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Varejo local acima da média nacional em outubro

Varejo local acima da média nacional em outubro

O comércio varejista do Amazonas voltou a crescer em volume e renda nominal, em outubro, após o tombo do mês anterior. O desempenho em relação ao mesmo período de 2019 se manteve ascendente em dois dígitos e segmentos dependentes de crédito tiveram performance ainda melhor. A reerguida fez o Estado bater a média nacional em todas as comparações, a despeito do corte pela metade no auxílio emergencial – motor de vendas do setor, nos meses anteriores. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE, divulgada nesta quinta (10). 

O varejo amazonense avançou 1,8%, entre setembro e outubro, depois do decréscimo do mês anterior (-2,1%). Em relação ao resultado de outubro de 2019, o volume de vendas ainda escalou 15,4% – contra os 13,3% de setembro deste ano. Pela quarta vez seguida, desde a eclosão da crise da covid-19 no Estado, o comércio local fechou o acumulado do ano no azul (+6,8%), além de se manter ascendente no aglutinado dos 12 últimos meses (+7,3%). 

Apesar do decréscimo mensal, o Estado conseguiu escalar do 20º para o nono lugar no ranking de desempenho de vendas das 27 unidades federativas do Brasil, ficando bem à frente da média nacional (+0,9%). Bahia (+3,5%) e Piauí (+3,1%) lideraram uma lista, na qual Tocantins (-5,4%) e Roraima (-2,2%) estão nas últimas posições. No acumulado, o Amazonas se manteve acima da média nacional (0,9%), mas caiu da segunda para a terceira posição, sendo precedido pelo Pará (+8%) e pelo Maranhão (+6,9%). Em contraste, Ceará (-7,9%) e Distrito Federal (-5%) figuraram no rodapé. 

A receita nominal do setor – que não considera a inflação do período – subiu 3,4% na comparação com setembro, ficando bem acima da marca da sondagem anterior (-0,4%). No confronto com outubro de 2019, o varejo do Amazonas ainda decolou 24,9%, superando também a performance de 30 dias antes (+21,1%). O saldo também se manteve no azul e em dois dígitos, nos acumulados do ano (+13%) e de 12 meses (+13,5%). As médias nacionais foram +2%, 15,9%, 4,9% e 5,1%, respectivamente.

Com a variação mensal no azul, o Amazonas escalou da 17ª para a quarta colocação. Ficou atrás apenas do Mato Grosso do Sul (+4,3%), Distrito Federal (+4%) e Paraná (+3,5%). Na outra ponta, Tocantins (-5,5%) e Roraima (-0,2%) ficaram na ‘lanterna’. No acumulado do ano, por outro lado, o Estado se segurou na segunda posição do ranking, perdendo por pouco para o Pará (+13,8%). Em sentido contrário, Ceará, Distrito Federal (ambos com -3,7%) e Bahia (-2,1%) ficaram nas últimas posições.

Veículos e construção

O volume de vendas do varejo ampliado do Amazonas – que inclui veículos e suas partes e peças, bem como material de construção – também teve desempenho positivo. O incremento nas vendas foi de 1%, na variação mensal – contra os -0,2% de setembro. No confronto com outubro de 2019, a expansão de 18,2% ficou abaixo do número anterior (+21,3%). Os acumulados do ano (+6,2%) e de 12 meses (+6,3%) também foram melhores. As respectivas médias nacionais foram de +2,1%, +5%, -2,5% e -1,4%.

Já a receita nominal do varejo ampliado subiu 2,5% em relação a setembro deste ano e cresceu 26,4% diante de outubro de 2019 – no levantamento anterior, os respectivos números haviam sido +1,1% e +27,7%. De janeiro a outubro, houve acréscimo de 11,3%, mesmo resultado apontado no aglutinado de 12 meses. O varejo nacional só ganhou do regional na variação mensal, ao pontuar +3,1%, +13,4%, +1,3% e +2,2%, na ordem.

“As vendas do varejo amazonense voltaram a subir, após a desaceleração do mês anterior. Apesar das oscilações do ano, o volume de vendas do Estado apresenta crescimento e está em um patamar um pouco acima do que se encontrava antes das paralisações em razão da pandemia. Com a volta da expansão das vendas, a tendência é que o Amazonas termine 2020 com bons números no setor”, avaliou o chefe do IBGE no Amazonas, Ilcleson Mendes, em vídeo distribuído pela assessoria local do órgão federal.

“Ano de perdas”

Diante dos números do IBGE para outubro, o presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ezra Azury, reforça que 2020 foi um ano em que as pessoas perderam liberdade, entes queridos e, agora, estão querendo mudar o tom, usando qualquer renda extra para presentear os outros a si mesmo. O dirigente lembra que o auxílio emergencial ajudou a irrigar as venda do setor, além de alavancar a cadeia econômica do Estado.

“Você pode ver que o comércio continua aquecido, especialmente em alguns segmentos. Isso também porque houve migração de consumo, já que as pessoas estão saindo menos e frequentando menos serviços de salões de beleza, bares e viagens. É mais fácil comprar do que fazer alguma coisa envolva aglomerações. Tanto é que o primeiro colocado na pesquisa de intenção de compras com o 13º salario deste ano é compra de roupas e calcados, e não pagamento de dividas, como foi em 2019”, comparou. 

“Capacidade de crescimento”

Em sintonia, o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, aponta que o crescimento sobre o ano passado já revela um desempenho positivo, ao lembrar que a base dos três últimos meses de 2019 foi “surpreendente”, e dado que comércio e serviços foram os setores que mais saíram castigados pelos meses mais duros de pandemia, com fechamento de lojas durante 100 dias. Mas o dirigente lembra que o setor ainda enfrenta dificuldades.

“O ano de 2020 foi atípico. O Amazonas tem batido recordes de vendas, porque retardamos os processos, mas também demoramos para sair dessa curva ascendente. Estamos em um processo de retomada e as vendas continuam positivas, mas enfrentamos problemas de desabastecimento, nos últimos meses. Tanto que estávamos projetando uma expansão de 5% para o fim do ano e já corrigimos para 3%. Mas, apesar das perdas, nossa capacidade de crescimento é muito positiva”, arrematou.   

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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