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Retrato amargo da crise econômica

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O setor de serviços, no Amazonas, registrou a terceira maior queda a nível nacional, com redução de 2,9% no mês de agosto, em relação a julho. No acumulado do ano a baixa foi de 4,7%. Entre os serviços mais afetados, na capital, está o hoteleiro, que segue com baixa ocupação. Para os empresários, os números decrescentes ainda são atribuídos aos efeitos da crise econômica, seguido da elevada taxa de desemprego. A expectativa está no melhor desempenho econômico, nos próximos meses, e na consequente recuperação do acesso ao crédito, o que viabiliza o aumento no consumo. Os números são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Conforme a pesquisa, em relação a agosto de 2016 os serviços tiveram queda de 0,4%. Enquanto no acumulado dos últimos 12 meses o resultado também foi negativo em 7,1%.

A receita nominal em agosto baixou -3,4%, frente a julho. Na comparação com agosto de 2016, o crescimento foi de 2,5%. Os acumulados no ano (0,8%) e em 12 meses (-2,4%) sofreram pequena alteração em relação ao apresentado no mês anterior.

Além do Amazonas, os Estados que tiveram elevados índices de queda nos serviços, na comparação com julho foram: Alagoas (AL), com redução de 5,9%; e Paraíba (PB) com baixa de 3,6%. O Estados que mais cresceram foram Roraima (9,8%), Bahia (3,8%) e Piauí (3,5%).

De acordo com o assessor econômico da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas), José Fernando Pereira, a baixa na produtividade do setor de serviços ainda é decorrente da desaceleração da atividade econômica nacional, que reflete diretamente nos setores de comércio, serviços e turismo. Ele explica que apesar da inicial reação favorável nos segmentos do comércio e da indústria, ainda é impossível afirmar o estabelecimento de uma recuperação dos resultados.

Pereira afirma que o subsetor hoteleiro é o mais afetado e há, pelo menos, três anos sofre com baixa taxa de ocupação. O economista comenta que o setor depende da redução da taxa de desemprego, da baixa na taxa de juros e do aumento da oferta de crédito, que é fundamental para o consumo.
“Vivenciamos, ainda hoje, um processo de crise econômica e elevada taxa de desemprego e desaceleração da atividade econômica. Tudo isso reflete em todos os setores da economia, inclusive nos serviços. Há uma reação favorável no comércio e na indústria, mas ainda não se valida nenhuma recuperação plena do comércio e dos serviços. O setor hoteleiro foi o mais atingido com baixas taxas de ocupação. Tiveram elevados investimentos, sem o retorno esperado. Esperamos melhores resultados no final do ano”, disse.

Segundo o economista, os melhores desempenhos ainda são registrados pelos segmentos de supermercados, automotivo e eletrônico de entretenimento (devido às vendas de televisores para a Copa do Mundo). “As vendas só não deslancharam ainda porque não houve oferta de crédito”, comentou.
O economista Martinho Azevedo concorda que o setor hoteleiro foi o principal afetado no segmento de serviços do Estado. Porém, ele enfatiza a necessidade de avaliação dos números referentes ao setor de serviços porque também há segmentos, como o de transporte e de logística, que apresentam melhores desempenhos econômicos.

“A economia nacional passa por ajustes e está se readaptando a um novo momento. O setor hoteleiro ainda não se recuperou de uma drástica queda e está sem perspectivas. Também vemos algumas atividades que estão inclusas nos itens de serviços que começam a ter melhores resultados. Enquanto algumas atividades começam a perder participação, outras ganham maior importância, como as atividades que estão atreladas a indústria como armazenagem e transporte”, explicou.

Na avaliação do economista, a possibilidade da recuperação do acesso ao crédito pode contribuir com a melhora nos indicadores econômicos. “Em paralelo à recuperação dos números do comércio, há indicação da recuperação do crédito, o que nos indica possibilidade de um melhor final de ano ao consumidor”, comentou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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