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Volume de cargas no Amazonas segue em queda

Dados da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), revelam que em maio, o Amazonas registrou queda de 21,88% em comparação ao mesmo período do ano passado no fluxo de cargas transportadas. Foram dois milhões de cargas que movimentaram os portos privados. 

A retração na atividade persiste desde o início deste ano. Nos meses de janeiro a maio, por exemplo, a movimentação apontou que cerca de 11,9 milhões de toneladas de itens foram transportados, o decréscimo foi de 8,35% em relação ao fluxo de cargas transportadas nos primeiros cinco meses de 2020.

Ainda de acordo com o estudo da Antaq, foram desembarcadas mais de 1,1 milhão de toneladas de produtos no Estado, no mês de maio, o que representa um resultado de 21,45% inferior considerando maio de 2020. Em relação ao volume de cargas embarcadas a redução foi de 22,46%, totalizando 889,7 mil toneladas.

O cenário que vem representando quedas consecutivas dá sinais claros que a atividade sofreu drasticamente os efeitos da pandemia. Na avaliação do  diretor do Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas), Dodó Carvalho, a crescente dificuldade em alguns setores, responsáveis pelo abastecimento dos insumos, fez a indústria apresentar fraco desempenho  atrelada, justamente, ao ressuprimento dos insumos. O que reflete no movimento de cargas no Estado. “O comprometimento dos insumos para essa cadeia, em razão da crise sanitária global, fez chegar pouca quantidade de cargas no Amazonas. Se chegou menos insumos, saíram menos produtos acabados”.

A persistência dessa retração no semestre, é atribuída ao rigor da cheia deste ano que limitou o consumo no interior. “As famílias foram impactadas e comprometeram a diminuição do volume de cargas. Quando você observa essa queda a gente sabe que a economia do Amazonas não anda bem”.

Carvalho menciona que a arrecadação do Estado do Amazonas é crescente, porém o movimento de cargas e de insumos foi menor e diz que isso ocorreu porque houve uma valorização no preço da mercadoria. “A arrecadação do Estado aumentou até porque os combustíveis tiveram reajustes, mas o volume de cargas é menor, ou seja, é o preço do produto acabado como do combustível que aumentou a arrecadação, contudo a carga com capacidade menor”. 

Ela destaca que a esperança na recuperação do segmento está no processo de vacinação aos profissionais de diversas áreas. “Não só no setor de transportes , mas no país inteiro. À medida que há a imunização a gente acredita que a economia volta a circular com mais força. Mas não apenas o aquaviário como o setor de transporte fluvial marítimo e rodoviário estão sendo vacinados e a gente acredita que deverá ter um aumento maior no consumo e também se espera das pessoas que estão sendo vacinadas na população em geral. 

Eu acredito que poderemos trabalhar com um pouco mais de segurança”, comentou.

Por dentro

Além da pandemia, é importante destacar que o setor também sofre com o volume das cheias no Estado.  A estrutura dos portos na capital foram impactadas causando grande dificuldade em suas operações.

Apesar de manterem as atividades, a maior dificuldade está na estrutura portuária daquelas áreas que atuam com o volume de carga geral. Conforme o Sindarma, entre os impactos estão a redução nas áreas de desembarque, o que deve fazer as balsas aguardarem outra embarcação se retirarem para conseguirem  atracar, além de aumentar o tempo de desembarque das mercadorias.

Itens

Entre as mercadorias mais  transportadas no período estão: sementes e frutos oleaginosos, grãos sementes, plantas industriais ou medicinais (953.238 toneladas), contêineres (437.544 toneladas), combustíveis e óleos minerais (287.348 toneladas), dentre outros.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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