O otimismo do comércio local quanto à contratação de temporários em Manaus superou a projeção da Assertem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário), cuja previsão é de que o Amazonas crie 1.485 novos empregos provisórios até o final de 2011. Enquanto isso, entidades do varejo em Manaus esperam preencher até 5 mil novas vagas temporárias entre novembro e dezembro deste ano, só na capital.
A CDL–Manaus informou que em outubro, 400 cargos temporários já foram criados e aposta que outros 500 serão preenchidos nos próximos dois meses, o que representa 1.500 postos de trabalho a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o presidente da entidade, Ralph Assayag, 50% dos contratos devem ser efetivados em janeiro do próximo ano, desde que os candidatos possuam o perfil procurado pelos empregadores. Ele aponta o bom relacionamento com os clientes como a principal qualidade buscada. “Para ocupar as vagas, procuramos pessoas que gostem de pessoas e priorizem um bom atendimento”, resumiu.
Mesmo um pouco mais tímida, a ACA (Associação Comercial do Amazonas) projeta a contratação de até 3.500 pessoas, das quais 20% devam ser efetivadas em janeiro.
Para o presidente da associação, Gaitano Antonaccio, o diferencial deste ano será o acesso à cidade pela ponte Rio Negro. “Os consumidores do interior do Amazonas farão a diferença. Com a ponte inaugurada, um número muito maior de pessoas virá a Manaus fazer suas compras pela facilidade de se chegar até aqui. Apostando nisso, muitas lojas estão abrindo e as contratações já começaram”, destacou.
Mesmo a previsão menos otimista ficou acima do dado nacional. O vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio do Amazonas, José Ribamar do Nascimento, apostou na contratação de pelo menos 2.500 funcionários, o que segundo ele já representa entre 15% e 20% a mais do quadro atual de funcionários do comércio.
Para o vice-presidente da Fecomércio (Federação do Comércio de bens, serviços e turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a projeção um pouco menor do representante do sindicato se deve ao quadro de preocupação econômica que se criou, especialmente entre agosto e setembro, trazido pela crise internacional.
“Foi o período em que a Bolsa começou a cair e o dólar a aumentar demais. Para evitar a recessão, o governo baixou os juros para incentivar o consumo, mas enquanto isso observou-se uma pequena queda na indústria e no comércio”, explanou.
No entanto, o economista acredita que com o dólar um pouco mais controlado e o consumo incentivado, a situação está melhor. “A economia brasileira está caminhando para a normalidade e tudo indica que teremos um número satisfatório de contratações provisórias”, afirmou o economista sem arriscar um palpite.
Shoppings
Entre os shoppings, a expectativa também é grande. Só no Amazonas Shopping estão previstos entre 500 e 800 novos funcionários para o período natalino, conforme informou a presidente da Alasc (Associação dos Lojistas do Amazonas Shopping Center), Mercedes Braz. Desse total, cerca de 40% deverão ser efetivados.
Ela explica que o lojista tem interesse em contratar os temporários e até substituir aqueles que não estejam rendendo bons resultados, mas o despreparo e a falta de comprometimento ainda impedem que esse percentual de contratação efetiva seja maior.
