, a mudança no perfil de vendas, agora voltadas para a ornamentação das casas, e os novos formatos de compra, como o delivery, devem impulsionar o mercado para um crescimento de 5% em 2021.