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Comunitário RDS Rio Negro ganha o prêmio Casa Vogue e Design 2021

O artesão ribeirinho Manoel Garrido, que vive em uma comunidade na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, é um dos vencedores do Prêmio Casa Vogue e Design 2021, com a coleção de vasos e bowls de madeiras intitulada “Tumbira”.

A coleção compõe o projeto Amazonas Sustentável organizado em conjunto pela Fundação Amazônia Sustentável (FAZ) e o Instituto A Gente Transforma (AGT), do renomados arquitetos Marcelo Rosenbaum e Fernanda Marques, em parceria com a Petrobras.

Ao todo, a coleção é formada por cinco vasos e três bowls, de 10 a 27 cm de altura confeccionados com madeira Roxinho que foi retirada de forma sustentável da floresta por meio de resíduos de madeira dos manejos florestais de pequena escala.

Conversando com algumas pessoas sobre artesanato, souberam do trabalho de Manoel. Foi assim que surgiu a oportunidade de integrar a parceria em colaboração com o Instituto A Gente Transforma, projeto de Rosenbaum que usa o design para expor a alma brasileira, um mergulho na cultura dos povos que formam o nosso país.

O talento para esculpir madeira é herdado da família. Manoel é filho de um conhecido construtor de barcos da região e transformou a oficina que pertencia ao saudoso pai em uma marcenaria. Um dos grandes diferenciais do ateliê é um torno – máquina-ferramenta que permite dar forma – feito com motor de caminhão, uma invenção do próprio artista.

As formas fluídas e a cor vibrante dos vasos são algumas das características que tornam únicas as peças da coleção Tumbira. É resultado de um trabalho dedicado do artesão Manoel Garrido na madeira roxinho, também conhecida como amarante, coataquiçaua, pau-roxo, pau-mulato e roxinho-pororoca.

Todas as peças da coleção ‘Tumbira’ estão sendo comercializadas em São Paulo, segundo informou o artesão, que concorreu com outros 54 finalistas da 5ª edição do Prêmio Casa Vogue Design, um dos mais importantes do Brasil, distribuídos em 11 categorias, entre bienais Cozinhas e Closets e Louças e Metais. Os vencedores foram escolhidos por um júri de experts e por meio de Voto Popular  na internet.

Acesse o site www.casavogue.com.br.

A arte sustentável que já faz parte da vida dos amazonenses ganhou reconhecimento nacional, com o reconhecimento de um ribeirinho que se tornou um dos vencedores do Prêmio Casa Vogue e Design 2021.O trabalho e os resultados de Manoel Garrido servem para inspirar outros artesãos do Projeto Amazonas Sustentável. A iniciativa incentiva a utilização de resíduos de madeira dos manejos florestais de pequena escala, que antes não tinham valor comercial, e transformá-los em produtos de origem florestal com valores agregados, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1, 8, 12 e 13 – erradicação da pobreza; trabalho decente e crescimento econômico; consumo e produção responsáveis; e ação contra a mudança global do clima, respectivamente.

Hotel no Rio Negro é destaque na Bienal de Arquitetura de Veneza

O conceito da obra se define como se fossem “sementes” na floresta em equilíbrio entre o interior e o exterior – Foto: Divulgação

Na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza, que segue aberta ao público até 21 de novembro com exposição de nove projetos arquitetônicos em andamento na Amazônia, o Atelier Marko Brajovic representa o Brasil e entre os trabalhos está o Mirante do Madadá – um hotel estiloso às margens do rio Negro em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas, que promete causar uma verdadeira imersão na maior floresta tropical do planeta. O complexo turístico é composto a partir do modelo de turismo de base comunitária, que destaca o trabalho das famílias ribeirinhas da região.

O hotel possui 12 acomodações e contempla recepção, longe, bar e restaurante, espaços expositivos e uma piscina de borda infinita, construído com base na topografia do terreno e respeitando a vegetação do local, ligadas à construção principal por passarelas, com a assinatura de interiores da arquiteta Marília Pellegrini.

A Casa Cura é uma concepção de hotel sustentável que compõe o complexo turístico, construído numa área mais no coração da floresta dedicado a práticas dos povos da floresta com representantes indígenas da comunidade local. Possui um formato inspirado na vitória-régia, planta aquática típica da Amazônia que possui importância mitológica. Nesse espaço será usados para a yoga, massagens, banhos ayurvédicos entre outros. Áreas concebidas como se fossem “sementes” na floresta, buscando um equilíbrio entre o interior e o exterior e seguindo uma arquitetura biomimétrica que busca compreender como a natureza é adaptada. 

Bienal de Veneza

A edição 2021 da Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza tem como tema “Como Viveremos Juntos?”, que traz soluções para os problemas atuais do mundo. Num total de 110 participantes de 46 países, o Brasil é representado por Marko Brajovic com a exposição Amphibious – vivendo entre a água e a terra na Amazônia

Nessa mostra, o curador do evento, Hashim Sarkis, sugeriu aos arquitetos que imaginassem espaços em que todos pudessem viver juntos com generosidade. “A Amazônia é o lugar onde se discute o futuro do planeta e o objetivo é trazer luz a estas iniciativas e colaborações que apresentam possíveis caminhos de convivência”, comenta Brajovic.

Foto/Destaque: Divulgação

Soraya Cohen

é editora da coluna Turiscando
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