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Renegociação de dívidas é bem-vinda para evitar inadimplência

Divulgação

O planejamento do orçamento familiar em tempo de pandemia  surge como um desafio para milhões de pessoas. Nesse sentido, as cinco maiores instituições bancárias do país, estão promovendo uma campanha de renegociação com milhões de clientes.  Entre 16 de março e 8 de abril, os bancos processaram mais de dois milhões de pedidos de renegociação e carência que representam uma carteira de R$ 200 bilhões. Desse total, já foram negociados R$ 130 bilhões conforme levantamentos parciais.

Segundo a Febraban  (Federação Brasileira de Bancos) “se somarmos a esse montante as novas operações de crédito feitas pelos bancos no mesmo período, o total de concessões ultrapassa os R$ 330 bilhões”, diz a entidade.

No intuito de mitigar os impactos sociais e econômicos decorrentes da pandemia para consumidores e microempresários, os maiores bancos se comprometeram em atender pedidos de carência por 60 dias dos vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas para os contratos vigentes em dia e limitados aos valores já utilizados pelos clientes. Cada instituição tem definido individualmente, de acordo com suas políticas de crédito, os produtos sujeitos ao benefício, prazo e condições de pagamento.

Com alguma variação entre os bancos, as linhas de crédito sobre as quais incide o benefício são crédito pessoal, crédito imobiliário, crédito com garantia de imóveis, crédito para aquisição de veículos, capital de giro, entre outros.

A iniciativa, considerada bem-vinda e positiva, é avaliada pelo economista Vitor Nunes, ao frisar que uma das preocupações do governo federal é saber se o crédito subsidiado iria chegar às micro e pequenas empresas. Essas renegociações de dívidas e postergamento  das parcelas traz um fôlego. “É um alívio tanto as empresas de pequeno e médio porte e as microempresas para que não demitam e tenham ânimo para tocar as suas operações. E esse cenário também não vai durar para sempre. Tem que tentar sobreviver ao máximo. Seja tomando o crédito mais barato, seja se refinanciando para que volte mais forte.Com isso, até as coisas normalizarem, que eles trabalhem com prazos mais longos entre  dois a dois meses e meio”, afirmou.  

Ele diz ainda que o governo federal lançou um pacote de estímulo para que a categoria consiga um crédito subsidiado com carência do pagamento. “Uma carência de seis meses para que o empresário tome esse crédito. Obviamente que o governo exige algumas contrapartidas para ter acesso a esse aval para que a empresa continue. Se tiver uma normalização dentro do prazo que eu mencionei esse crédito vai ser super importante para que as empresas tenham uma sobrevida”. 

Os bancos têm garantido a manutenção da taxa contratual já pactuada, sem a incidência de encargos de atraso, dado que não houve mora por parte dos clientes, mas sim a opção de prorrogar suas parcelas. Regra geral, esse valor é diluído nas demais prestações vincendas ou realocadas no final do contrato, dependendo do produto e das políticas de cada instituição.

Além das informações disponíveis nos sites de cada instituição financeira, os consumidores são devidamente informados sobre todas as condições da operação, incluindo encargos, juros e tributos incidentes antes de dar o aceite no pedido, sendo opcional prosseguir caso não concorde com tais condições.

Com relação aos canais disponíveis para efetivar o pedido de renegociação e carência, estão à disposição do cliente as centrais de atendimento, internet banking e aplicativos de celular, visando evitar o comparecimento dos clientes nas agências.

Estima-se que a medida irá beneficiar até 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de trabalhadores e os recursos serão concedidos à taxa fixa de 3,75% ao ano, sem qualquer spread adicional para as empresas e sem qualquer custo para os empregados.

Opinião

Apesar do anúncio da Febraban em prorrogar por 60 dias, juntamente com seus cinco maiores bancos associados – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander os vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas para os contratos vigentes em dia e limitados aos valores já utilizados, parte do empresariado ainda enfrenta dificuldades para obter crédito.

Segundo o planejador financeiro Valter Police, entre atitudes simples do dia a dia, como rever planos de internet, TV a cabo e serviços de streaming, uma iniciativa importante é rever créditos, financiamentos e seguros. Essas é a chamada reestruturação financeira.

Valter lembra que o uso do crédito no Brasil é historicamente muito caro e, embora hoje seja menor do que no passado, ainda pesa muito no orçamento. Por isso, a reestruturação deve ser feita junto com a família, repensando objetivos e organizando as informações numa planilha onde deve constar: Valor total;  Número de parcelas faltantes; Valor da parcela; • Saldo devedor; Taxa de juros. “A partir disso, é possível traçar uma estratégia para cada tipo de dívida”. 

O cheque especial, rotativo do cartão de crédito e mesmo a maior parte dos empréstimos devem ser quitados no menor tempo possível. Assim, cheque o saldo devedor desses créditos e tente obter os recursos necessários para pagá-los. Se preciso, resgate alguns de seus investimentos ou pense até em vender algum bem, como um veículo.

Os financiamentos de veículos são, em geral, bem mais baratos do que os empréstimos, mas isso não significa que o custo seja pequeno. As alardeadas promoções com "taxa zero" simplesmente não são verdadeiras e escondem opções de descontos mais vantajosas. Um pouco de paciência na eventual troca do veículo pode ajudar de forma importante o crescimento de patrimônio.

Fonte: Andreia Leite

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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