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Time de futebol Aritana foca em ações beneficentes

aritana

Times de futebol de bairro chegam a ser instituições, que podem durar anos, e até décadas, reunindo grupos de homens, e mulheres também, que disputam partidas nos finais de semana, ou mesmo no meio desta. Durante os jogos, brigam, discutem, se divertem, e no final vão comemorar, todo mundo amigo, geralmente com cervejas. Torneios e campeonatos, dentro e fora do bairro, são disputados como se fossem uma Copa do Mundo. Por isso que o tempo passa e meninos, adolescentes, homens e senhores nunca esquecem das jogadas mais marcantes, do título invicto, daquele tempo que ficou pra trás.

O Sociedade Esportiva Aritana, do São Jorge, é um destes times, cujos integrantes não querem que desapareça.

“O Aritana ficou em atividade de 1979 a 2005; voltou de 2012 a 2013; e novamente de 2017 até agora. Quem o reativou foram os amigos Valcemir Lopes (Preto), Gilmar Bindá, que teve a ideia, e eu. Nós pedimos autorização à família Lima, fundadora do time, para que este retornasse na categoria Super Master (todo mundo com mais de 50 anos)”, contou José Maria Monteiro, diretor de marketing do Aritana, que como Valcemir, jogou no time em tempos mais recentes.

“Uma nova diretoria, composta por nove membros, foi formada. A ideia de não criar um novo time foi reativar o Aritana, um grupo amador, que se tornou tradicional e bastante conhecido em Manaus”, completou.

Os ‘veinhos’ ainda jogam

Apesar de o time ser Super Master, os integrantes originais não jogam mais neste Aritana.

“Tem alguns que participam como torcedores e colabores, e não mais como jogadores. Muitos já partiram e outros estão com mais de 60 anos”, disse.

Foco são ações beneficentes

Agora, além de continuarem a se divertir como nos tempos de juventude, os integrantes do Aritana transformaram o clube num time show. Ainda participam de torneios e campeonatos, mas agora seu foco são ações beneficentes.

“Desde que retornou, em 2017, o Aritana vem realizando jogos solidários para ajudar amigos que estão passando por necessidades. Este ano tínhamos programado fazer mais de um evento futebolístico de grandes proporções para ajudar mais de uma instituição, mas devido à pandemia do coronavírus, iremos realizar somente este, no domingo, 1º de novembro”, explicou.

O 1º Torneio da Amizade Wanderley Lima acontecerá no campo da Baixada Fluminense (Lilinho), na Cidade Nova, a partir das 8h30, com a participação de quatro times. O primeiro jogo será entre Aritana e Rebarba; o segundo entre Milionários e AAGG. Os vencedores de cada jogo disputarão a final. Para não cansar os ‘veinhos’, cada jogo terá, no máximo, 30 minutos. Os três jogos terão o apito de Manteiguinha.

“Cada jogador irá contribuir com um quilo de alimento e brinquedos para as crianças. O evento beneficiará o abrigo Lar da Dona Val, no Lírio do Vale, que atualmente cuida de 67 crianças”, lembrou.

Além dos jogadores o evento terá o apoio de várias empresas, algumas pertencentes aos membros da diretoria, que também doarão alimentos, mais leite para as crianças. Qualquer pessoa que vá torcer pelos times, pode doar alimentos e brinquedos no local.

“O torneio leva o nome de Wanderley Lima em homenagem a um dos irmãos fundadores do Aritana, e que faleceu em 1996. Gostaríamos de realizar eventos como esse no próprio bairro de São Jorge mas, infelizmente, não temos mais campos dentro do bairro, por isso escolhemos o campo da Baixada Fluminense, o qual possui uma estrutura que atende as nossas necessidades. Sempre realizamos os amistosos solidários lá”, destacou José Maria. Informações: 9 8235-0464.

Berg jogou no Aritana

Berg, no Aritana, o primeiro da esquerda, em pé

A Sociedade Esportiva Aritana foi fundada em agosto de 1979 pelos irmãos Wanderley Lima e Bosco, mais o amigo Roberval, no sítio Aritana (o nome é uma alusão à novela homônima exibida entre 1978 e 1979, pela TV Tupi), localizado nas proximidades da rodoviária, na atual Torquato Tapajós. Interessante que o Bosco e o Roberval, flamenguistas, tinham o time São Jorge Esporte Clube; e o Wanderley, torcedor do Fluminense, dirigia o Grêmio São Jorge.

Numa noite, na famosa boate ‘Oba-Oba’, de Oswaldo Sargentelli, no Rio de Janeiro, onde os três haviam ido para assistir a um Fla-Flu, os amigos resolveram fundar o Aritana quando retornassem a Manaus, para participar do Peladão, e mesmo jogar no São Jorge, então repleto de times. E assim aconteceu, de 1979 a 2005. O Aritana sempre esteve nas oitavas, quartas, semifinais e finais do Peladão, como aconteceu em 2000.   

“No sítio Aritana havia peladas sábados e domingos, e a turma pernoitava no local devido a, naquela época, grande distância do São Jorge. Havia muito churrasco e pouca cerveja, pois a maioria ainda não bebia. Várias famílias se reuniam no sítio”, contou José Maria.

Para o local a turma ia num micro-ônibus repleto de jogadores e torcedoras, levando comida, bebida e a bola de pneu. Detalhe: o jogador Berg, nascido e criado no São Jorge, que entre as décadas de 1980 e 1990 jogou no Botafogo, disputou algumas partidas pelo Aritana antes de ganhar projeção no time carioca.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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