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Setor de serviços do Amazonas tem alta em maio

O setor de serviços do Amazonas voltou a crescer em maio, após o mergulho de abril. A atividade sustentou novamente uma expansão de dois dígitos para o Estado, em relação ao dado de um ano atrás – período de ápice da primeira onda e fechamento dos segmentos não essenciais da economia amazonense. O reaquecimento em âmbito estadual seguiu novamente na contramão da média brasileira, reforçando os desempenhos nos acumulados, que seguem no azul. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE para o setor, divulgada nesta terça (13). 

O volume de serviços no Estado avançou 1,8%, entre abril e maio de 2021, em trajetória inversa do levantamento anterior (-1,4%). No confronto com o mesmo mês do ano passado, houve elevação de 22,9%, em número pouco abaixo do de abril (+24%), em razão de uma base de comparação ainda depreciada pela pandemia. Foi o suficiente para segurar a atividade no campo positivo nos acumulados do ano (+12,7%) e de 12 meses (+6,4%). As médias brasileiras foram: +1,2%, +23%, +7,3% e -2,2%.

Com o acréscimo mensal de maio de 2021 (+1,8%), o Estado subiu da 19ª para a 16ª posição, entre os maiores valores registrados pelo setor em todo o país. O pódio foi ocupado por Alagoas (+10%), Bahia (+8,5%), e Amapá (+7,8%), na ordem. Na outra ponta, os piores desempenhos do país vieram de Tocantins (-2,9%), Piauí (-1,9%) e Rondônia (-0,8%), em uma lista ainda com quatro unidades federativas no vermelho.

A despeito do desempenho consolidado no azul, o Amazonas caiu quinta para a sexta colocação do ranking nacional da variação acumulada do ano. Tocantins (+16,9%), Santa Catarina (+15,6%) e Roraima (+15,2%) tiveram os melhores números, enquanto Sergipe (-1,4%), Distrito Federal (+0,5%) e Piauí (+1,2%) figuraram no rodapé de um rol que registrou apenas uma performance no vermelho.

Receita nominal

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas – que não leva em conta a inflação nos preços correntes – retrocedeu com mais força em praticamente todas as variações. O aumento na passagem de abril para maio foi de 2,7% – contra a retração de 1,6% no mês anterior. No confronto com o mesmo mês de 2020, a elevação chegou a 26%, possibilitando a sustentação dos acumulados dos cinco meses iniciais do ano (+12,7%) e dos últimos 12 meses (+5%). Os respectivos números brasileiros foram +1,1%, +25,4%, +8,4%, -1,6%.

Com a expansão na variação mensal da receita nominal (+2,7%), o Estado avançou do 20º para o 16º lugar no ranking nacional do IBGE, que teve seus extremos em Alagoas (+8,4%) e em Tocantins (-5,5%). No comparativo do acumulado dos cinco meses iniciais do ano, o Amazonas desceu da sétima para a nona posição, em uma lista liderada por Tocantins (+18,4%) e novamente encerrada pela Distrito Federal (-0,3%). 

Instabilidade e vacinação

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, considerou que o desempenho positivo registrado em maio, após a queda de abril, mostra que ainda existe uma certa instabilidade no comportamento do setor, no Amazonas. Da mesma forma, ressalta que a nova elevação de dois dígitos deve ser contrastada com o fato de que, um ano antes, os serviços passavam por “fortes restrições” de funcionamento, em função da primeira onda da covid-19.

“O acumulado de 2021 alcançou quase 13%, o que é considerado um bom desempenho para os primeiros cinco meses do ano. Mesmo com as boas notícias de maio, a média móvel trimestral ficou abaixo de 0,5%. O que não permite construir um cenário seguro para os próximos meses. Mas, a ampliação da vacinação e a gradativa flexibilização do isolamento social, certamente irão permitir uma ampliação dos negócios ligados atividade serviços”, ponderou.

Recuperação no turismo

Em virtude da amostragem, a pesquisa no Amazonas não apresenta os dados desagregados por segmentos. Em âmbito nacional, apenas duas das cinco atividades de serviços investigadas pelo IBGE retrocederam na variação mensal: informação e comunicação (-1%) e “outros serviços” (-0,2%). O melhor desempenho veio dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+3,7%) – que têm o segundo maior peso no índice geral (32,8 pontos percentuais) –, seguido por serviços prestados às famílias (+17,9%) – que tem menor peso – e serviços profissionais e administrativos (+1%).

O índice de atividades turísticas, por outro lado, expandiu 18,2% ante o mês anterior, na segunda taxa positiva consecutiva, período em que acumulou ganho de 23,3%. “Esse avanço recente recupera boa parte da queda de 26,5% observada em março, que foi um mês com maior número de limitações ao funcionamento de determinados estabelecimentos. Contudo, o segmento de turismo ainda necessita crescer 53,1% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado”, pontuou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, em texto postado na Agência de Notícias IBGE.

Novos investimentos

No entendimento do presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, as atividades que trabalham com a demanda por serviços à distância, tecnologia e entregas ainda estão sendo favorecidos pela pandemia e pelo distanciamento social. O dirigente avalia, no entanto, que o avanço da vacinação pode abrir caminho para uma recuperação no médio prazo e aponta que as empresas já estão se movimentando de olho nesse cenário.

“Há muitas empresas novas chegando no segmento de alimentação fora do lar, apesar das restrições. Os hotéis deram uma reagida e também tem novos investimentos, mas lá ainda há poucas perspectivas. A situação é mais difícil nos setores de eventos e nos cinemas, que estão fechando salas, apesar da flexibilização nos decretos. Mas, estou muito otimista com a economia. Quem está conseguindo sobreviver à crise tem grandes chances de se reerguer”, arrematou.  

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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