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União leva ajuda ao interior do Amazonas

União leva ajuda ao interior do Amazonas

113 parceiros, entre universidades, grandes redes de lojas locais e nacionais, empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus), fabricantes de bebidas, Oscips (organizações da sociedade civil de interesse público), ONGs e mesmo parceiros individuais, que doam o que podem. Juntos formam o poderoso exército, que tem movimentado a Aliança Covid desde o início da pandemia, no ano passado. Com a redução dos casos da doença ao longo do ano de 2020, as ações da Aliança Covid também foram reduzindo, mas com o recrudescimento da covid já neste início de 2021, seus integrantes voltaram aos postos.

Universidades, lojas locais e nacionais, empresas do PIM e ONGs se uniram e criaram Aliança Covid

“A Aliança Covid é uma estratégia montada pela FAS (Fundação Amazônia Sustentável), reunindo seus atuais 113 parceiros. Foi criada em abril passado, visando amenizar os efeitos da pandemia nas cidades do interior do Amazonas, e tem sido assim desde então”, falou Valcléia Solidade, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS.

Valcléia Solidade entregando doação em comunidade indígena

Na época, a FAS fez um levantamento das demandas prioritárias dos municípios em contato com prefeituras, profissionais de saúde, lideranças comunitárias e populações indígenas, para atender as necessidades mais urgentes.

“A intenção da Aliança sempre foi de minimizar ao máximo o impacto lá na ‘ponta’, que é onde, de certa forma, o sistema é mais fragilizado, onde tudo é mais escasso. Então, se hoje a rede de saúde da capital está lotada, é importante que possamos tomar medidas preventivas para que o interior possa absorver as demandas e evitar o agravamento da situação que estamos vivendo neste momento”, disse.

Atualmente a área abrangida pela Aliança Covid é de 39 municípios em 22 UCFs (Unidades de Conservação Federais), 16 UCEs (Unidades de Conservação Estaduais), 10 Terras Indígenas, 7 Regionais da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e 4 populações vulneráveis em Manaus (indígenas, pessoas em situação de rua, imigrantes e refugiados, e famílias das periferias).

Atualmente a área abrangida pela Aliança Covid é de 39 municípios

Ajuda a mais de 350 mil pessoas

No ano passado a demanda dos municípios foi por EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e depois, alimentos. Nessa segunda onda da pandemia, além destes, os cilindros de oxigênio se tornaram mais necessários.

“Mobilizamos nossos parceiros de fora de Manaus. Para resolver a situação de forma mais definitiva, estamos tentando conseguir pequenas usinas para produção de oxigênio hospitalar”, falou. Enquanto isso, no dia de ontem, sexta-feira, Valcleia aguardava a chegada de 14 concentradores comprados por uma grande rede nacional de lojas.

O concentrador de oxigênio portátil é uma ferramenta que pode auxiliar na oxigenoterapia, fornecendo oxigênio complementar para que o paciente mantenha a saturação da substância acima de 90%, o que é ideal para a saúde.

“Na semana passada demos início às primeiras doações nessa segunda onda da doença. Máscaras descartáveis e de tecido, álcool em gel, protetores faciais e medicamentos como Azitromicina e Paracetamol, foram mandados para os municípios de Iranduba (27 km de Manaus), Rio Preto da Eva (57 km da capital) e Envira (1.208 km de Manaus), além da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a Associação de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé, na Compensa”, contou.

“No último levantamento, realizado no final do ano passado, as ajudas da Aliança Covid tinham chegado a mais de 350 mil pessoas, em mais de 4.000 comunidades e populações indígenas. Conseguimos chegar a tantas pessoas pelo fato de já trabalharmos há mais de doze anos nesses locais”, explicou.

Importância do teleatendimento

Como sabemos, as maiores dificuldades para se chegar a todas as populações da Amazônia são as grandes distâncias.

“Eirunepé, por exemplo, não tem voos regulares para lá, sem falar que não atuamos nas sedes dos municípios, mas em localidades bem distantes das sedes e uma das outras. Em muitos casos uma ONG internacional nos tem cedido seus aviões. Felizmente, com esses doze anos de atuação, já dominamos a logística para chegar a esses municípios, e contamos, também com a ajuda das prefeituras, sem falar dos parceiros, empresas, que nos ajudam pagando exclusivamente a logística”, informou.

Valcleia lembrou que no ano passado, outra ação do Aliança Covid foi a criação dos polos de teleatendimentos, ou telessaúde, projeto para melhorar a saúde no interior do Estado, em parceria com a UEA. Com os polos, a internet diminuirá o atraso no envio de dados epidemiológicos para órgãos de controle e, de Manaus, profissionais da saúde voluntários promovem atendimentos a pacientes nos pontos mais distantes do Amazonas.

“Parece que a vida no interior é tranquila, mas os maiores atendimentos são os psicológicos: pessoas que perderam parentes, que não podem vender seus produtos, que tem o comércio fechado, guias que não estão recebendo turistas. Por isso o teleatendimento é uma ação da Aliança Covid que irá continuar mesmo depois da pandemia. Ano passado tínhamos doze polos, a meta para este ano é chegar a 75 polos”, assegurou.

Até outubro passado, a Aliança Covid havia arrecadado R$ 32 milhões em recursos financeiros e R$ 7,9 milhões em equipamentos e materiais, e a FAS continua promovendo uma campanha para captação de recursos financeiros e materiais.  Um canal de doação exclusivo para a pandemia foi criado e as pessoas podem contribuir pelo PIX 09351359000188 ou via cartão de crédito no link abre.ai/sos-amazonas

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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