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Projeto ‘Nosso Centro’ deve contar com espaço de regatas

Esporte náutico que tem história no Amazonas, o remo foi bastante disseminado no século passado, com direito a regatas nas águas escuras do rio Negro e competição acirrada entre amazonenses, portugueses e alemães. E parte da história do esporte, que remonta aos faraós na sua origem, é desenhada para compor uma das intervenções do projeto “Nosso Centro”, da Prefeitura de Manaus, às margens do rio, na rua Bernardo Ramos com a avenida 7 de Setembro, Centro, o Mirante da Ilha.

Durante reunião entre o diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), engenheiro Carlos Valente, e o atleta e campeão mundial de remo indoor, Manasseh Castro Barbosa, 64, a integração entre o esporte e o espaço foi um dos pontos debatidos, uma vez que o mirante terá uma área de marina, que poderia alocar estruturas do remo para futuras atividades esportivas e a lembrança dos antigos clubes que competiam aqui: o Manaus Ruder Klub, alemão; o Clube Amazonense de Regatas; e o Grêmio Náutico Portugal.

“Com essa iniciativa maravilhosa do prefeito David Almeida procurei o Implurb, para buscar a inserção desse resgate da história do porto de Manaus e do remo amazonense, que se fundem. Quando o porto foi criado, os alemães vieram aqui, na época da Segunda Guerra, trazendo sua cultura e a prática do remo. Construíram um flutuante metálico embaixo da ponte do Educandos, que existe até hoje, e os portugueses tinham uma sede na orla do rio Negro”, relata Manasseh.

 Regatas

 As regatas eram realizadas nos feriados da Pátria, em frente ao Roadway, e frequentadas pela elite amazonense. “Com seus fraques, cartolas e vestidos franceses. Isso perdurou muitos anos, mas aí os clubes começaram a se desmontar e a definhar”, lembra o atleta.

 “Nos projetos do ‘Nosso Centro’ buscamos resgatar uma parte dessa história riquíssima do remo na cidade de Manaus, no início do século 20, com os três grandes clubes, que competiam entre si ardorosamente e produziam muitos campeões”, destaca o diretor-presidente do Implurb.

 Uma ideia é poder comportar estrutura de futuros clubes na marina do Mirante da Ilha e tentar buscar, posteriormente, uma regata que reúna equipes dos primeiros times de Manaus, trazendo ainda outros remadores do Brasil. “Estamos alinhando ideias, que podem dar bons frutos e boas remadas no futuro”, completa Valente.

 O atleta campeão mundial lembra que tenta retomar o esporte há alguns anos, oferecendo às crianças e aos jovens uma prática saudável. “Um dos itens que torna uma cidade atrativa e especial é o nível daquilo que ela oferece à população, de opções de lazer, esporte, encontros, projetos”, observa. Ele acredita que o remo tem uma história grandiosa que merece ser lembrada.

 Prédio do Mirante

 O antigo prédio da Companhia Energética do Amazonas (Ceam) vai abrigar um complexo de lazer e negócios, com foco no turismo, incluindo uma marina, mirante, varandas, praça de alimentação coberta, decks e uma bela cobertura sinuosa que remete a um banzeiro. Será uma das reconversões de uso projetadas para o Nosso Centro, onde um antigo prédio de uso operacional será transformado no edifício Mirante da Ilha.

 A vista para o rio em Manaus é o que urbanistas e arquitetos humanistas chamam de arquitetura da urbanidade, onde a cidade tem como foco o sentido em escala humana e se volta para as pessoas.

O prédio de quatro andares, incluindo o térreo, vai proporcionar uma vista privilegiada para o rio Negro, num dos pontos mais avançados da ilha de São Vicente, contemplando espaços para projetos comerciais, como restaurantes, banheiros, lanchonetes e bares, além de área de exposições culturais, apresentações de shows, paisagismo e convivência integrada entre a construção e o ambiente natural.

O edifício terá estrutura coberta, mas com vãos vazados que vão permitir, em vários níveis, a observação para o rio e sua contemplação. A obra vai se integrar ao parque urbano, construindo um grande largo, associado à circulação de vários modais e requalificação de áreas vazias.

O largo que será criado no espaço envolve prédios de interesse de preservação até a rua Bernardo Ramos. Com a reconversão do edifício, no térreo ele contará com uma grande praça coberta, seguida de um segundo andar para área cultural e central de artesanato. Nele, artistas poderão fazer exposições e apresentar shows. No terceiro pavimento ficará a gastronomia, com três operações de restaurantes, e no quarto o mirante.

Obras irão desviar fluxo de carretas de vias de grande movimento em Manaus

FOTOS: Diego Peres/Secom 

O governador Wilson Lima vistoriou, as obras de construção do Anel Viário Leste que, junto com o Anel Sul, formam a maior obra de mobilidade urbana de Manaus. O complexo vai interligar o Distrito Industrial e o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, e tirar de circulação de outras vias da cidade as carretas que saem do Polo Industrial de Manaus (PIM).

 “Só em 2019 que essa obra começou a sair do papel. Essa daqui é a obra de mobilidade urbana mais importante dos últimos tempos de Manaus, porque ela vai fazer a ligação da Bola do Puraquequara, ali no Distrito Industrial 2, com a reserva Adolpho Ducke. Então as carretas que trafegam ali pelo V-8, na General Rodrigo Otávio, representando um perigo para pedestres e condutores, vão ser tiradas de circulação desses trechos e destinadas para o Anel Leste, que vai fazer a ligação com a BR-174, com a AM-010, e também com o aeroporto através do Anel Sul”, explicou o governador.

O Anel Leste contempla 18,3 quilômetros de extensão. O Governo do Amazonas está construindo duas pistas, contemplando 10,80 metros de largura, com três faixas de 3,60 metros em cada uma, além de passeios laterais, com 2 metros de largura e canteiros de até 5 metros.

Ao longo do trecho, serão implantadas 22 baias para paradas dos ônibus, oito galerias, três pontes e passagens de faunas. E, também, uma ciclovia com 5,6 quilômetros no entorno da Reserva Florestal Adolpho Ducke.

Foto/Destaque: Divulgação

Caubi Cerquinho

é jornalista, editor da coluna Transporte, Trânsito e Cia
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