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Vida indígena será atração turística

Para fazer um resgate ancestral cultural e gastronômico serão produzidas casas indígenas que irão integrar o projeto “Nosso Centro” no conhecido marco zero da capital. A Prefeitura de Manaus elaborou um plano, em parceria com comissões indígenas a fim de revitalizar uma área histórica com a criação da Casa dos Saberes e Casa dos Fazeres, no entorno da praça Dom PedroII, fazendo resgate ancestral, cultural e gastronômico nos espaços. 

A iniciativa faz parte de uma ação compartilhada entre a Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime) e Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Fundação de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e Conselho Municipal de Cultura (Concultura). Os tecnicos vêm realizando vários encontros e intervenções com representantes e vozes indígenas da capital, visitas técnicas in loco que irão ajudar a definir estratégias de ações e processos de ocupação para o Centro Histórico e sua revitalização, com foco em empreendedorismo cultural, artes, gastronomia, eventos e turismo. 

A Casa dos Fazeres terá um papel para fomentar negócios, empreendedorismo e resgatar traços culturais dos povos a partir do artesanato, sendo ainda palco para realização de oficinas e eventos. A Casa dos Saberes será mais dedicada ao conhecimento tradicional, à medicina e à importância das ervas e atendimento por pajés, por exemplo. A Casa dos Fazeres terá espaço para os artesãos confeccionarem seus produtos e venderem diretamente a turistas.

A Casa dos Saberes será usada para a medicina tradicional, utilizada por pajés, parteiras e pelos benzedores. É um importante passo para se conhecer mais a nossa cidade, nossos povos e lugares sagrados. Manaus nasceu dos povos indígenas e esse reconhecimento é especial para nossa ancestralidade”, destacou Ludimar Kokama, da Copime. 

Para o engenheiro Carlos Valente “Três eixos primordiais compõem o projeto “Nosso Centro”: o “Mais Vida”, “Mais Negócios” e “Mais História”. Dentro deste contexto, a proposta da Comissão Indígena de criar as casas está totalmente integrada ao projeto que resgata os traços culturais da cidade, potencializando as atividades econômicas dos povos indígenas, como o artesanato, a gastronomia, ervas medicinais, toda a temática”, definiu o diretor-presidente do Implurb

O projeto “Nosso Centro” está em fase de negociação técnica e será apresentado nos próximos meses, com desenhos arquitetônicos e alinhamento institucional. “Nossas essências, quando falamos de culinária amazonense, pensamos num pato no tucupi, uma caldeirada. Nosso registro gastronômico é eminentemente indígena. Grandes chefs, internacionais inclusive, utilizam esses ingredientes como o novo caminho para as Índias em termos de especiarias para dar o diferencial. Levam tucupi, jambu, cumaru. São ingredientes e princípios indígenas presentes em frutas, raízes e condimentos. Precisamos aprender a valorizar, resgatar e não perder essa memória real”, comentou o diretor do Implurb. 

“A reurbanização do Centro Histórico passa por todo o processo de modernização, sem esquecer o conhecimento tradicional, onde se entende a Ilha de São Vicente. Estabelecemos então o Distrito da Indústria Criativa, com todos os polos e setores inseridos na cadeia produtiva”, reiterou o presidente da Manauscult, Alonso Oliveira. 

No dia 19 de abril, a Prefeito David Almeida inaugurou, na Praça Dom Pedro II, via projeto da Manauscult, a Aldeia da Memória Indígena. Uma comissão Indígena foi formada para a criação do Memorial, além do memorial, foi entregue um mural de 34 metros, pintado pelo artista Fábio Ortiz, representando o mapa das calhas dos rios, o guerreiro Ajuricaba, os Manaós e o cemitério indígena na visão do colonizador. A comissão é formada pela Copime, Centro de medicina indígena Bashserikowi, uma associação do Alto Rio Negro, e algumas lideranças de vários bairros de Manaus, todos ligados à coordenação. 

Plantas comestíveis pode virar atrativo 

O sonho de muitas pessoas é cultivar uma horta, um jardim florido ou uma variedade de plantas que curam e consumir alimentos e temperos colhidos diretamente de um jardim. Pensando na necessidade da alimentação de Panc’s (Plantas Alimentícias Não Convencionais) e no uso de plantas medicinais da Amazônia, surge a ideia do ex-construtor e nasturalista Joaquim Gouveia, para transformar paredes das fábricas bem como diversas áreas no entorno do PIM em plantações comestíveis e medicinais.

Além de ser uma prática bastante saudável e divertida, cultivar alimentos e temperos também é uma forma das pessoas se conectarem com a natureza e com a produção de alimentos saudáveis, ganhando mais qualidade de vida e economizando. 

Uma das melhores opções é o sistema de  jardim vertical, que não ocupa muito espaço e ainda proporciona todos os benefícios de ter uma horta urbana, proporcionando um sistema térmico natural para o interior das grandes fábricas do Distrito Industrial de Manaus. 

Plantas Alimentícias Não Convencionais são plantas com potencial alimentício e desenvolvimento espontâneo, porém não são consumidas em larga escala ou são utilizadas apenas em determinada região. Um exemplo é a Vitória-régia, que é uma planta que contém um fruto alimentício, mas poucas pessoas sabem disso. 

Foto/Destaque: Divulgação

Soraya Cohen

é editora da coluna Turiscando
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