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Obras de Turenko Beça viram estampas de camisas

Está lançada a coleção de camisas com as estampas ‘Amazônia Ancestral’, criadas pelo artista plástico Turenko Beça. O lançamento será pelo Instagram da Manart Galeria. Mas essa forma de mostrar sua arte através de estampas em roupas, não é novidade para Turenko. Em 2008, a estilista Cristiane Batista produziu a coleção ‘Santa Cris leva Turenko às ruas’, e o sucesso foi tanto que Cristiane fez outra série, levada a Parintins.

“Quero continuar mantendo essa parceria com o pessoal da moda porque acho bem bacana esse tipo de trabalho”, acrescentou o artista.

“É muito bom principalmente quando você vê a arte saindo daquela função para a qual ela foi criada, dela em si mesma, e adquire status de usabilidade. As pessoas podem usar o teu produto, a tua arte. Eu acho isso bem interessante”, completou.

Turenko Beça é nome consagrado nas artes amazônicas, artista visual, economista, educador e especialista em Artes Visuais, Museografia e Patrimônio Cultural. Passeia com facilidade através de uma arte subjetiva que encanta pela beleza dos traços, das cores e dos materiais que usa.

“Estas gravuras do ‘Amazônia Ancestral’, foram feitas com linóleo. Denominei de ‘Amazônia Ancestral’ porque são símbolos/signos da Amazônia tanto vistos da cidade, urbanos, quanto da ancestralidade que remete às tribos amazônicas, habitantes originários daqui. É a busca da Amazônia, que faço nas minhas obras. A Amazônia sempre estará presente, no centro de tudo que produzo, enquanto lugar afetivo e território cultural”, falou.

Turenko Beça é nome consagrado nas artes amazônicas
Foto: Divulgação

Referências artísticas

Apesar de os trabalhos de Turenko terem um estilo próprio, o artista busca referências nos trabalhos de outros artistas locais, nacionais e internacionais como Roberto Evangelista, Óscar Ramos, Hélio Oiticica, Nelson Felix, Tunga e Damien Hirst.

“Ninguém faz nada sem ter algum tipo de referência. Ninguém cria a partir do nada. Se olhar no dicionário, criar significa fazer algo a partir do nada, mas a gente sempre tem uma referência”, disse.

“Eu, desde cedo, sempre tive referências, têm muitos artistas que são referência para mim, tanto artística, quanto enquanto pessoas, e mesmo exemplos como o Roberto Evangelista, o Van Pereira, que pertenceram ao Clube da Madrugada. São nomes importantes porque pensaram a nossa região de uma maneira diferente do que a gente normalmente vê quando estamos fazendo algum tipo de representação, que é só aquela coisa da Amazônia mais exótica e paisagística”, revelou.

“Turenko é um artista bastante versátil, ele trabalha com diferentes materiais. Eu gosto bastante das inovações que ele proporciona. É um grande arte-educador, suas obras nos ensinam muito. É só observar o seu traço, suas temáticas para sermos teletransportados para um templo sagrado”, afirmou Hadna Abreu, curadora da Manart Galeria.

“No momento estou fazendo um curso de mestrado de poéticas visuais, Minter em Artes Visuais, da Ufam com a Federal do Rio Grande do Sul, e produzindo textos e obras, porque se trata de um mestrado de poética e isso pressupõe que façamos algum trabalho prático. Minha pesquisa está sendo em cima da continuação dos projetos ‘Venda um metro quadrado da Amazônia’ e ‘Conservas e conservação’. Exposições, por enquanto, não estou pensando em nenhuma”, destacou.

“Estou muito impactado com tudo que nós estamos passando. Perdi muitas pessoas nas últimas semanas, alunos, ex-alunos, amigos, colegas, familiares. No ano passado, durante a pandemia, participei de três salões online, fui convidado para participar de outros, mas estou vendo como vou me organizar para poder dar conta disso tudo”, finalizou.

Obras do artista plástico viram estampas de roupas e fazem sucesso entre seus admiradores
Foto: Divulgação

Mais dez artistas

A Manart Galeria surgiu em 2020 como resultado do projeto de mestrado de Anna Lôyde, de 2017. Pelo projeto, a empreendedora criaria uma galeria virtual com o propósito de divulgar os trabalhos dos artistas locais.

“Começamos a Manart lançando as estampas com obras do artista plástico Raiz, e logo em seguida lançamos a primeira coleção do Turenko, depois a Hadna Abreu, e em seguida Ruy Machado. Agora, vamos renovar as estampas, começando com o Turenko, e depois todos os demais”, adiantou.

“Não vi em nenhum lugar esse tipo de trabalho: estampas de obras de arte. Foi um processo porque a minha irmã, a Hadna Abreu, tinha parcerias com outros artistas plásticos e estilistas, então percebi que havia essa necessidade. Quando estudei sobre estampas, na faculdade, vi que poderia criar estampas inspiradas em obras de arte”, explicou.

Todas as estamparias com as obras dos artistas tem feito muito sucesso, principalmente as de Turenko, por isso ele está de volta, menos de um ano depois (a primeira coleção foi lançada em junho), com novas estampas.

“Manaus abraçou a ideia”, comemorou Anna.

E outros lançamentos irão acontecer em breve.

“Vamos renovar todas as obras dos artistas que já estão na galeria, e lançar os trabalhos de mais dez. Fomos contemplados no prêmio Feliciano Lana, através da Lei Aldir Blanc e, com isso, conseguimos ampliar a galeria e abraçar mais artistas, então vem muito lançamento por aí”, avisou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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