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Socorro ao comércio ecoa na primeira sessão da CMM

A pandemia e a crise financeira causada pelo novo coronavírus dominaram, ontem, os debates durante a primeira sessão plenária na CMM (Câmara Municipal de Manaus). Os vereadores chamaram a atenção principalmente para as consequências das medidas restritivas para frear o avanço da Covid-19 no Amazonas, que contabiliza hoje mais de 9 mil pessoas mortas vítimas da doença.

Em geral, as discussões giraram em torno de críticas ao toque de recolher, à lentidão na campanha de vacinação e ainda à proibição do funcionamento de serviços não essenciais que impactaram diretamente na vida da população, em especial a de baixa renda, impedida de trabalhar, sem poder buscar o seu sustento diário.

O vereador Rodrigo Guedes (PSC) ressaltou que tanto a prefeitura de Manaus como o governo do Estado não deram a contrapartida quando decidiram paralisar o comércio e estabelecimentos de bares e restaurantes, que em apenas um mês registraram pelo menos dez mil demissões de trabalhadores, segundo números da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no Amazonas.

Em seu pronunciamento, Guedes sugeriu uma audiência pública com representantes do setor comercial para tentar uma solução à crise. “As pessoas estão confinadas sem poder trabalhar. Se não morrerem de Covid-19, vão acabar morrendo de fome. É uma situação desesperadora, de doença e falta de alimentos”, alertou o vereador.

De acordo com Rodrigues Guedes, quando foram baixadas as medidas, os poderes públicos não se preocuparam em levar em consideração que grande parte da população não tem condições financeiras de ficar em casa. “É no comércio que a maioria das pessoas busca a sobrevivência todo dia”, acrescentou o parlamentar.    

O vereador William Alemão (Cidadania) disse que Manaus, além da disseminação da Covid-19, tornou-se a capital da “pandemia financeira”. Segundo ele, em seis meses, a capital perdeu aproximadamente 30 mil empregos devido às restrições por conta do novo coronavírus.

“O que precisamos agora é que quem sai de casa deve ser um trabalhador, que precisa voltar a ter dignidade como antes, pois é o maior impactado pela crise sanitária”, salientou Alemão. Ele acrescentou que não é com auxílios emergenciais que a capital sairá da crise econômica e financeira. “Precisamos criar empregos e gerar renda à população, que está faminta, sem poder trabalhar”, afirmou.

Pressão

Na segunda-feira (08), um grupo de empresários fez uma manifestação em frente à sede da Abravel para homologar demissões em massa de seus estabelecimentos. Uma tentativa de cobrar um posicionamento mais imediato por parte do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), sobre a situação da categoria.

Lisandro Breval (Avante) defendeu a criação de um pacto o mais rapidamente possível com academias, bares e restaurantes pela manutenção dos empregos e diminuir os efeitos da crise por causa das restrições. E ainda propôs uma redução nas taxas que incidem sobre as atividades dos segmentos. “É o momento de reunir forças para prestar auxílios a todas as camadas da população”, disse.  

Segundo Breval, o Amazonas só sentirá menos impacto da crise sanitária quando a campanha de vacinação atingir um maior número de pessoas. “Assim, as atividades econômicas terão condições de voltar ao normal”, afirmou.

Em seu primeiro discurso no plenário da Câmara Municipal, o vereador Capitão Carpê (Rebulicanos) apresentou um projeto para a criação de uma comissão técnica permanente de segurança pública municipal.

De acordo com Carpê, Manaus registrou um aumento significativo nos casos de violência e de criminalidade. Ele citou os números do Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros) que apontam 1.183 assaltos a ônibus, uma média de cinco por dia, de janeiro a agosto do ano passado.

“A população está refém do crime. Por isso, peço o apoio dos meus colegas vereadores para criar essa comissão. Vamos trabalhar em prol da nossa sociedade. A segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos nós”, afirmou.

O vereador Eduardo Alfaia (PMN) disse que o turismo é outro grande setor afetado pela pandemia no Amazonas. Ele avalia que a crise atingiu proporções tão gigantescas, alarmantes, que Manaus passou a ser rotulada como “a capital da nova variante do coronavírus”.

“Nenhum turista vai querer visitar Manaus tão cedo com o rastro de mortes e contágio que a pandemia vem causando no Amazonas. O Estado precisa de medidas mais assertivas em defesa da saúde da população e uma melhor assistência na área de saúde, principalmente num omento tão crucial como esse”, afirmou.

Marcelo Peres

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