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Vendas de veículos no Amazonas continuam crescendo

Vendas de veículos no Amazonas continuam crescendo

As vendas de veículos automotores no Amazonas registraram o quinto mês seguido de alta mensal, entre agosto (5.099 unidades) e setembro (5.729). O incremento foi de 12,36%, dobrando a margem registrada no mês anterior (+5,07%) e permitiu o Estado superar a média nacional. Mas, embora os números tenham sido 18,61% melhores do que os de setembro do ano passado (4.830), ainda não foram suficientes para repor as perdas da crise da covid-19 e tirar o acumulado (-13,68% e 34.731) do vermelho.

Os números regionais foram disponibilizados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) neste fim de semana. As informações foram amparadas pelos emplacamentos do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), base de dados que leva em conta todos os tipos e veículos, incluindo automóveis convencionais, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas.

O desempenho do Estado veio em sintonia com os do mercado brasileiro. As vendas nacionais subiram 9,55% na comparação de setembro (328.233) com agosto deste ano (299.628). Em relação ao mesmo registro do mês de 2019 (336.901), a retração já aparece menor (-2,57%). Os 2.132.549 veículos emplacados entre janeiro e setembro em todo o país, contudo, ainda representam queda de 27,77% sobre o mesmo período de 2019 (2.952.347).

Das sete categorias listadas pela Fenabrave, quatro registraram aumento de vendas no Amazonas, na passagem de agosto para setembro – o mesmo desempenho do mês anterior. A maior alta proporcional veio do segmento de comerciais leves (+44,90% e 710 unidades), seguido por “outros” (38,46% e 36), automóveis convencionais (+26,47% e 2.680) e ônibus (+20,83% e 29). Em contrapartida, implementos rodoviários (-59,56% e 55), caminhões (-39,13% e 42) e até motocicletas (-2,60% e 2.177) amargaram quedas.

Carros de passeio seguiram como a categoria mais vendida, no mês passado. Mas, assim como ocorrido em meses anteriores, diminuíram sua fatia no bolo. Desta vez, a redução foi de 48,33% para 41,79%, no confronto com os números de setembro do ano passado. Motocicletas comparecem novamente na segunda posição e, apesar do decréscimo, seguiram na direção contrária e voltaram a elevar sua participação no bolo, de 36,10% para 39,89%, na mesma comparação.

“Euforia de mercado”

O Sincodiv-AM (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado do Amazonas) informa que os números locais devem ser levados sempre sob a perspectiva do transit time (tempo de trânsito) entre o faturamento e o emplacamento, um hiato de tempo que pode durar 30 dias, em virtude da logística de translado do veículo entre a fábrica e o Estado. Empresários do segmento, no entanto, ressaltam que o mercado reaquecido está aquecido, tanto para veículos novos, quanto para seminovos. 

O sócio e diretor administrativo da Daniel Veículos, Yuri Barbosa, conta que a alta nas vendas já vinha em escala ascendente desde julho, se manteve em agosto, e continuou em setembro. Segundo o executivo, uma vez que 75% das vendas da empresa ocorrem por financiamento bancário, pesam nesse resultado a isenção de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as operações de crédito – que continua a se estender até dezembro –  e “as baixíssimas taxas de juros”, em virtude da estabilização da taxa Selic em 2% anuais.

“Acredito que esses pontos, somados ao auxílio emergencial, que injetou muito dinheiro em nossa economia, devem fazer com que continuemos em ritmo de crescimento nas vendas de veículos leves, até dezembro. É claro que esses incentivos federais, entre outros, acabam no fim de ano. Por isso, dá para dizer que essa euforia de mercado vai até o fim de 2020. Porém, realmente não temos como prever ano como vai ser no ano que vem”, ponderou.

“Novo normal”

Na mesma linha, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, assinala, em matéria distribuída pela entidade e postada em seu site, que os meses vêm registrando retomada gradual de vendas na direção de uma readequação do mercado ao que se convencionou chamar de “novo normal”. O dirigente salienta ainda que, apesar de ter o mesmo número de dias úteis de agosto (21), o volume de setembro foi mais elevado, comprovando a expectativa de retomada dos volumes para o mercado de automóveis e comerciais leves. 

“Setembro, como já era esperado, registrou o maior volume de emplacamentos de 2020. O mercado vem se recuperando desde julho, impulsionado pela manutenção da taxa Selic em níveis baixos e pela queda de inadimplência, além da consequente melhora na aprovação de crédito. Isso vez com que os clientes voltassem a efetivar a tomada de decisão para a aquisição de automóveis. O estímulo também está atrelado à própria pandemia, que está fazendo as pessoas optarem pelo transporte individual, ao invés do coletivo”, arrematou.

Previsão é revisada, mas ainda é de queda

A performance positiva levou a Fenabrave rever suas projeções, em sua revisão trimestral, embasada pelos dados da MB Associados, consultoria econômica da entidade. A depressão economia imposta pelos meses mais duros da pandemia e pelas medidas de isolamento social tinham levado a Federação a estimar um mergulho de 35,8% para as vendas do segmento, ao final de 2020. Com a recuperação esboçada nos últimos meses, os cálculos foram refeitos e a expectativa agora é que o recuo não passe de 25,3%.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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