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Tudo indica segundo round na eleição de Manaus

Tudo indica segundo round na eleição de Manaus

A partir de segunda-feira (16), deve começar a se desenhar uma nova corrida eleitoral em Manaus com a disputa pela prefeitura indo para o segundo turno. Na realidade, será uma nova eleição, com cada partido ou aliança decidindo quem irá apoiar nessa segunda fase. O jogo de interesses e conveniências ditará os rumos do processo, segundo analistas políticos. 

Embora Amazonino Mendes (Podemos) e David Almeida (Avante) continuem liderando as últimas pesquisas de intenção, os votos dos eleitores indecisos farão muita diferença na hora da votação, no domingo (115).

José Ricardo Wendling, candidato da aliança entre PT, PSOL, Rede e PCdoB, e Ricardo Nicolau, da coligação “Pra Voltar a Acreditar” já ameaça tirar a posição de David Almeida, que está em segundo lugar nas pesquisas em Manaus.   

Para o sociólogo Luiz Antônio Nascimento, professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), hoje o eleitor não está muito preocupado se vencerá o candidato A ou B. “Não importa se é novo ou um representante da velha política oligárquica que domina o poder no Amazonas”, avalia ele. “Muitos só vão votar porque o voto é obrigatório”, acrescenta.

Segundo o cientista, os velhos caciques que dominam o poder e passam esse cacife a seus herdeiros, de geração a  geração, ainda continuam, porém, persuadindo grande parte do eleitorado amazonense. Mas nada pode garantir que continuarão a deter a mesma atenção e a credibilidade de antes junto ao eleitorado manauara.

São mais de 30 anos que os velhos caciques vêm ditando os rumos da política no Amazonas, todos praticamente herdeiros de lideranças de peso como o lendário Gilberto Mestrinho. Indistintamente, alternam-se no poder de acordo com suas conveniências e interesses, avaliam.

E não é à toa que muitos candidatos postulantes a uma vaga de vereador, como vice ou como candidato majoritário de partidos e alianças, que representam a nova juventude política no Amazonas, descendem desses velhos oligárquicos que querem se manter no poder a qualquer custo.

“Agora, esses jovens chegam com um novo discurso. São muito mais preparados e cientes da nova realidade que vive o cenário político”, analisa Eliseu Alves, professor de sociologia de uma faculdade do setor privado.

O universitário Yuri Rodrigues, estudante de filosofia, afirma que não votará em nenhum candidato a prefeito ou a vereador. “A política não inspira mais confiança. Prefiro anular meu voto a votar em alguém que sei que não resolverá os problemas. Todo mundo que aí está concorrendo só pensa em se dar bem”, questiona o estudante, com um olhar cético, muito pessimista, sobre o cenário político.

‘Apoio turbinado’

Antes mesmo de iniciar a campanha eleitoral no Amazonas, analistas já previam que o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem par tido) tinha grandes chances de vencer a disputa já no primeiro turno das eleições em Manaus

Chegado o final da campanha, não foi muito isso que se viu, frustrando todas as expectativas dos analistas. O coronel Alfredo Menezes (Patriota), ex-superintendente da Suframa e amigo íntimo de Bolsonaro, não avançou muito nas intenções de voto.

Portanto, nem o cacife de Bolsonaro, que obteve uma bombástica votação favorável durante a corrida pela presidência em 2018, foi suficiente para turbinar a candidatura do coronel Menezes.

Como ele, também o Capitão Alberto Neto (Republicanos), deputado federal e outro prefeiturável que procurou se amparar na figura do presidente, decolou no ‘rabo do cometa’ do fenômeno Bolsonaro, como chama Alfredo Menezes o seu amigo presidente, e que conheceu ainda nos tempos da academia militar.

As últimas pesquisas de intenção de voto apontam um crescimento de alguns candidatos à prefeitura de Manaus, como o petista José Ricardo Wendling, mas o ex-governador Amazonino Mendes e David Almeida (Avante) continuam liderando a corrida eleitoral em Manaus.

“Os números divulgados pelas pesquisas só vão mesmo se confirmar após as eleições deste domingo. Vamos aguardar agora o que vão dizer as urnas”, afirma o sociólogo Luiz Antônio Nascimento. “É esperar para crer”, acrescenta.

Marcelo Peres

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