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Reajustes batem recorde no Amazonas

Um total de 90% das unidades de negociações analisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Assuntos Econômicos) no Amazonas apresentaram um crescimento superior ao índice de inflação no ano passado. Correspondendo às expectativas criadas pelas negociações dos reajustes salariais do primeiro semestre de 2012, o balanço anual dos reajustes revela, com base no INPC-IBGE, o melhor resultado entre os analisados pelo Dieese desde 1996. Perdas reais ocorreram em torno de 5% das negociações e 5% tiverem o índice igual ao índice de inflação. O número chama ainda mais atenção se compararmos com o de 2011. Ano retrasado apenas 65% das renegociações salariais apresentaram aumentos reais, o menor dos últimos cinco anos. O aumento médio real no estado ficou em 1,84%, contra 1,96% da média nacional.
Outro dado positivo dá conta de que o número de reajustes salariais que ficaram até 5% acima do INPC atingiram 10% dos casos neste ano. Ano retrasado, por exemplo, não houve nenhum aumento acima dos 5% registrados. Sobretudo a maior parte dos aumentos, esteve na faixa entre 0,1 e 1% de aumento acima do INPC. Foram analisadas 20 unidades de negociação no estado do Amazonas o que representa 2,8% das unidades analisadas no Painel Nacional e 48% das unidades analisadas na Região Norte. No Brasil, cerca de 95% das negociações salariais apresentaram danos reais, 4% das negociações mantiveram um percentual igual e 1% delas tiveram reajuste inferior. Vale lembrar que o INPC fechou 2012 com a taxa de 6,20%, acima dos 6,08% de 2011
Segundo o Dieese, para 2013, a tendência é de as negociações manterem ou avançarem os patamares conquistados em 2012. O órgão se baseia nas previsões otimistas feitas pelo governo em relação ao PIB que esperasse estará em torno de 2,4% ao ano, podendo chegar a 3%. O Dieese destaca também que a inflação, cujos índices mantiveram-se elevados no primeiro bimestre do ano, tende a ficar dentro da meta estabelecida pelo governo pelo décimo ano seguido. Outro fator destacado pelo Dieese é o menor número de desemprego, o que influência na valorização dos salários.

A indústria

Entre as unidades analisadas pelo Dieese na indústria, nenhuma apresentou ganhos abaixo do INPC em 2012. Em 2011 esses números chegaram a 14,3%. 92,9% das negociações observadas obtiveram ganhos superiores à inflação acumulada no período, contra 71,4% em 2011. Sidney de Oliveira, Diretor Executivo do Sindimetal (Sindicato dos Metalúrgicos), explica que o sindicato sempre busca manter esta taxa acima do índice da inflação e comenta que este aumento foi uma vitória se lembrarmos a crise por que passou o setor. “2012 não foi um ano bom. O polo de duas rodas está com problemas por causa dos bancos que não liberam os créditos e isso influência. Tivemos uma queda de pelo menos 10% na indústria. Devido a este cenário que nós passamos foi uma conquista muito positiva” exaltou. O reajuste para os metalúrgicos em 2012 foi superior a 7%.
A maioria dos ganhos na indústria esteve na faixa dos 2% a 3%. 7,1% dos ajustes foram superiores a 5% de crescimento acima do INPC. 7,1% foi também o número de reajustes iguais ao crescimento do INPC. Sidney de Oliveira explica que o sindicato trabalha com o número de inflações e busca manter sempre essa faixa relativa aos 2% de aumento. “Temos que ver conforme a inflação, estamos sempre buscando estar acima. Se ano que vem a inflação demonstrar que ficará na casa do 7%, o sindicato buscara conquistar 9%, 10% de reajuste salarial”, explicou.
Se destacam as negociações nas indústrias da construção e do mobiliário, gráficas, instrumentos musicais e brinquedos, e química e farmacêutica, nas quais a totalidade dos acordos firmados trouxe reajustes iguais ou superiores ao índice.

O comércio

No comércio em 2012, a concentração dos reajustes ficou na faixa de ganho entre 0,51% e 1% acima da variação do INPC-IBGE. Considerado o melhor resultado do setor nos últimos cinco anos. No entanto o Dieese destaca que é o setor que apresenta maior oscilação. Em 2010 e 2011 os números ficaram abaixo do reajuste do INPC.
José Ribamar, Secretário Geral do Sindicato dos Empregados no Comércio de Manaus, comenta que apesar desse crescimento no reajuste salarial o comércio não vive um bom momento e pode sofrer com demissões em 2013. “O distrito teve uma queda e a ponta é o comércio. Nós dos sindicatos esperávamos que a partir de março houvesse um maior numero de admissões, mas esta devagar para caramba. Não temos os dados ainda, mas já percebemos que tem havido muitas demissões no comércio e pode aumentar, a cidade está parada”, criticou. Apesar dos problemas Ribamar comenta que há uma grande perspectiva do comércio em relação ao dia das mães. “Acho que em Abril a coisa começa a acertar. O dia das mães que tem um poder forte no comércio. Esperamos isso para podermos recuperar o otimismo da classe comerciária” concluiu.
O aumento no piso no comércio de Manaus ano passado foi de R$660,00 para R$ 715,00, um aumento de 8%. Quem ganhava acima de R$800,00 teve um reajuste de 6%, os dois acima da inflação, os dados são do Sindicato dos Empregados no Comércio. “Eu não diria que foi bom, foi razoável. Mas do jeito que as coisas estão é difícil prever como será em 2013”, completou. Os dados nacionais dão conta que 96,4% dos valores ficaram acima do INPC e o maior índice de aumento foi na casa de 1% a 2%, acima da faixa de ganho do estado.

Serviços

Em serviços 80% dos reajustes se mantiveram acima e 20% a baixo do crescimento do INPC. O número supera 2011 com 60% mas fica abaixo de 2010 onde 100% das negociações de aumentos salariais ficaram acima do INPC. Destes, 20% ficaram acima dos 5% de aumento, 20% entre 0,5% e 1% e 40% entre 0,1 e 0,5%. No entanto os números se encontram abaixo da média nacional, onde 89,5% da distribuição de reajustes salariais ficou acima do INPC.
Nos serviços, os destaques em termos de reajustes salariais iguais ou acima do índice foram Comunicações, publicidade e empresas jornalísticas e segurança e vigilância que mantiveram os resultados positivos ao longo dos últimos anos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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