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Saúde bucal melhora no Amazonas, aponta IBGE

Saúde bucal melhora no Amazonas, aponta IBGE

A maioria esmagadora (75,4%) dos amazonenses com pelo menos 18 anos de idade considera sua saúde bucal “boa” ou “muito boa” e praticamente todos nessa faixa etária (96%) escovam os dentes pelo menos duas vezes por dia – o melhor número das regiões Norte e Nordeste. Em contrapartida, 29,6% (787 mil) admitem que usam algum tipo de prótese dentária e 7,1% (188 mil pessoas) informam que já perderam todos os dentes. Os dados estão na de PNS 2019 (Pesquisa Nacional de Saúde), realizado pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde.

O levantamento aponta ainda que em torno de 1,306 milhão de habitantes do Amazonas, com 18 anos ou mais, fizeram consultas ao dentista, nos 12 meses anteriores à entrevista com o órgão de pesquisa, o equivalente a 31,51% da população total (4,14 milhões). A procura priorizou consultórios particulares (57,6% e 752 mil pessoas), em detrimento dos serviços públicos de odontologia disponíveis em unidades Básicas de Saúde (31,7% e 414 mil), de pronto atendimento público/emergência (4,7% e 61 mil) e centros de especialidades, ou policlínicas públicas (3,8% e 49 mil). 

Apesar das limitações de alcance do serviço, a avaliação em relação à própria saúde bucal é majoritariamente positiva no Estado e é compartilhada por 2,004 milhões de pessoas. Mulheres (1,064 milhão e 77,8%) têm vantagem considerável em relação aos homens (940 mil e 72,9%). Os mais jovens, de 18 a 29 anos (78,4% ou 583 mil) e os brancos” (80,9% e 357 mil) têm maior nível de satisfação em relação a sua saúde bucal, assim como as pessoas empregadas (76,8% e 1,248 milhão), com nível superior completo (88,8% e 310 mil) e rendimento mensal superior a cinco mínimos (90,9% e 63 mil).

Próteses dentárias

Na outra ponta, 29,6% (787 mil) da população do Amazonas com idade igual ou superior a 18 anos usa algum tipo de prótese dentária. Diferente do que ocorre na avaliação da própria saúde, os homens (26,2% e 338 mil) perdem para as mulheres (32,8% e 449 mil). Como é de se esperar, a situação piora conforme a idade, dos 18 a 29 anos (1,4% e 11 mil) até o grupo passando pelos maiores de 60 anos (77,7% e 326 mil), passando pelos amazonenses de 40 a 59 anos (45,6% e 384 mil).

O contrário se dá no nível de instrução, onde o percentual cai, na medida em que a educação é melhor, variando de 44,2% (374 mil) para as pessoas sem instrução ou com o fundamental completo até chegar aos 19,6% do nível médio (202 mil) – para voltar a crescer no nível superior completo (29,8% e 104 mil). Pela faixa de renda, a substituição de dentes é majoritária entre os ganham de 2 a 3 mínimos (40,7% e 50 mil) e menos frequente entre os que recebem até um quarto de mínimo (21,6% e 89 mil). 

É mais comum, por outro lado, entre os amazonenses fora da força do trabalho (41% e 364 mil) – que não trabalham, nem procuravam emprego – do que nas categorias de ocupados (25% e 406 mil) e desocupados (11,3% e 16 mil). É mais usual também no grupo dos “brancos” (31,4% e 138 mil), do que entre os “pardos” (29,4% e 593 mil) – grupo que inclui os indígenas e etnias miscigenadas – e os “pretos” (22,4% e 30 mil) – como o IBGE designa os afrodescendentes.

Em sintonia, 19,4% (517 mil pessoas) da população do Amazonas já perdeu 13 dentes ou mais, conforme o IBGE. Mulheres (22,2% e 304 mil) superam homens (16,5% e 213 mil). A incidência é maior entre os que têm mais de 60 anos (74,1% e 311 mil), contam com apenas o fundamental incompleto (40,1% e 339 mil), são “pardos” (19,8% e 400 mil) ganham de meio e um salario mínimo (22,8% e 178 mil) ou estão fora da força de trabalho (34,9% e 310 mil). 

O mais grave é que pelo menos 7,1% (188 mil) dos amazonenses admitem que já perderam todos os dentes, com predominância das mulheres (9,1% e 123mil) sobre os homens (4,9% e 63 mil). Em termos proporcionais, os grupos majoritários são os de 60 anos ou mais (33,4% e 140 mil), sem instrução ou com fundamental incompleto (16,6% e 141 mil), brancos (8,1% e 36 mil), fora da força de trabalho (14,3% e 127 mil) e com rendimentos médios de meio a um salário mínimo (9,8% e 77 mil).

Profilaxia

A boa notícia vem dos níveis de profilaxia. Os amazonenses que escovam os dentes pelo menos duas vezes por dia eram 96% (2,551 milhões), com liderança do Estado no ranking nacional e predominância das mulheres (97,2% e 1,330 milhão), assim como pessoas de 18 a 29 anos (97,6% e 725 mil), com nível de superior (100% e 349 mil) e ganhando mais de 5 mínimos (100% e 70 mil), além de “pardos” (96,6% e 1,952 milhão) e desocupados (98% e 143 mil).  

Pelo menos 62,6% dos habitantes do Amazonas com 18 anos ou mais (1,664 milhão) usavam fio dental, além de pasta e escova dente, para a profilaxia diária. A pesquisa aponta ainda que um percentual semelhante (62,4% ou 1,659 milhão) trocava a escova de dentes por uma nova a cada três meses, em 2019. Em ambos os casos, as mulheres e os mais jovens predominaram, assim como os que ganhavam mais e contavam com maior grau de instrução, além dos “brancos” e desocupados.

Sem condições

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, destaca como pontos positivos verificados na pesquisa a boa autoavaliação da saúde realizada pela parcela majoritária dos amazonenses, assim como uma fatia significativa de pessoas que contam com frequência de escovação dos dentes minimamente adequada. Embora saliente que diferenciais em relação ao ensino, idade e renda, o pesquisador conclui que a média “foi bem satisfatória”. Mas, não deixa de considerar os impactos das diferenças socioeconômicas no acesso aos serviços odontológicos. 

“Percebe-se que a acessibilidade ao tratamento dentário ainda está concentrada ao atendimento particular, que oferece mais profissionais e maior leque de serviços à sua clientela. E isso exclui àqueles cidadãos que não têm condições de pagar. A consequência é a perda dos dentes ou o uso acentuado de próteses dentárias, que aparecem em percentuais destacados, no estudo”, encerrou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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