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Setor de Serviços avança levemente no Amazonas em março

Divulgação

Depois da queda do mês anterior, o volume de vendas e de receita nominal do setor de serviços do Amazonas voltou a subir entre fevereiro e março, na contramão do declínio da média nacional. O desempenho nos acumulados, contudo, já sofre erosão, sob o impacto do início da crise do Covid-19 e das medidas para conter a pandemia em solo local. A conclusão vem da análise dos dados da pesquisa mensal do IBGE, divulgada nesta terça (12). 

O volume de serviços avançou 1,9% frente a fevereiro de 2020, na direção contrária do levantamento anterior (-4,4%). No confronto com março de 2019, houve expansão de 3,3%, mais forte que a marca anterior (+2%). No trimestre, a alta foi de 5,4% e no acumulado de 12 meses, de 4,6%. O Estado superou a média nacional em todas as comparações (-6,9%, -2,7%, -0,1% e +0,7%, respectivamente).  

A expansão na variação mensal fez o Estado decolar a última para a segunda posição entre as 27 unidades federativas do país, perdendo apenas para Rondônia (+3,1%) e ficando à frente do Maranhão (+1,1%). As últimas posições foram ocupadas por Rio Grande do Norte (-18,6%), Mato Grosso (-12,7%) e Rio Grande do Sul (-11%).

No confronto com março de 2019, o Amazonas também voltou a ganhar posições no ranking, ao avançar da 11ª para a terceira colocação em todo o território nacional, ficando atrás apenas de Rondônia (+8%) e Maranhão. Em contraste, Amapá (-13,2%), Rio Grande do Norte (-12,4%) e Bahia (-12%) amargaram os piores desempenhos.

Receita nominal

Já a receita nominal dos serviços do Amazonas – que não leva em conta a inflação – subiu com menos força em relação a fevereiro de 2020 (+1%), embora tenha conseguido um resultado bem mais expressivo diante de março de 2019 (+5,7%). Nos acumulados do ano (+9,5%) e dos últimos 12 meses (+10,1%) também foram registrados acréscimos. Mais uma vez, o Estado saiu na frente da média brasileira (-7,3%, -1,1%, +2,2 e +3,9%, respectivamente).

Assim como ocorrido no volume de vendas, o incremento da receita nominal na variação mensal fez o Estado avançar do 27º para o segundo lugar no ranking do IBGE, atrás de Rondônia (+2,7%) e na frente do Maranhão (+0,6%). Na outra ponta, Rio Grande do Norte (-16,3%), Mato Grosso (-14,3%) e Piauí (-12,3%) figuraram no rodapé de uma lista com 24 resultados negativos.

A elevação da receita nominal sobre março de 2019 foi suficiente para arrancar o Amazonas do oitavo para o segundo lugar. O Estado no pódio, entre Rondônia (+8,6%) e Maranhão (+5,2%). Em sentido contrário, as maiores quedas do setor de serviços em todo país ocorreram no Amapá (-12,9%), Mato Grosso (-11,5%) e Piauí (-10,7%).

Base fraca

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, observa que o crescimento da variação mensal não deve causar tanto entusiasmo, já que a base de comparação mensal é muito fraca. O pesquisador destaca também que o indicador foi apenas parcialmente afetado pela crise do Covid-19.

“O mês de março foi comparado com uma queda de 4,4% em fevereiro, por isso o resultado foi tão positivo. O acumulado do ano da pesquisa vem caindo, o que indica que o desempenho da atividade desacelerou. As ações de isolamento da população influenciaram o indicador apenas nos últimos dez dias de março Os reflexos mais fortes do isolamento na atividade de serviços serão sentidos nos próximos meses”, ponderou.

Queda generalizada

Não há dados sobre a evolução dos segmentos de serviços do Amazonas. Em âmbito nacional, todas as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE despencaram: serviços prestados às famílias (-31,2%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-9%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,6%), informação e comunicação (-1,1%) e outros serviços (-1,6%).

De acordo com o IBGE, os serviços prestados às famílias tiveram a queda mais intensa desde o início da série histórica, enquanto transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram o segundo recuo mais forte da série, ficando atrás apenas de maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. 

Em entrevista anterior ao Jornal do Commercio, o presidente da Abrasel-AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional Amazonas), Fabio Cunha, informou que pelo menos cinco empresas do segmento já haviam anunciado que não iriam retornar ao trabalho após a quarentena. De acordo com o dirigente, entre 20% a 30% da força de trabalho foi desligada, logo nos primeiros dias de interrupção do atendimento presencial nas lojas.

Segundo a presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares de Manaus, Antonia Moura de Souza, a situação dos serviços de beleza não é melhor. “Esperávamos um crescimento baixo neste ano, de 1,5%, mas agora nem isso. Janeiro e fevereiro costumam ser meses ruins e a atividade só aquece em abril. Não deu tempo, e hoje temos até problemas entre os empresários, que estão com suas lojas fechadas, e alguns trabalhadores, que passaram a atender a domicílio”, encerrou.

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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