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Valorizar a mulher também significa diminuir os suicídios

O suicídio, responsável por mais de um milhão de mortes por ano, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina, é um grave problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, é uma das principais causas de óbito no planeta, matando mais do que HIV, malária ou câncer de mama. 

As duas entidades, visando à conscientização e à prevenção do suicídio, lançaram a campanha Setembro Amarelo, criada em 2014. Cartilha publicada pelas duas entidades indica que a relação entre suicídio tentado e consumado é distinta do ponto de vista do gênero. Há aproximadamente três vezes mais mulheres do que homens a tentar o suicídio, mas os homens, em proporção similar, superam as mulheres em número de óbitos. 

Um dos fatores para essa diferença é a letalidade dos métodos usados pelos homens, que estão mais familiarizados com armas de fogo e têm mais acesso a elas, escolhendo esse instrumento eficiente com mais frequência do que as mulheres. 

O Saúde Brasil 2018, publicado pelo Ministério da Saúde, traz diversos estudos e, quanto ao risco de óbito para mulheres com notificação de violência, considerado o período de 2011 a 2016, indica que a lesão autoprovocada foi um importante tipo de violência apurado, notadamente entre as mulheres adultas (30 a 59 anos) e idosas (60 anos ou mais). Aponta também que a violência crônica tem sido considerada um fator de risco para lesão autoprovocada, o que, a seu turno, é fator de risco para o suicídio. 

A violência de gênero ainda se faz presente nas várias sociedades e a mulher vítima de violência, especialmente aquela que se repete, está mais sujeita a se autolesionar e a repetição da autolesão é um dos caminhos que leva ao suicídio. 

É através da igualdade de gênero que ocorre o processo de libertação, a significar mais mulheres trabalhando, ocupando postos-chave e também menos mulheres vítimas de violência de gênero. Logo, menos vítimas fatais, seja de feminicídio, seja de suas próprias ações motivadas tantas vezes pelo isolamento e pelo desespero. 

A conscientização a respeito de tão grave problemática é fundamental para a alteração da triste estatística que a envolve. Conscientizar para reduzir o suicídio, de homens e de mulheres. Quanto a essas, cabe a todos nós apurarmos nossos sentidos para percebermos os pedidos de socorro que ocorrem no silêncio, especialmente os das vítimas crônicas de companheiros violentos, para que nossas ações não sejam tardias. 

Foto/Destaque: Divulgação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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