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“Vacinas ajudam a prevenir doenças” diz Solange Dourado

A tão esperada vacina contra a covid-19 chegou, e em várias versões. Mas muita gente está com mais medo da vacina do que da doença. O Jornal do Commercio ouviu a infectologista Solange Dourado, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, para que ela explicasse como funcionam as vacinas, porque são necessárias, e que não se deve ter medo de nenhuma das que foram descobertas para combater a covid-19.

As vacinas ajudam a prevenir doenças. Elas são responsáveis por evitar adoecimentos e mortes em todas as faixas etárias. Foto: Divulgação

Jornal do Commercio: Nessa época de chuvas somos ‘atacados’ por uma série de doenças com sintomas muito parecidos (zika, chikungunya, dengue, H1N1, e pra complicar, covid-19). Como distinguir uma da outra? É necessário ir a um médico?

Solange Dourado: Identificar o agente de viroses, em especial, nem sempre é possível, por isso a ida ao médico é importante. Através do exame físico, muitas vezes se identificam sinais imperceptíveis ao paciente, mas que podem ajudar o profissional a desvendar o diagnóstico. Outras vezes será necessário lançar mão de exames laboratoriais que auxiliem na identificação da causa da infecção. 

JC: Que cuidados devemos ter para ao menos tentar evitar contrair essas doenças?

SD: Devemos estar atentos às orientações das autoridades sanitárias no sentido de uso de máscaras, higiene das mãos e não aglomeração. Essas medidas auxiliam muito em evitar doenças de transmissão respiratória, que representam grande parte das infecções deste período chuvoso em nossa região. Chamo atenção para o adequado uso das máscaras. Vemos muitas vezes pessoas com máscaras caindo e que a toda hora levam a mão ao rosto para ajuste. Assim não funciona e não cumpre seu papel de proteção.  

JC: Um dos cuidados, que serve para todas essas doenças, e está sendo muito citado agora para a covid-19 é beber muita água. Por que beber muita água?

SD: Estar e se manter bem hidratado ajuda o bom funcionamento do organismo. Em especial na terceira idade, não existe essa percepção adequada da sede. A ingestão de líquidos é sempre bem-vinda ao corpo e na região amazônica onde impera o clima quente, é imperativo.  

JC: Pegar alguns minutos de Sol, também é importante?

SD: Estar exposto aos raios solares apesar de por muito tempo ter sido considerado benéfico, hoje está cada vez mais se mostrando um hábito que requer atenção, por conta do risco do câncer de pele. O uso de protetor solar está indicado e deve ser diário.  

JC: A sra. acha que, a partir de agora, deveremos usar sempre a máscara, como em alguns países orientais as pessoas já fazem há décadas?

SD: Não sabemos até quando iremos precisar usar máscaras, mas com certeza ainda por um bom tempo. De toda forma, penso que nunca mais estaremos em locais confinados com a mesma sensação de segurança de antes. Por exemplo, em voos, o uso de máscaras deve passar a ser mais habitual. 

JC: Para todas essas doenças o tratamento é só com vacinas, ou há outros remédios?

SD: As vacinas ajudam a prevenir doenças. Elas são responsáveis por evitar adoecimentos e mortes em todas as faixas etárias, são as nossas grandes aliadas, porém, não temos vacinas contra todos os males. Para várias patologias vamos precisar de tratamentos. Algumas, por exemplo, a gripe, temos uma vacina e também algumas terapias. Mas para outras doenças, somente medicamentos. 

JC: Então a vacina é preventiva, e não curativa?

SD: De modo geral são preventivas. Elas ensinam nosso organismo a produzir anticorpos que vão protegê-lo contra determinadas doenças. Em algumas situações se lança mão de vacinas com intuito terapêutico. O ideal é que todas as pessoas sejam vacinadas respeitando os calendários já elaborados pelo sistema de saúde. No Brasil temos o PNI (Programa Nacional de Imunização), que distribui uma série de vacinas desde a infância até a terceira idade. Toda pessoa que mantém seu cartão de vacinas atualizado, está bem protegido contra inúmeras doenças.   

JC: Por que tantas vacinas contra a covid-19? No final, todas são a mesma?

SD: Na ânsia de buscar soluções, vários grupos se prontificaram a desenvolver a tão esperada proteção. Os voluntários apareceram e as verbas financiadoras da mesma forma, oriundas de todos os lados fizeram acontecer o que nunca antes havia sido experimentado: produzir em tempo recorde uma vacina e imunizar toda a população terrena. E o resultado está aí. Uma série de testes bem sucedidos e vários imunizantes (vacinas) disponíveis. 

JC: Fale da importância de se vacinar contra a covid-19 e outras doenças.

SD: Quando uma pessoa recebe uma vacina ela passa a não representar mais um perigo para aqueles que não podem se vacinar, como por exemplo, pessoas em tratamento de câncer, que não podem receber vacinas. Ainda temos muita coisa a aprender sobre o impacto, o tempo de proteção e outros fatores sobre a vacina contra a covid. É imprescindível, neste momento, que todos chamados a se vacinar, assim o façam. Estar protegido contra essa doença e contra todas as outras é, além de um direito, uma atitude de respeito à vida, sua e do próximo.  

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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