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Um Wilson para chamar de seu

Um Wilson para chamar de seu

O que é apoiar alguém? Qual é o verdadeiro papel de quem está ao seu lado? Eu já tive relacionamentos em que não me atrapalhar já era um ótimo apoio. Já tive relações em que moveram mundos e fundos para que eu conseguisse atingir meus objetivos e já tive relações que não ter continuado acabou sendo um livramento. 

Na verdade, eu sempre acreditei que tudo aconteceria da melhor forma que poderia naquela situação. E é pensando assim que eu me sinto confortável e motivada a seguir adiante, sabendo que eu faço o melhor que posso. Mas já que estamos falando do sentido literal, ou seja, do apoio, da luta em conjunto, da dedicação pra um futuro melhor para os envolvidos, é interessante percebermos a diferença do quanto é possível alcançar quando alguém acredita no que você ou quando estamos ao lado de algo que consideramos um porto seguro. Pergunto-me com bastante frequência o que será que faz com quem muitas pessoas ainda permaneçam em relações onde não existe a empatia e nem a vontade de ajudar a construir sonhos mútuos?

Muitas vezes ter com quem contar ou em quem se segurar faz muita diferença. Certamente você conhece histórias de pessoas que conquistaram tudo que tem porque receberam o apoio direta ou indiretamente de alguém que as valorizava. E nem precisa necessariamente ser uma pessoa, né?

Alguém aí lembra do filme Náufrago? Em que o Airbus A300, que o personagem de Tom Hanks estava acaba se acidentando no Oceano Pacífico e ele passa a habitar uma ilha deserta? Bom, aquela cena icônica, durante uma primeira tentativa de fazer fogo, Chuck  recebe uma ferida profunda na mão. Com raiva e dor, ele joga vários objetos, incluindo uma bola de voleibol da marca Wilson. Mais tarde, com as mãos ensanguentadas ele desenha um rosto na bola, da o nome de Wilson ao personagem e começa a falar com ele.

Impossível não chorar com o desespero de Hanks quando acorda e não a encontra, pois ela tinha se soltado enquanto ele dormia. Foram quatro anos de “amizade”, de apoio naquele momento tão difícil e solitário. A gente muitas vezes se segura no que pode para não desistir ou desanimar.

Esses dias eu li sobre uma diarista de São Paulo que conseguiu superar a depressão com a ajuda de um porquinho de estimação. Em entrevista para o Portal R7, Rosângela disse: “Ele é o meu cachorro, meu cachorro gigante… Aonde eu vou ele vai atrás!”. João virou protagonista da história de luta dela. “Na fase mais difícil da minha vida eu me apeguei a ele”, conta. 

Já para a jornalista e artista plástica Keka Consiglio, foi a arte quem devolveu a vontade de viver, quem fez a artista superar o luto, após o falecimento do seu marido. A arte permitiu a retomada na estrada da minha vida, a encher meu coração de alegria e a iluminar a minha alma. Foi a vontade de ir ao ateliê de cerâmica que me ajudou a sair de casa, disse a jornalista. 

A Fundação Bill e Melinda Gates, leva o nome do casal e tem como foco principal aumentar a consciência global sobre a pobreza, fome e doenças

Ter um apoio é fundamental e é comum encontrarmos casais que se tornaram base forte do sucesso nos negócios. Beyoncé e Jay-Z, David e Victoria Beckham, Bill e Melinda Gates são exemplos de casais que têm muito mais coisas em comum do que a fama que conquistaram. Seja no ramo da música, moda ou com ativismo, eles uniram sua popularidade a suas finanças pessoais para empreender. Além de manterem negócios paralelos, os casais trabalham em parceria no desenvolvimento de marcas que levam seus nomes. E assim como acontece com famosos muitos empreendedores da vida real se fortaleceram nos parceiros para chegar ao sucesso.

Em uma matéria no portal Administradores eu fiquei sabendo sobre o jovem casal Julia Sanches e Thiago Speranzini, que decidiu largar seus empregos para investir em um negócio próprio. Juntos em 2013, com investimento de R$ 100 mil, inauguraram a Found It, e-commerce de presentes criativos. 

Julia Sanches e Thiago Speranzini são idealizadores do Found It!, site que vende presentes customizados

Certamente você já passou por algum momento difícil na vida, e pode perceber o quanto  foi importante o apoio emocional da família, amigos e colegas de trabalho. Do mesmo modo, pode ter acontecido o inverso, você viu um familiar, uma pessoa querida, ou um conhecido passando por dificuldades uma situação difícil e quis apoiá-lo de alguma forma. 

De acordo com o portal O Psicólogo Online, a existência desses impulsos e desejos de ajudar as pessoas pode ser notados em indivíduos de idades e culturas diferentes. E nesse sentido torna-se algo inerente a condição humana, embora não seja algo exclusivo de nossa espécie, pois podemos notar a mesma condição em algumas espécies de animais. “É algo que foi se desenvolvendo ao longo da evolução, pois era benéfico para os indivíduos e grupos em que viviam” dizem os especialistas. No entanto o que varia de pessoa para pessoa é como esse desejo de ajudar se expressa. 

A verdade é que a gente é capaz de perceber muito cedo quem quer nosso bem e quem não quer. Muitas vezes não queremos aceitar a realidade, mas no final concluímos que de antemão sabíamos que aquela ideia não acabaria bem. Algumas pessoas se sentem tão só que se agarram em qualquer fio de esperança por medo de encarar a solidão. E apesar de naturalmente, ao sentirmos compaixão e empatia pelos outros, esse impulso e desejo de ajudar a aliviar a dor de quem está passando por um momento ruim também nos faz sentir bem, nem todo mundo externa essa empatia ou tem vontade de ajudar de alguma forma. É preciso ser mais racional e entender que grande parte do que a gente precisa para desenvolver nosso potencial já está dentro da gente. Então.. Que tal refletir um pouquinho sobre isso e reavaliar suas relações? A vida é difícil! Negócios são difíceis e se você ainda tem que parar para reafirmar a importância do seu sonho para quem devia estar ao seu lado.. acho que tem alguma coisa errada por aí! 😉  

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
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