O WhatsApp é a ferramenta mais utilizada para o atendimento virtual nos tribunais brasileiros, aponta pesquisa do Centro de Pesquisas Judiciárias da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Foram ouvidos 1.859 juízes e juízas entre 8 de fevereiro e 8 de março, com o objetivo de avaliar a transformação digital da prestação jurisdicional no Brasil e analisar a utilização de novas tecnologias de informação e de comunicação.
Os servidores do Judiciário oram consultados sobre três ferramentas: o Balcão Virtual, o Juízo 100% Digital e o Núcleo de Justiça 4.0.
O Balcão Virtual foi implementado em fevereiro de 2021 por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como forma de manter o atendimento no contexto da pandemia. O objetivo é permitir “imediato contato com o setor de atendimento de cada unidade judiciária, popularmente denominado como balcão, durante o horário de atendimento ao público”.
Das três medidas avaliadas, o Balcão Virtual é de longe a mais incorporada ao Judiciário. Dos magistrados ouvidos, 82,41% (1.532) disseram usar essa modalidade de atendimento, ante 12% que não utilizam. Dos 223 que disseram não fazer uso, 39 declararam que a conexão à internet de seus tribunais é ruim ou péssima.
Dos que responderam usar bastante, 859 declararam o WhatsApp como a ferramenta mais recorrente. Na sequência vem o Microsoft Teams (550), o Zoom (428) e o Google Meet (257). Apenas 99 afirmaram usar de forma predominante ferramenta desenvolvida pelo próprio tribunal de atuação.
Um dos magistrados que respondeu o questionário sem se identificar destacou a facilidade de uso do WhatsApp. Segundo pontuou, a “maior barreira tecnológica atualmente existente para o teleatendimento é o acesso à internet”.
“Quase toda a população dispõe de um smartphone, seja próprio ou de algum conhecido. As videochamadas de WhatsApp, normalmente por estarem inseridas dentro dos planos de telefonia, inclusive nos “pré-pagos”, são leves, gratuitas e representam um grande trunfo para a realização das audiências (e atendimentos em geral), tendo em vista que os links enviados pelo sistema (software) são pesados e consomem dados de internet, o que não ocorre com o WhatsApp”, declarou.
Questionados se o Balcão Virtual é a principal forma de atuação do órgão de atuação, 35% afirmaram concordar parcialmente, e 25% concordar totalmente. Além disso, 56% declararam concordar totalmente com a afirmação de que esse tipo de atendimento pode substituir a maior parte dos presenciais.
O Juízo 100% Digital permite que todos os atos processuais sejam tomados exclusivamente por meio eletrônico. A esta plataforma, 53,90% (1.002) declararam ter aderido, ante 41% que não aderiram.
Dos que utilizam, 68% concordam totalmente que esse tipo de prestação jurisdicional aumentou a celeridade do processo e 51% concordam totalmente que ampliou o acesso da população.
Já aos Núcleos de Justiça 4.0 a adesão é bem menor, de apenas 8% (100) dos entrevistados. Enquanto o Balcão Virtual trata das questões mais administrativas e o Juízo 100%, das processuais, no Núcleo de Justiça 4.0 as ações tramitam integralmente de forma eletrônica, inclusive com audiências por videoconferência.
De acordo com o levantamento, 23% (294) dos magistrados sequer conhecem a modalidade.
Apoiaram a pesquisa o Laboratório de Acesso À Justiça e Desigualdade da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (Lades/UnB) e o Colégio Latino-Americano de Estudos Mundiais da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso/Brasil).
WhatsApp é a ferramenta mais utilizada para atendimento virtual do Judiciário
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:
Qual sua opinião? Deixe seu comentário
Notícias Recentes
Morre o cantor Anderson Leonardo, do grupo Molejo
26 de abril de 2024
Manauara Shopping lança promoção com maior prêmio de sua história
26 de abril de 2024
Incêndio mata 10 pessoas em pousada de Porto Alegre
26 de abril de 2024
Evento destaca o turismo espanhol e busca incentivar o intercâmbio
25 de abril de 2024
Editora Valer lança mais um livro sobre as serigueiras e os seringais
25 de abril de 2024