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Serviços alavancam estatísticas de emprego formal no Amazonas

Considerando os resultados da indústria, construção civil e comércio, o setor de serviços foi o que mais avançou em relação à evolução de emprego formal nos dois últimos trimestres no Amazonas. O resultado revela principalmente maior terceirização da mão-de-obra no PIM (Polo Industrial de Manaus) e em condomínios fechados, segmentos que juntos foram responsáveis pela abertura de 2.150 frentes de trabalho.
Além disso, englobando resultados segmentados em telecomunicações, financeiro, educação e tecnologia da informação, entre outros, o setor de serviços teve saldo no ano de 4.847 empregos, mantendo ciclo de quatro meses consecutivos de alta.
Os números fazem parte do levantamento feito pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas, segundo a qual o ciclo virtuoso na evolução do emprego, iniciado em junho, avançou em setembro 1,54% sobre o mês de agosto, que já havia encerrado com alta de 2,19% em relação a julho. Em comparação ao terceiro trimestre de 2008, a variação percentual foi maior, avançando 3,66%.
Na análise do superintendente do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) no Amazonas, Dermilson Chagas, desde o início da crise financeira mundial, o setor permaneceu com resultados positivos, em comparação a iguais períodos do ano anterior, mesmo após o início das turbulências na economia. Segundo o executivo, o setor foi o menos impactado pelas oscilações de mercado, por depender de vários outros fatores além das expectativas e, por isso, ajudou a evolução do emprego a não cair mais nos trimestres anteriores, voltando a expandir no fim do segundo trimestre. “O setor de serviços havia registrado alta de 0,15% em junho em comparação ao mesmo período do ano anterior, acelerou para 0,82% em julho, passou por agosto com 2,19% de crescimento, fechando com atuais 1,54%”, explicou Chagas.

Crescimento se deve à construção civil e ao consumo da classe média da capital

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas, os cinco subsetores que mais se expandiram no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado são do setor de serviços. Entre os destaques, os grupos de Administração de Serviços Imobiliários e Tecnologia (+5,71%), Transporte e Comunicação (+0,76%) e Intermediação Financeira (+0,86%) tiveram maiores níveis de contratação, conforme a pesquisa. “A construção civil alavancou uma série de serviços destinados à classe média moradora de condomínios, como os segmentos ligados à segurança, manutenção e secretaria doméstica. Por outro lado, percebe-se que grande parte da mão-de-obra foi alocada para o Distrito Industrial”, explicou Dermilson Chagas.
A diretora de recursos humanos do Grupo GR, Flávia Herdeiro, atribui esse crescimento expressivo do setor de serviços ao fato de a capital amazonense abrigar empresas e indústrias de grande porte, que buscam o máximo de profissionalização na hora de contratar serviços. A executiva frisou que a situação econômica do Estado fez o grupo traçar metas de atuação e expansão para atender a expansão da demanda local. “Começamos nossa operação em Manaus em 2006 e, três anos depois, estamos bem perto de atingir a marca de mil homens nas operações do Estado. Nossa experiência na gestão da operação de terceirização casa bem com esta busca e o resultado é um número considerável de negócios fechados e em andamento”, assegurou.
Segundo Flávia Herdeiro, o Grupo GR cresceu 35% neste ano, a partir da conscientização do mercado em relação às vantagens da terceirização de serviços e aumento do número de operações do gênero no mercado corporativo. “Novos projetos de segurança surgiram e contratamos muito. Foi um ano positivo, e, nos próximos trimestres, pretendemos contratar cerca de 700 colaboradores”, assegurou.
A estudante de turismo Paula Renata Ferreira, 25 anos, foi uma das beneficiadas pela expansão do setor de serviços no terceiro trimestre. Recentemente contratada como operadora de call center pela empresa TAM, a universitária contou que não via a hora de retornar ao mercado de trabalho após ficar desempregada no início do ano. “Com meu salário, consigo pagar as despesas da faculdade e também ajudar em casa”, comemorou a estudante.

Tendência de expansão

O Amazonas parece acompanhar a tendência de expansão observada em nível mais amplos. Pelo menos no entendimento do presidente da CNS (Confederação Nacional dos Serviços), Luigi Nesse. Em nota ao Jornal do Commercio, o execuitvo asseverou que o setor de serviços tem peso de aproximadamente 67% no PIB (Produto Interno Bruto). “Dos 300 mil empregos formais criados no país entre janeiro e julho deste ano, 264 mil foram gerados no setor. Isso mostra que é um segmento versátil e que se adapta mais fácil às instabilidades econômicas do que a indústria, por exemplo”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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