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Streaming volta a atacar

Streaming volta a atacar

A Netflix está cada vez mais próxima de se tornar o principal serviço de TV por assinatura nos Estados Unidos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Variety, a plataforma digital já conta com quase 70 milhões de usuários pagantes, enquanto todas as operadoras de TV a cabo no país somam 77,5 milhões de assinantes.

Quando isso acontecer, será um golpe duro para um setor que dominou a audiência americana durante anos e agora precisa de adequar ao streaming. Para  superar os números de assinantes de TV a cabo, a Netflix vem investindo pesado na produção de séries e filmes originais. Assim, a empresa consegue ao mesmo tempo atrair novos assinantes para o serviço e também manter os atuais clientes, que hoje têm uma variedade de novos serviços de streaming à sua disposição —como o Amazon Prime, Disney Plus, Hulu e outros.

Os números entre as duas formas de entretenimento televisivo têm ficado cada vez mais próximos ao longo dos anos. Se a diferença atual é de pouco mais de 7 milhões de adeptos, ela já foi de 70 milhões em 2011, quando os serviços de TV a cabo tinham 94,5 milhões de assinantes e a Netflix contabilizava apenas 21 milhões de usuários pagantes.

O que é possível observar ainda é que, enquanto a Netflix crescia vertiginosamente ao longo da última década, o número de assinantes de TV a cabo manteve-se estável entre 2011 e 2016, com queda de pouco mais de 2,3% no período. No mesmo intervalo de anos, o serviço digital mais do que dobrou seu número de assinantes, chegando a 49,4 milhões.

O crescimento é inegável. Somente nos últimos seis meses, a companhia de Los Gatos adicionou mais 26 milhões de novos assinantes a sua base. A pandemia do novo coronavírus impulsionou este aumento. “Houve um avanço significativo na adoção dos serviços, levando a um enorme crescimento na primeira metade deste ano”, informou a companhia em seu relatório financeiro do segundo trimestre deste ano.

O que também explica o crescimento foi investimento em mais conteúdo original para não se tornar uma refém das produções de emissoras americanas. Mais conteúdo próprio significa independência em relação às emissoras e até uma economia nos gastos com direitos de transmissão de conteúdo alheio.

Se o assunto é dinheiro, o preço é um fator decisivo. Enquanto a mensalidade cobrada por serviços de TV a cabo pode ultrapassar os três dígitos dependendo do pacote e da operadora escolhida, uma assinatura mensal da Netflix, por exemplo, varia entre R$ 21,90 até R$ 45,90, sendo possível dividir a mesma conta com até quatro pessoas ao mesmo tempo.

Este movimento migratório observado no mercado americano se reflete no Brasil. Dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mostram que o mercado de TV paga (mas que não contabiliza streaming) perdeu 1,7 milhão de assinantes em 2019 –mais de 10% de sua base. O setor terminou o ano com 15,7 milhões de assinantes.

As emissoras abertas também estão sofrendo. Em junho, a audiência de serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay, entre outros, só foi menor do que a registrada pela Globo durante a faixa comercial (das 7h às 0h). A emissora obteve uma média 32,6% de participação neste horário, enquanto as plataformas de conteúdo online tiveram 15%. As informações são da revista Exame.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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