Supermercados no Amazonas têm resultado tímido em 2020

Apesar da movimentação ao longo de 2020, o comportamento do setor supermercadista no Amazonas vai na contramão dos resultados nacionais que encerrou o ano com saldo positivo e acumulou alta de 9,36% nas vendas de janeiro a dezembro na comparação com o mesmo período de 2019. O vice-presidente da Amase (Associação Amazonense dos Supermercados), Ralph Assayag, revela que as projeções foram frustradas com percentual tímido de 6,5%.
De acordo com o dirigente, as dificuldades enfrentadas ao longo do ano passado, atreladas aos custos elevados tanto de produtos quanto ao encarecimento do frete, fizeram minguar as projeções. “Os grandes centros produzem mais e melhor. O valor do frete é muito caro, isso reflete nos preços dos produtos e pagamos valores mais altos”.
Ele diz que era esperado um resultado ainda menor, considerando a suspensão das atividades comerciais ao longo de meses. “Sem trabalho não há renda, sem renda, não há consumo”.
Em dezembro, o representante da entidade esperava que os efeitos da Receita do país, que havia batido recorde nos últimos quatros meses de 2020, refletissem num balanço positivo para o segmento. Mas demonstrava preocupação com as mudanças dos decretos que acabariam mudando as projeções dos números levantados nas pesquisas.
Diferente das perspectivas da Abras, que estima alta de 4,5% em 2021, o vice-presidente da Amase afirma que este ano será muito difícil e diz não ter projeções nem para uma semana. “Nós realizamos pesquisas o ano inteiro, mas devido a situação não tem como. Vamos ter problemas de fome no estado porque está tudo parado. Estamos à espera do que o governo vai fazer. Se vai vacinar todo mundo. As pessoas já tinham dívidas pendentes, imagina agora. Quanto maior o desemprego mais problemas vamos ter”, desabafou.
O vice-presidente da Abras, Marcio Milan, diz estar otimista e estima bons ventos para o setor com o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, e na condução da agenda econômica administrada pelo ministro Paulo Guedes, com o foco na redução de gastos públicos e na viabilização das importantes reformas estruturais, como tributária e administrativa, de que tanto dependem a retomada e o crescimento da nossa economia.
Nacional
No âmbito nacional, a performance favorável atribuída às medidas de isolamento social motivaram as vendas de dezembro que tiveram um avanço de 18,13% em relação a novembro, se comparadas ao mês de dezembro de 2019, o crescimento foi de 11,54%.
“Devido às medidas de isolamento social, os brasileiros precisaram mudar seus hábitos, contribuindo com o aumento do consumo dentro do lar. Além disso, os estímulos concedidos pelo governo federal, como o auxílio emergencial, injetaram bilhões na economia, e boa parte desse montante foi gasto no setor”, diz o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Com os consumidores em casa por causa da pandemia e com receio de ir às lojas, a aposta no e-commerce foi bem sucedida. Aumentaram em 21% as vendas por esse tipo de serviço. No acumulado dos 12 meses de 2020 o valor da cesta básica subiu 21,57%, informou a Abras.
Prato feito mais caro
O tradicional prato feito composto por feijão, arroz e carne ficou 44,3% mais caro em 2020. Os itens que compõem o prato mais consumido pelas famílias de baixa renda tiveram os preços elevados. O feijão subiu 35,4%; a batata, 71,5% e o tomate, 33,1%. Já a carne teve variação de 12,0% (traseiro) a 28,2% (dianteiro). O frango ficou 15,9% mais caro em 2020.
Foto/Destaque: Divulgação

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Compartilhe:
Siga-nos
Notícias Recentes

Dubai Container Mall conta com atração musical neste final de semana

Consumidores questionam uso de publicidade em sacolas plásticas pagas

Rock do bem, como no passado

Guns estreia turnê brasileira em Manaus com três setores esgotados

Entrevista: “precisamos estar no centro do debate”, diz Ranilson Reis
