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Setor de serviços do AM emenda 3º mês de crescimento em julho

O setor de serviços do Amazonas emendou um terceiro mês de crescimento, em julho, em sintonia com as flexibilizações do período e com números melhores do que a média nacional. O reforço na variação mensal veio acompanhado de uma nova expansão de dois dígitos na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando os estabelecimentos ainda sentiam os efeitos das restrições de isolamento social e apenas começavam seu ciclo de reabertura no pós-primeira onda da pandemia. Os dados estão na pesquisa mensal do IBGE para o setor, divulgada nesta terça (14). 

O volume de serviços no Estado avançou 2,1%, entre junho e julho de 2021, em trajetória menos forte do que a do levantamento anterior (+4,5%). No confronto com o mesmo mês do ano passado, houve elevação de 21,6%, número pouco acima do comparativo precedente (+20,9%). Foi o suficiente para segurar a atividade no campo positivo nos acumulados do ano (+15,1%) e de 12 meses (+10%). O desempenho do Amazonas bateu a média brasileira (+1,1%, +17,8%, +10,7% e +2,9%) em todas as comparações.

Com o acréscimo mensal de maio de 2021 (+1,8%), o Estado se manteve na sétima posição, entre os maiores valores registrados pelo setor em todo o país. O pódio foi ocupado por Alagoas (+5,4%), Pernambuco (+4,1%) e Rio Grande do Sul (+3,4%), na ordem. Na outra ponta, os piores desempenhos do país vieram de Rondônia (-6,3%), Rio de Janeiro (-4,4%) e Amapá (-3,8%), em uma lista ainda com 12 unidades federativas no vermelho e uma em virtual estagnação.

Com o desempenho consolidado no azul, o Amazonas subiu da nona para a sétima colocação do ranking nacional da variação acumulada do ano. Roraima (+21,7%), Acre (+19,4%) e Tocantins (+18%) tiveram os melhores números, enquanto Rondônia (+2,8%), Sergipe (+3,7%) e Distrito Federal (+5,4%) figuraram no rodapé de um rol que não registrou performances negativas.

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas –que não leva em conta a inflação nos preços correntes –avançou com ímpeto maior em todas as variações. O aumento, na passagem de junho para julho, foi de 3,6% –contra a retração de 5,3% no mês anterior. No confronto com o mesmo mês de 2020, a elevação chegou a 31,5%, possibilitando a sustentação dos acumulados dos sete meses iniciais de 2021 (+17,3%) e da variação anualizada (+10,4%) no campo positivo. Os respectivos números brasileiros foram +1,5%, +21,5%, +12,4%, +4%.

Com a expansão na variação mensal da receita nominal (+2,7%), o Estado se segurou no quinto lugar do ranking nacional do IBGE. Os extremos ficaram em Rio Grande do Sul (+7,8%) e em Rondônia (-6,8%). No comparativo do acumulado dos sete meses iniciais do ano, por outro lado, o Amazonas avançou da nona para a sétima posição, em uma lista liderada por Roraima (+22%) e encerrada por Rondônia (+3,8%). 

“Retorno pleno”

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, destacou que o setor de serviços do Amazonas vem “surpreendendo em desempenho” e que o crescimento acumulado das empresas em âmbito local já é o segundo maior nas atividades investigadas mês a mês pelo órgão de pesquisa, entre indústria, comércio e serviços. Indagado sobre os motivos das altas e as expectativas para os próximos meses, o pesquisador explica que a amostragem dificulta uma análise mais profunda, mas assinala um otimismo cauteloso para o curto prazo.   

“Os números nos permitem ser otimista para as próximas divulgações. Sempre com a ressalva de que passamos por instabilidades na desocupação e na inflação, que são fatores inibidores das vendas de serviços. O crescimento é uma consequência de alguns fatores, principalmente do retorno pleno da atividade, após a pandemia. Como não temos recortes da atividade, nos amparamos apenas nos fatores conjunturais. Certamente que uma ou outra atividade ‘puxou’ o indicador. Mas, infelizmente, isso não pode ser mensurado”, avaliou.

“Caráter presencial”

Em âmbito nacional, o resultado foi puxado por apenas duas das cinco atividades investigadas, em especial, pelos serviços prestados às famílias (+3,8%), que acumulam ganho de 38,4% entre abril e julho. O destaque veio dos segmentos de hotéis, restaurantes, serviços de buffet e parques temáticos, que costumam crescer em julho devido às férias escolares. 

Já os serviços profissionais, administrativos e complementares avançaram 0,6%, com crescimento de 4,3% nos últimos três meses, e superaram, pela primeira vez, o patamar pré-pandemia, ficando 0,5% acima de fevereiro de 2020. O subsetor foi alavancado pelas atividades jurídicas, serviços de engenharia e soluções de pagamentos eletrônicos.

“Essas duas atividades são justamente aquelas que mais perderam nos meses mais agudos da pandemia. São as atividades com serviços de caráter presencial que vêm, paulatinamente, com a flexibilização e o avanço da vacinação, tentando recuperar a perda ocasionada entre março e maio do ano passado”, explicou o analista da pesquisa, Rodrigo Lobo, em texto postado na Agência de Notícias IBGE.

Diferencial na flexibilização

Sem entrar no detalhe dos segmentos, o presidente em exercício da Fecomércio-A (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, reforçou que a flexibilização nas restrições ao funcionamento do setor de serviços, em âmbito estadual, ocorrida em sintonia com o avanço da vacinação e da queda dos indicadores de contaminação, internação e óbitos por Covid-19 no Estado, foi o principal motivo para a nova alta volume de vendas, registrada em julho.

“O comércio reabriu em 9 de março, mas os serviços ficaram com uma série de restrições, que foram caindo aos poucos. Somente a partir de maio é que começaram a ser retirados os limites que estavam cerceando o seu funcionamento pleno. Esse é o motivo para a atividade mostrar um certo vigor e uma recuperação expressiva, de uns tempos para cá. Esse também foi o motivo para termos uma expansão de mais de 20% em relação ao ano passado”, concluiu. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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