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Raidi Rebello além do tempo

Sem dúvida Raidi Rebello é o maior produtor de eventos musicais de todos os tempos, no Amazonas. Há mais de 40 anos o DJ e radialista realiza shows, foca nos estilos musicais do momento e nem pensa em parar.

“Em todas essas décadas toquei vários ritmos. Nos anos de 1970 toquei disco e funk americano; nos anos de 1980, dance music, freestyle, house, entre outras; nos anos de 1990 tivemos o ítalo house, techno, eurodance e o underground. Miro no que o público jovem quer ouvir porque esse público está em constante sintonia com os ritmos atuais de sucesso”, explicou.

Raidi revelou que não saberia definir se nessas três décadas os ritmos musicais melhoraram, ou pioraram, mas garante que cada uma delas teve um público definido cuja característica era sair de casa para dançar. Com o início do novo século, em 2001, vieram as modificações de comportamento. A violência e as drogas se banalizaram pelas ruas de todo o país e, quem gostava de sair para ‘curtir’ a noite, dançando, passou a ficar em casa, e ninguém melhor do que Raidi para confirmar isso.

“Desde o início da década de 2000, fui obrigado a fazer uma reviravolta na minha carreira de produtor de eventos musicais. Não tinha mais retorno financeiro tocar todos os finais de semana, como acontecera nas três décadas anteriores. Passei a me concentrar em três ou quatro grandes eventos por ano e, detalhe, só tocando flash back, visando aquele público que dançou e se divertiu nas décadas de 1970, 80 e 90”, falou.

Outro detalhe notado por Raidi: o público da década de 1970 era de uma determinada faixa etária; o da década de 1980 era mais jovem; e o da década de 1990, mais jovem ainda.

“Então foquei em algo que acelerasse o BPM (Batimento Por Minuto, do coração) porque aquela garotada, da década de 1990, queria algo mais explosivo e rápido”, recordou.

30 a 40 mil

Raidi conseguiu se adaptar nessas duas décadas do século 21. Atualmente realiza de dez a doze grandes festas por ano, e até deu-lhes nome para que determinado público possa identificar qual o estilo musical e a sua festa favorita. São elas: Flash Disco, I Love 90, Remember 80, Noite do Flash Back, Bancrevea Forever, Uma Noite no Cheik, Festa da Amizade, Flash Back Sunshine, e Flash Back Classics.

“Calculo que, no ano, levo de 30 a 40 mil pessoas para dançar nos meus eventos”, informou.

Uma das características de Raidi é que boa parte de seu público se tornou seu fã, como se ele fosse o artista dos eventos que promove, e muitos desses fãs viraram amigos do DJ.

“Comecei a tocar, no final da década de 1970, na época da discoteca, em festinhas na casa de amigos. Profissionalmente, iniciei no começo da década de 1980. Pois tenho fãs que foram a estes encontros e até hoje me acompanham. Frequento a casa de alguns casais que se conheceram, adolescentes, nas minhas festas, casaram e hoje são meus amigos”, contou.

Ele credita o sucesso por tanto tempo a essa proximidade e atenção com as pessoas.

“Não só isso, mas várias outras coisas além do meu cuidado, respeito e consideração com o público. Acrescento à lista os locais legais onde realizo os eventos, a segurança, o som de qualidade, a iluminação e diversos outros detalhes. O repertório também ajuda bastante. Os DJs que me acompanham viveram a época em que aquelas músicas fizeram sucesso, sem falar que permanentemente faço investimento em tecnologia. As músicas são antigas, mas o equipamento que utilizo é o mais moderno possível”, afirmou.

Novos e ‘chatos’

Uma época, na década de 1990, o público das noitadas de Raidi ganhou a fama de ser formado por ‘galerosos’. Mas isso ficou para trás. Aqueles adolescentes rebeldes cresceram e não querem mais saber de brigas e continuam a frequentar as festas do DJ. Devido àquelas brigas, parecia que a maioria do público de Raidi era masculino, no que ele discorda.

“Na década de 1970 era meio a meio; na década seguinte houve uma predominância masculina por causa do funk americano, do break, e do freestyle. Na década de 1990 o ítalo house e o techno eram bem masculinos, enquanto o euro dance era mais feminino. As músicas com mais ritmo agradam ao público masculino, enquanto as mais melodiosas, o feminino”, ensinou.

Sobre os novos, e ‘chatos’, ritmos musicais que surgem a todo instante, Raidi tem uma opinião.

“Não caem no gosto do público mais velho, que é o que vai às minhas festas, então estão descartados”, avisou.

Agora Raidi está anunciando o retorno de seu fã-clube, que havia parado por conta da pandemia.

“O fã paga uma mensalidade e tem acesso grátis a todas as minhas festas, incluindo as feijoadas nos balneários, com direito a acompanhante; camisas; CDs, DVDs e pen drives com músicas selecionadas; bandanas, bonés e chaveiros entre outros brindes. Enquanto eu viver e tiver público, minhas festas continuam”, concluiu.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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