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Sintomas da Covid-19 voltam a cair nos amazonenses

Volta a cair total de amazonenses com sintomas da Covid-19

A quantidade de habitantes do Amazonas que sentiu sintomas associados à covid-19 voltou a cair entre agosto e setembro, passando de 52 mil (1,3% da população) para 34 mil (0,8%) –bem abaixo da marca de maio (356 mil, ou 8,8%), no auge da pandemia. O número de amazonenses que já fez testes para diagnóstico da doença subiu de 354 mil (8,7%) para 414 mil (10,2%). Em 4,1% (167 mil) dos casos, o diagnóstico foi positivo.

Em paralelo, caiu de 194 mil para 157 mil a quantidade de pessoas que não fizeram restrições de contato para prevenir o contágio da covid-19. Pelo menos 41 mil procuraram atendimento médico –contra os 48 mil de agosto. A demanda seguiu reprimida, pois 87,9% não contam com plano de saúde –proporção menor do que os 89% do mês anterior. 

Em 42 mil dos domicílios do Amazonas, ao menos um morador buscou empréstimo para enfrentar a pandemia e conseguiu –mais do que em agosto (41 mil). As fontes dos financiamentos foram bancos ou financeiras (32 mil ou 74,6%), parente ou amigo (10 mil ou 22,7%), ou mesmo o patrão/empregador (1.000 ou 1,4%) Os dados estão na Pnad Covid-19, divulgada pelo IBGE.

Em setembro, 3,8% (155 mil) tiveram algum dos sintomas pesquisados de síndromes gripais. Ficou bem abaixo das marcas de agosto (194 mil ou 4,8%), julho (206 mil ou 5,1%), junho (342 mil ou 8,5%) e maio (764 mil ou 18,9%). No mesmo mês, 34 mil pessoas (0,8%) sofreram sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à doença, como perda de olfato/paladar, febre, tosse, dificuldade ou dor no peito. Houve nova queda em relação a agosto (51 mil e 1,3%), julho (55 mil e 1,4%), junho (148 mil e 3,7%) e maio (356 mil e 8,8%).

Entre os domicílios do Estado onde vivia, no mínimo, um habitante considerado “idoso” (252 mil), 5.000 tinham pelo menos uma pessoa com sintomas conjugados e que poderiam estar relacionados à covid-19. Em agosto, havia 29 mil domicílios com habitantes com 60 anos de idade ou mais nessas condições e, em julho, foram registrados 32 mil domicílios.

Ao contrário do ocorrido no mês anterior, a região Norte foi a que apresentou a segunda maior proporção de pessoas com algum sintoma conjugado que poderia estar relacionado à doença (0,8%), perdendo apenas para o Centro-Oeste (1%). Na sequência vieram Sul (0,5%), Sudeste e Nordeste (ambos empatados com 0,4%). Os Estados do Norte do país registram retração nos sintomas conjugados desde maio (8,8%).

Testes e comorbidades

Em termos de testagem, o Amazonas ocupa a 14ª posição no ranking nacional. Em torno de 203 mil pessoas realizaram o teste através de furo no dedo, 157 mil por exame de sangue, e 95 mil pela coleta da saliva. Foram realizados em maior proporção entre as mulheres (50,8%), em detrimento dos homens (49,2%) e especialmente por pessoas de 30 a 59 anos, que representaram 49,6% dos testes realizados do início da pandemia até setembro. 

Quanto maior o nível de escolaridade e renda, maior foi o percentual de pessoas que buscou fazer algum teste. Pessoas sem instrução ou limitadas ao ensino fundamental representaram 7% desse público, enquanto os amazonenses com ensino superior ou pós-graduação, representaram 21,6% do total. A fatia com renda inferior a meio salário mínimo representou 7,3%, ao passo que a parcela que ganha quatro mínimos ou mais chegou a 36,1%.

Outro dado positivo é que a quantidade de habitantes do Amazonas com alguma comorbidade que pode agravar o quadro clínico do paciente com covid-19 diminuiu de 9,5% para 7%. Hipertensão foi o registro mais frequente (60%). As outras foram diabetes (27%), asma, bronquite ou enfisema (24%), doenças do coração (9%); depressão (6%); e câncer (2%). O percentual de amazonenses com alguma dessas doenças que testou positivo foi de 7% (28 mil), até setembro.

‘Relaxamento social’

Houve um novo relaxamento nas medidas tomadas para restrição de contato a despeito das que declararam não ter feito continuidade da pandemia. A quantidade de pessoas que dizem não ter tomado nenhuma medida nesse sentido encolheu de 194 mil para 157 mil. Jovens de 14 a 29 anos de idade lideraram as estatísticas dos amazonenses que não fizeram qualquer restrição de contato (34,4%), seguidos pelos que têm entre 30 e 49 anos (30,5%).

Houve alta, contudo, no grupo de habitantes que reduziu contato, mas continuou saindo de casa e/ou recebendo visitas –de 1,810 milhão para 2,132 milhões. Na outra ponta menos pessoas ficaram em casa só saindo por necessidade básica (1,290 milhão) ou ficaram rigorosamente isolados (452 mil) –ambos com quedas em relação ao mês anterior. 

Aumento da vulnerabilidade

Na análise do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, o aumento no número de pessoas que informaram ter feito exames para diagnóstico da covid-19 é fruto da maior oferta dos testes na rede pública, privada e no comércio. O pesquisador diz que as síndromes gripais vêm perdendo força, provavelmente em função do uso massivo de máscaras, ou do consumo de medicamentos e alimentos de combate às viroses, mas ressalta que a população relaxou no distanciamento social. 

“Os dados de setembro também informam que foi menor a proporção de pessoas que apresentaram alguns dos sintomas e tiveram a iniciativa de procurar atendimento em estabelecimento de saúde. Quanto às medidas para restrição de contato, a pesquisa mostra que aumentou bastante o grupo de pessoas que continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas, indicando que vulnerabilidade da população cresceu em setembro”, finalizou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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