Pesquisar
Close this search box.

Rapper Jander Manauara aposta no mercado audiovisual

Um misto de música, sustentabilidade e poesia amazônica. Assim é o novo DVD do rapper Jander Manauara, ‘Do rip rap ao flutuante’, que será lançado no dia 15, sábado, às 15h, através do seu canal no YouTube.

“Apesar de estar marcando espaços – rip rap e flutuante – o que gera o termo, na verdade, são as transições das águas que passam pelas periferias, chegam à orla da cidade e, dentro dessa orla, deságuam um pouco de cada uma, um pouco de cada história e vivência, nossa educação ou falta dela. E esses pontos marcam também transições que eu faço dentro do próprio rap, eu transito desde a cena alternativa, rock, até feira de sustentabilidade e festivais de música, ou seja, uma transição fácil e marcante como essas marcações do rip rap ao flutuante”, explicou o rapper.

As gravações do DVD ocorreram mês passado, no rip-rap do bairro Redenção e no Espaço Cultural Tucandeira, no Tarumã. O projeto, contemplado no edital do Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Aldir Blanc, tem a proposta de contar (e cantar) sobre o fluxo das águas que cercam a cidade, mesclando falas de especialistas sobre meio ambiente, moradores e experiências vividas nessas águas. A proposta visa fazer um alerta a respeito da necessidade de cuidar e preservar rios e igarapés da região.

O mais novo trabalho de Manauara é uma releitura de seus três primeiros álbuns, ‘Num vale 1 real’, de 2009; o ‘Grelhante’, de 2013, e o ‘Manauara em extinção’, de 2015, e comemora os 20 anos de atividades musicais do artista. 

Apoio do Reusa

Uma das locações escolhidas para a gravação do DVD foi a sede do Reusa (Programa de Restauração Ecológica e Urbanização Sustentável da Amazônia), na Redenção, construída próxima ao rip rap do igarapé do Gigante. O projeto beneficia um coletivo de aproximadamente 30 mulheres. No local, elas aprendem como ter uma nova fonte de renda por meio do artesanato e da reciclagem.

Cenário foi montado próximo ao rip rap do igarapé do Gigante
Foto: Divulgação

O coletivo não apenas sediou a gravação, como também criou a decoração do cenário sob a orientação da artista plástica Eliana Chaves. As folhas em tamanho humano, principal destaque do palco, foram todas feitas com garrafas pet. Um trabalho manual cuidadoso que exigiu de Cristina Pereira, diretora do projeto, e de sua equipe, atenção desde a pintura do plástico ao corte das garrafas em tiras finas.

“Recebi convite da FAS (Fundação Amazônia Sustentável) para fazer parte do Conselho da Virada Sustentável. Depois de algumas edições participando como artista, fui convidado para fazer parte da produção e hoje sou produtor artístico do evento. Isso me aproximou dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, a Agenda 2030, que gere a questão ambiental, então conheci várias pessoas com trabalhos ligados ao lixo 0, conexão com a natureza, cuidados ambientais, com falas e atuações sustentáveis, como as mulheres do Reusa, o que aproximou ainda mais minha rima, que já tinha essa pegada”, revelou.

As letras das músicas de Manauara são carregadas de regionalismo, críticas sociais e conscientização ambiental. Em seu novo trabalho, o artista quer explorar ainda mais essa relação entre a música e o meio ambiente, alertando para a importância da preservação dos recursos hídricos da Amazônia.

O artista quer explorar ainda mais essa relação entre a música e o meio ambiente
Foto: Divulgação

Importantes falas

‘Do rip rap ao flutuante’ tem oito faixas, metade delas inéditas. São elas: Flutuante, A ponte, Amor de robô, Mar salgado, Pagar de doido, Envenena a flecha, Cheiro bom e Indígenas de amores.

“Eu tentei trazer para dentro desse DVD, a fala de pessoas que são próximas da temática sustentável, que trabalham com as questões ambientais, que possuem valores voltados para as questões sustentáveis. Então eu convidei o Welton Yudi, professor do Departamento de Biologia da Ufam; a Mariana Sena, engenheira ambiental e idealizadora da Sustental Projetos; e a Paula Gabriel, especialista em projetos de sustentabilidade e coordenadora de cinco edições da Virada Sustentável Manaus, com falas profissionais e pessoais”, adiantou.

Outros entrevistados foram a cantora e compositora Márcia Novo; a líder comunitária e presidente do Reusa, Maria Cristina Pereira; e a educadora e liderança indígena do Parque das Tribos, Cláudia Baré.

A produção do DVD reuniu em torno de 50 a 60 pessoas contando desde a pré-produção, produção, cenário, questões artísticas e musicais.

A produção do DVD reuniu em torno de 50 a 60 pessoas
Foto: Divulgação

Foram utilizadas mais de 200 garrafas pet na produção do cenário, além das luminárias, produzidas, e depois comercializadas, pelas artesãs do Reusa. O cocar usado pelo rapper trazem o conceito de sustentabilidade e foi produzido pela artista Eliana Chaves.

“O trabalho, agora, após a conclusão do DVD é esmiuçar cada uma dessas parcerias feitas dentro do projeto ‘Do rip rap ao flutuante’, trabalhando com estes artistas que reuni, desde a questão musical até as questões sociais e sustentáveis”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar